Subscrever Newsletter
 
Fundação António Quadros
2017 - FOTOGRAFIA Imprimir e-mail

PRÉMIO ANTÓNIO QUADROS 2017

 

CATEGORIA: Fotografia.

EQUIPA DE COORDENAÇÃO: Mafalda Ferro; Paulo Ribeiro Baptista.

JÚRI: Bruno Santos, vogal; Emília Tavares, vogal; Filipe Figueiredo,vogal; Paulo Ribeiro Baptista, presidente.

TROFÉU: Troféu “Vida”, da escultora Cristina Rocha Leiria.

VENCEDOR: Pedro Letria.

CERIMÓNIA DE ENTREGA: Rio Maior, 8 de Novembro, 16.30h.

RELATÓRIO DO JÚRI:

Na atribuição do Prémio António Quadros 2017 Fotografia, o júri procurou distinguir uma personalidade cuja carreira e cuja obra se tenham pautado por valores de humanismo e liberdade, para além, naturalmente, de uma particular relevância no panorama fotográfico português. Esses valores são especialmente relevantes se tomarmos em consideração o papel ímpar que o patrono do prémio, António Quadros, assumiu no domínio do ensino das artes, em particular com a criação do Instituto de Artes e Design (IADE), uma instituição de referência no ensino artístico e uma das primeiras escolas superiores portuguesas a apostar na fotografia como área autónoma.

Dando resposta ao difícil desafio colocado, tal a diversidade e qualidade dos fotógrafos portugueses, o júri do Prémio António Quadros fez a sua escolha com total unanimidade.

Na dificuldade de definir resumidamente o significado da extensa obra de Pedro Letria, recorremos às palavras de um dos seus prefaciadores, o destacado historiador e crítico da fotografia, Ian Jeffrey que, a respeito da sua obra Mármore (2007), nos fala da fotografia de Pedro Letria nos seguintes termos:

 

“O documental [em fotografia] é um termo abrangente e, muitas vezes, poderoso. Pode apelar a que nos tornemos testemunhas das suas denúncias, impondo-nos uma obrigação de agir, de fazer algo relativamente a situações intoleráveis e até trazer a paz à Terra. Geralmente nada podemos fazer de concreto, o que nos recorda a nossa humilde condição de impotência e insignificância. Mas há outras formas de [fotografia] documental e outros modos de a entender. Alguns [fotógrafos] documentais – poucos, admito-o – mostram-nos simplesmente o trabalho e a vida quotidianos, e é através das suas fotos, que aprendemos como as coisas se fazem. O documental [fotográfico] empírico esclarece-nos até certo ponto, mas, sobretudo, habitua-nos a aprender a ver. Se olharmos para uma cena tempo suficiente começamos a perceber o que nela está a acontecer, por que é que as coisas são feitas de uma certa forma. De facto, se algumas fotografias nos ensinam a prática da observação, é isso justamente o que sucede com as de Pedro Letria […].”

 

O júri entende que a vasta obra e a longa carreira de Pedro Letria, distinguidas pelo aprofundamento de valores humanistas e por uma dimensão particular de “pedagogia da imagem” justificam a atribuição do Prémio António Quadros 2017 Fotografia. 

 

O JÚRI…

Bruno Santos – Nota Biográfica

Nasceu em Lisboa no ano de 1968, é Licenciado em Fotografia e Cultura Visual com Mestrado em Estudos de Fotografia, no Instituto de Artes Visuais, Design e Marketing - IADE. É docente de Projeto e Tecnologias na especialização de Fotografia, Fotografia Contemporânea e Livro de Fotografia na Escola Artística António Arroio e Atelier de Lisboa. Foi professor de Portfólio e Divulgação e História de Fotografia no IADE. Integra o painel de júris da Prova de Aptidão Artística da EAAA, desenvolveu o ensaio fotográfico sobre o Prémio EDP Novos Artistas, participou na curadoria da residência artística dos alunos na Plataforma RAUM. Desenvolve desde os anos noventa, projetos pessoais centrados na imagem quotidiana e no questionamento do valor do referente como elemento simultaneamente documental e artístico; colabora, expondo e apresentando os projetos em diferentes publicações (Camera Austria (A), DayFour magazine (UK), Purple Fashion (F), B&W Magazine (USA), Dna (P), Artes & Leilões (P) e instituições (Arquivo Fotográfico de Lisboa, Museu da Imagem em Braga e Mamac: Musée d`art moderne et d`art contemporaine em Liège.


Emília Tavares – Nota Biográfica

Conservadora e curadora para a área da Fotografia e Multimédia, no Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado - (Lisboa). Mestre em História da Arte pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. É investigadora de História da Fotografia. Tem desenvolvido uma atividade regular na área da crítica, bem como na realização de seminários e conferências, em diversas instituições. Tem diversos ensaios e catálogos publicados sobre fotografia portuguesa e cultura visual. Comissariou diversas exposições no âmbito da história da fotografia portuguesa e da arte contemporânea.

 

Filipe Figueiredo – Nota Biográfica

Doutorado em Estudos Artísticos, com uma tese dedicada ao estudo dos modelos e práticas da fotografia de teatro em Portugal – “O insustentável desejo da memória (1868-1974)” (Bolseiro FCT) –, é Investigador do Centro de Estudos de Teatro (FLUL) onde coordena o Grupo de Investigação Teatro e Imagem. Integrou o Projecto OPSIS – base iconográfica de teatro em Portugal (2008-2010) e tem colaborado em diversas iniciativas e em vários projectos no cruzamento dos estudos de imagem com os estudos teatrais e performativos. Desenvolveu estudos de Mestrado em História da Arte (FCHS/UNL), tendo concluído uma tese dedicada ao estudo da obra de Domingos Alvão e da Fotografia Portuguesa na primeira metade do séc. XX, área em que publicou vários artigos. Contam-se entre as suas publicações: "Fora de Cena – a fotografia como metonímia e memória do teatro [2012]", in Margarida Medeiros (ed.), Fotogramas: ensaios sobre fotografia. Lisboa: Documenta, 2016; "Dos tableaux-vivants à fotografia de teatro", in Diderot: paradoxos de um ator. Paris: Éditions Manuscrit, 2015; "Noel Magalhães: a pulsão do olhar", in Viagem no tempo e espaço de Noel Magalhães. Régua: Museu do Douro, 2014; "O Arquivo de Fotografia e a Construção da Memória", Workshop Fotografia Investigação Arquivo, MNTD e CHAIA Univ. Évora, 2014, e-book; "Forrester, um amador de fotografia em Portugal", in Isabel Cluny (ed.), Barão de Forrester: Razão e Sentimento - Uma história do Douro (1831-1861). Peso da Régua: Museu do Douro, 2008.. É Professor Auxiliar do IADE e Professor Adjunto na ESTAL.

 

Paulo Ribeiro Baptista – Nota Biográfica

Doutorado em História da Arte Contemporânea pela FCSH da UNL, com uma tese sobre teatro e fotografia em Portugal, é investigador do Instituto de História da Arte da mesma Universidade, do Centro de Estudos de Teatro da FLUL e também do Museu Nacional do Teatro e da Dança. Tem estudado as ligações entre a fotografia, teatro e política, bem como outras dimensões desses campos de estudo, repartindo a sua atividade profissional entre os museus, o teatro e a fotografia. É autor de livros, artigos científicos, comunicações e artigos de divulgação sobre temas de fotografia, história da arte, história do teatro, imagem e museologia. Tem leccionado história da arte e história da fotografia. É coeditor da revista Gardens & Landscapes of Portugal.