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Fundação António Quadros
Citações Imprimir e-mail

Bem haja o sol! Parece uma laranja a escorrer sumo! - disse a mulher da banca, olhando o Sol de frente, em linha recta.
E eu pensei: de que vale ser poeta?

in Cidade em Flor, 1924


Para uma senhora da melhor sociedade era de bom tom ter poucos vestidos. Mulher que andasse a variar, ou era nova-rica ou «senhora alegre», como se dizia
Tenho uma vida muito comprida. Vivi a primeira guerra mundial, a guerra de Espanha, a segunda guerra, e depois a guerra colonial. Tudo no meu tempo: quatro guerras. Só isso dá uma vivência extraordinária.
Aos meus filhos, por amor dos quais teimo em viver
Aos meus amigos e aos meus leitores por amor dos quais temo em escrever

Dedicatória de 70 Anos de Poesia


Ó Mãe, eu não sei nada!
Reminiscência in Trinta e Nove Poemas, 1941


Não fora o mar e comeria à mão, não fora o mar e aceitaria o freio!
Não Fora o Mar in Trinta e Nove Poemas, 1941


Agora, o meu querer era mais fundo: dum lado eu, do outro o mundo.
Alma, Sonho, Poesia in Trinta e Nove Poemas, 1941


No Continente havia tanta gente que eu não cabia.
Era estreito demais o meu quinhão de céu.
Pobre demais a minha ração de ar…

Oh, o Meu Branco Veleiro in Exílio, 1952


Não mais filosofias de vaidoso esteta e não mais este orgulho: sou poeta!

Meditação in Exílio, 1952


Só, eu fiquei, mas sem mim, que a mim também me levaste…
Partiste, Voltaste… in Asa no Espaço, 1955


Vida ou morte, que importa?
Para entrar e sair a porta é a mesma:
Senhor, abre-me a porta!

Uma Fonte, Uma Asa… in Asa no Espaço, 1955


E hoje, perdida, quem te há-de achar? A morte ou a vida?
Mulher Perdida in Asa no Espaço, 1955


Este doido prazer de respirar!

Alegria D’Aquém e d’Além Mar, 1935
                                             

- Avó, quantas estrelas há no céu?
- Duas, Maria da Lua: a minha e a tua.
- Eu também tenho uma estrela?
- Tens, Maria da Lua.
- E qual é, onde está?
- Não sei, tens de escolhê-la…

In Maria da Lua, 1945


Porque chamamos vivos aos que esperam a vez, marcando passo?
E mortos aos que se libertaram e são livres no espaço?

Nascer, Morrer, in Asa no Espaço, 1955


Senhor, como é possível a descrença,
imaginar, sequer, que ao fim da Estrada,
se encontre após esta ansiedade imensa
uma porta fechada e mais nada?
Os Anos São Degraus, in Asa no Espaço, 1955


Por isso espero a morte sem terror, sem temer o castigo.
Porque há-de recear-se a paz, o amor? Receia-se o inimigo.

De Barro, Como os Outros, in Asa no Espaço, 1955


Mas, e se a alma se parte, se esborracha?

O Pequeno Acrobata,  in Asa no Espaço, 1955

Onde estais, empadinhas e pastéis? Onde estais, fricassés da minha infância?
in Bloco 65, 1965


Era uma quinta velha, com buxos e loureiros,
mas um dia assinaram-se cheques e vieram pedreiros…

in Bloco 65, 1965


É num jardim que vive a filha que nunca tive…
Intervalo, in E eu Saudosa, Saudosa, 1973


Não creias que o sofrimento, Poeta, te cause dano:
Poemas são como filhos, não hesites, rasga o peito, como faz o pelicano...

Três Haikhu, in E eu Saudosa, Saudosa, 1973


Ó árvore, alguém pensou na tua imensa alegria quando enfim rompeste a crosta e alcançaste a luz do dia?
Ó Árvore, in E eu Saudosa, Saudosa, 1973


Castelo de Marvão, águia real, asas abertas sobre Portugal
pousada no granito da montanha…

Marvão, in Ó Meu País!, 1976


Agora, a tantos anos de distância,
já  não sei se inventei a minha infância,
se a Índia foi verdade ou foi miragem…

A Índia Foi Verdade? in Ó Meu País!, 1976


… Mas hoje, ó meu país, a tua glória,
o teu destino é descobrir a paz,
e o mundo saberá  mais uma vez
de quantas maravilhas és capaz!

Ó Meu País! in Ó Meu País!, 1976


Não me acordou nem o chá  nem o jornal. Acordou-me o Domingo.
Se os poetas dessem as mãos e fechassem o Mundo no grande abraço da Poesia?

Se os Poetas Dessem as Mãos, in Ronda das Horas Lentas, 1980-1989