Subscrever Newsletter
 
Fundação António Quadros
Poemas Imprimir e-mail

 Autores 
Poemas
A Sombra de um Salgueiro
Alegria
Alma, Sonho Poesia
Amo as palavras
Antero
Aroma, Essência, Pólen, Harmonia...
Asa no Espaço
Até que um dia...
Canta. Busca na vida o que é perfeito
Casa Velha
Difícil Alquimia
Educação Sexual
Eu!
Já não vivo, só penso
Mais um dia perdido
Meditação
Menina Perdida
Mulher Perdida
O Saco de Retalhos
O Segredo é Amar
Pássaro Azul
Primavera
Primeira Hora
Quando te dói a alma
Rasga o peito
Se tudo quanto existe
Sei enfim o que aconteceu
Solidão
Um grande amor
Uma tardia, triste Primavera
Urgente

Mais um dia perdido

Há dias e que tudo é sem remédio,
em que tudo começa e acaba torto.
Uma folha caiu:
era um pásaro morto.

Neblina. Fim de tarde. Fim de Outono.
Nada nos fala, nos atrai, nos chama.
Choveu, parou a chuva,
ficou, porém, a lama.

Um banco no jardim. Árvores nuas,
um cisne velho, um tanque, água limosa,
nem a relva ficou,
quanto mais uma rosa.

Há barcos, há gaivotas sobre o rio,
e nas ruas há gente, há muitas casas.
Mais um dia perdido:
arrancaram-lhe as asas.

Fernanda de Castro, in «Urgente»