Quando te dói a alma
Quando estás descontente, quando perdes a calma e odeias toda a gente, quando te dói a alma, quando sentes, cruel, o prazer da vingança, quando um sabor a fel te proíbe a esperança, quando as larvas do tédio te embotam os sentidos, e o mal é sem remédio e a ninguém dás ouvidos, nega, recusa a dor, abandona o deserto das almas sem amor e mergulha o olhar em tudo o que está certo, o mar, a fonte, a flor. Fernanda de Castro in «Poesia II»
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