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Solidão

Eu tinha medo à solidão. Temia
encontrar-me comigo, frente a frente,
e resignar-me a viver contente
já que viver feliz eu não podia.
Queria à minha volta muita gente,
repartia em minutos o meu dia
procurando a ilusão duma alegria
que tanto desejara inutilmente.
Mas breve compreendi que a solidão
era não ter ninguém no coração,
e buscando outro fim para os meus passos,
eu fiz da vida um canto mais profundo
e, pouco a pouco, limitei o mundo
à reduzida curva dos meus braços.

Fernanda de Castro, in «39 Poemas», 1942