Subscrever Newsletter
 
Fundação António Quadros
Poemas Imprimir e-mail

 Autores 
Poemas
A Sombra de um Salgueiro
Alegria
Alma, Sonho Poesia
Amo as palavras
Antero
Aroma, Essência, Pólen, Harmonia...
Asa no Espaço
Até que um dia...
Canta. Busca na vida o que é perfeito
Casa Velha
Difícil Alquimia
Educação Sexual
Eu!
Já não vivo, só penso
Mais um dia perdido
Meditação
Menina Perdida
Mulher Perdida
O Saco de Retalhos
O Segredo é Amar
Pássaro Azul
Primavera
Primeira Hora
Quando te dói a alma
Rasga o peito
Se tudo quanto existe
Sei enfim o que aconteceu
Solidão
Um grande amor
Uma tardia, triste Primavera
Urgente

Uma tardia, triste Primavera

Anda florindo, no meu corpo exausto,
uma tardia, triste Primavera,
sem delírios de pétalas, sem fausto,
antes de musgos e de folhas de hera.

Vulcão morto sem lavas, sem cratera;
fio de água, bebido hausto a hausto,
tímida pausa no devir, à espera
de não sei que alquimia, que holocausto.

Primavera de nervos, de vontade.
Ao peito, as flores roxas de saudade,
Primavera de restos, de farrapos,

de grinaldas de tempo, trepadeiras
de penas, de cuidados, de canseiras,
Primavera sem pássaros, com sapos.

Fernanda de Castro, in «Ronda das Horas Lentas», 1989