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Fundação António Quadros
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Poemas
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Sei enfim o que aconteceu
Solidão
Um grande amor
Uma tardia, triste Primavera
Urgente

Antero 

Antero, aqui viveste nestas Ilhas
de princípio do mundo, de inocência,
em que as névoas, as brumas são mantilhas
de rosada, impossível transparência.

Teus rochedos emergem como quilhas
de barcos embalados em cadências
por este mar azul de maravilhas
em que as vagas são pétalas de hortênsia.
E contudo sofreste. De beleza
sofre-se às vezes mais que de tristeza,
sofre-se o vento, a bruma, a noite, o dia,
a muralha do tempo e do Impossível,
sofre-se o que se diz e o indizível.
De que morre o Poeta? De Poesia.

Fernanda de Castro, in «Na Ronda das Horas Lentas», 1989