2016 - TEATRO |
PRÉMIO ANTÓNIO QUADROS 2016
CATEGORIA: Teatro. EQUIPA DE COORDENAÇÃO: Mafalda Ferro; José Carlos Alvarez. JÚRI: José Carlos Alvarez, presidente; Ana Isabel de Vasconcelos, vogal; Duarte Ivo Cruz, vice-presidente; José Sinde Filipe, vogal. RELATÓRIO DO JÚRI: Em preparação. VENCEDORA: Carmen Dolores. TROFÉU: Troféu “Vida”, da escultora Cristina Rocha Leiria. CERIMÓNIA DE ENTREGA: Em casa da laureada, data a divulgar brevemente.
CARMEN DOLORES – NOTA BIOGRÁFICA É impossível referir aqui todo o seu percurso de vida, mesmo mencionando apenas a sua actividade profissional. Citamos, por isso, apenas uma pequena parcela do muito que fez em prol do Teatro e decidimos acrescentar alguma informação que poucos conhecem e que recolhemos nos documentos preservados na Fundação António Quadros:
A sua estreia em teatro acontece mais tarde, em 1945, associada à Companhia Os Comediantes de Lisboa, com sede no Teatro da Trindade. Em 1959, recebe o Prémio de Melhor Actriz pela sua actuação na peça Seis personagens à procura de um autor, de Luigi Pirandello. Integra o grupo de actores criadores do Teatro Moderno de Lisboa e continua, ao longo da vida, a assumir diferentes funções associadas ao Teatro, ao Cinema, à Rádio, à Televisão e à Arte de Dizer tendo sido gravados diversos discos com poesia recitada por Carmen Dolores.
Música e Canto Coral: Nina Marques Pereira e Arminda Correia; Canto (método Ward): Júlia de Almendra; Teatro: Eunice Muñoz e Carmen Dolores; Desenho: Sarah Afonso e Inês Guerreiro; Arte de Dizer: Maria Germana Tânger; Bailado e Mímica: Ana Máscolo e Águeda Sena.
Lembro-me de a ver e ouvir em casa da minha avó, a poetisa Fernanda de Castro, de quem Carmen Dolores era muito amiga, participando em tertúlias literárias, musicais e dramáticas que, aí, amiúde, aconteciam. Além da sua presença, recordo a de muitos e saudosos amigos - artistas plásticos, teatrais e musicais, cineastas, escritores e poetas, entre os quais lembro muito especialmente:
Carmen Dolores colaborou ainda, nos anos sessenta, no “Teatro de Câmara António Ferro”, projecto criado por Fernanda de Castro que nasceu informalmente em sua casa na Calçada dos Caetanos e teve continuidade, de uma forma mais profissional, em diversos teatros de Lisboa.
JÚRI – NOTAS BIOGRÁFICAS JOSÉ CARLOS ALVAREZ é licenciado em Filosofia e pós-graduado em Ciências Documentais e em Gestão das Artes. Trabalha há mais de 25 anos no Museu Nacional do Teatro, agora Museu Nacional do Teatro e da Dança, tendo assumido a sua direcção em 2001. Assinou diversos artigos e textos publicados, no domínio das Artes do Espectáculo e na área da Museologia. Coordenou a edição e/ou foi autor de várias monografias e catálogos, Foi responsável pela criação da exposição permanente do Museu Nacional do Teatro e da Dança, bem como de 16 exposições temporárias. É membro efectivo do ICOM (International Council of Museums) e da SIBMAS (International Association of Libraries and Museums of the Performing Arts) de que fez parte do comité executivo entre 2006-2008. Em 2009, recebeu, na qualidade de director do Museu Nacional do Teatro e da Dança, o Prémio Pro-Autor, atribuído pela Sociedade Portuguesa de Autores.
Licencido em Direito pela Universidade de Lisboa, foi professor da Universidade Católica Portuguesa, da Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa e da Universidade Mackenzie de São Paulo. Publicou na INCM diversos estudos e recolhas da obra de dramaturgos portugueses e brasileiros e três volumes da colecção «O Essencial sobre», sendo o último O Tema da Índia no Teatro Português (2011).
Assinou diversos artigos e publicações das quais se destaca, entre muitas outras, Repertório Teatral na Lisboa Oitocentista (1835-1846) em co-autoria com Ana Clara Santos, 2007; ‘Falar Verdade a Mentir’, de Almeida Garrett, edição didáctica destinada a alunos do 8.º ano de escolaridade, em co-autoria com Glória Bastos, 2006; O Teatro em Lisboa no Tempo da Primeira República, em co-autoria com Glória Bastos, 2004; O Teatro em Lisboa no Tempo de Almeida Garrett, 2003; O Drama Histórico Português no Século XIX (1836-56), 2003.
JOSÉ SINDE FILIPE estudante da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, abandonou os estudos em prol do teatro. Iniciou-se no Círculo de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra, que ajudou a fundar, e estreou-se profissionalmente no Teatro Experimental do Porto, sob a direcção de António Pedro. Na mesma companhia interpretou sobretudo autores portugueses, como Raul Brandão, Bernardo Santareno e Miguel Torga. Graças a uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian estabeleceu-se em França, onde estudou Encenação no Centre Dramatique de L' Est. Foi aluno de Marcel Marceau, Jacques Lecoq e René Simon. No Brasil, em 1962, dirigiu, entre outras, peças de Bertolt Brecht e de Simone Marchad. De volta a Lisboa, ingressa na companhia Rey Colaço-Robles Monteiro. Encena e interpreta duas peças proibidas pela censura, Sob Vigilância de Jean Genet e A Oração de Fernando Arrabal. Na Companhia de Amélia Rey Colaço, integra o elenco fixo e representa diversas peças de Calderón de la Barca, Durrenmatt, Pirandello ou Harold Pinter. Passou depois pelas companhias residentes do Teatro São Luiz, Teatro Maria Matos, Teatro Villaret,A Barraca e Companhia de Laura Alves. Participar e colabora em várias filmes, curtas-metragens, novelas e séries televisivas. Na arte de dizer, tem uma discografia com a poesia de Fernando Pessoa. |