Citações

Dificilmente cria discípulos e faz escola quem não exprime com o fogo de uma permanente descoberta, quem não aceita a todo o instante o risco de errar, entregando-se à hipótese filosófica não apenas como inteligência lúcida mas sobretudo com a tensão espectante de todas as faculdades anímicas e espirituais.
"A Cultura Portuguesa perante o Existencialismo"
em Sartre e o Existencialismo de Ismael Quiles
(Arcádia, 1959)
 
Na hora destinal do fim,
no limite do fracasso,
no tempo cadente da derrota,
eu canto,
eu canto a esperança.
Imitação do Homem, 1996


A manhã  renasce em todos os momentos.

Ode à  Alegria, 1996


O erro é não só educativo, mas também cultural.
Problemática concreta da cultura Portuguesa, 1957


Esse mundo melhor, é o mundo em que vivemos.
Introdução a uma Estética Existencial, 1954


Oferecer aos homens da terra uma antevisão do céu conseguida por meios humanos…
Introdução a uma Estética Existencial


O Quinto Império é um mundo de valores que nos pertence a nós criar.
D.N. Março de 1993 (10 dias antes da sua morte)


Interrogar é já crer,
a descrença humana não existe.

Ode à  Crença, 1996


Às vezes penso que Fernando Pessoa
é uma presença de que não me consigo livrar…

Entrevista concedida a Maria Antónia de Sousa, Diário de Notícias


Uma só  mulher contém todas as mulheres
e todas as mulheres não são ainda a Mulher.

Histórias do Tempo de Deus, 1996 


Simplificar não é assim tão fácil, no nosso tempo.

Viver Fora de Si, Franco-Atirador, 1970


O uso desonesto da palavra é um dos maiores flagelos da humanidade de hoje.

A palavra que Vende, Franco-Atirador, 1970


Somos cegos para os defeitos alheios, e não temos olhos que cheguem para admirar, incensar, idolatrar as qualidades e os triunfos dos países «cimeiros» …

Veio com pezinhos de lã, e as pessoas não deram por ela (desta vez não se ouviram gemidos e não houve silvos de chicote). A nova escravatura.
Silenciosamente, insidiosamente…, Franco-Atirador, 1970


Que humano, hoje, pode e sabe não ser desumano?

Crueldade e Indiferença, 1970


Nenhum sistema ou nenhuma ideologia pode hoje considerar-se a salvo de suspeita, pode ver-se como solução absoluta, universal e salvadora.

Franco-Atirador, 1996


A literatura, a arte, o pensamento de um povo constituem os seus mais fiéis documentos de identidade…

Estruturas Simbólicas do Imaginário na Literatura Portuguesa, 1992


O racismo ensina o que o homem ainda é.

Presença do Irracional, Franco-Atirador, 1996


Todo o amor que aparentemente morreu é todavia vivo.

Anjo Branco, Anjo Negro, 1973


A paixão que hoje se revela por Pessoa, é  uma paixão por Portugal, pelo Portugal que ele simboliza.

O Jornal, 1986, entrevista a Fernando Dacosta


Há  fundadas razões para esperar que as novas gerações, libertas de complexos e avisadas pelo fracasso da cultura estrangeira e internacionalista que domina as superstruturas e os seus poderes em vários planos, consigam inflectir a tendência autodestrutiva, a tempo de salvarem esta velha e nobre pátria da queda no anonimato histórico, ou num provincianismo onde só restariam alguns tipismos regionais sem dimensão nacional.

O Jornal, 1986, entrevista a Fernando Dacosta


Em toda a mulher que vive e morre existe uma fidelidade absurda e transcendente, face à qual todos os desvios são mágoa.

Anjo Branco, Anjo Negro, 1973


Toda a beleza é aviso.

Imitação do Homem, 1996


Portugal, mais do que um país, é uma mátria, uma utopia, um afecto, uma ficção - um romance.  Os Portugueses vão de novo apaixonar-se por ele.

Entrevista a Fernando Dacosta, em «O Jornal», 1986


O escritor não tem verdadeiramente um lugar na sociedade, e isso paga-o em humilhações sem conta. O trabalho intelectual é de todos o mais mal remunerado. As iniciativas dos intelectuais são acolhidas com sorrisos. Ficamos então irremediavelmente desonrados, perante uma Sociedade que em última análise triunfa?

Reflexões sobre o Escritor, revista Espiral, 1966


O patriotismo é um fenómeno cultural, muito diferente do nacionalismo que é um fenómeno político. Não devemos confundi-los, uma coisa é a nação, outra a Pátria.

Entrevista a Fernando Dacosta, «O Jornal Ilustrado», 21.1.88