De Francisco d'Orey Manoel

ENTREGA DO «TROFÉU VIDA», CONCEBIDO PELA ESCULTORA CRISTINA ROCHA LEIRIA, A MARIA ISABEL TORRES BAPTISTA PARREIRA JONET, por Francisco d'Orey Manoel.

 

Senhora Dra. Isaura Morais, Presidente da Câmara Municipal de Rio Maior, Cara Dra. Isabel Jonet, nesta ocasião, galardoada com o Prémio António Quadros 2019 (sei que não gosta de ser elogiada, mas hoje vai ter de “sofrer” um pouco…), Senhora Presidente da Fundação António Quadros, Querida Amiga Mafalda Ferro, Senhor Dr. João Rebocho, Presidente da Junta de Freguesia de Rio Maior, Minhas Senhoras e meus Senhores:

 

Como é do conhecimento geral, a Fundação António Quadros tem vindo a desenvolver um trabalho notável em prol da cultura lusa, através do apoio concreto a investigadores, que têm consultado muita documentação e requisitado o rico espólio bibliográfico. Para além da promoção da investigação, através da disponibilização deste importante acervo, a Fundação têm vindo a implementar outras iniciativas, das quais destaco agora: a edição de livros; a regular publicação de newsletters, com artigos de grande interesse; a organização de conferências e a participação em colóquios; assim como a entrega anual do Prémio António Quadros que pretende destacar algumas atividades desenvolvidas por Fernanda de Castro, António Ferro, e por seu filho António Quadros. Assim, desde 2011 a Fundação tem vindo a galardoar especialistas e personalidades que se distinguiram em diferentes temáticas, como é o caso de:

2011, a Filosofia, na obra "Natureza, Razão e Mistério", do filósofo Afonso Moreira da Rocha; 2012, a Poesia, na obra "Lendas da Índia", de Luís Filipe Castro Mendes; 2013, o Romance, na obra "A Cidade de Ulisses", de Teolinda Gersão; 2014, a Literatura Infanto-Juvenil, na obra "Nunca digas Nunca!", de Lara Xavier; 2015, a Imprensa, na obra de Francisco Pinto Balsemão, nomeadamente, através do jornal «Expresso»; 2016, o Teatro, na carreira e obra de Carmen Dolores; 2017, a Fotografia, na obra de Pedro Letria; 2018, o Turismo, na obra de Margarida Magalhães Ramalho, nomeadamente pelo Museu "Vilar Formoso: Fronteira da Paz"; e em 2019, o Empreendedorismo Social, sendo que o júri, composto por 13 elementos, quis atribuir este prémio a ISABEL JONET…

O seu empreendedorismo, as suas ideias inovadoras, e o seu trabalho metódico têm permitido organizar, não só a estrutura dos Bancos Alimentares, como também lançar a Entrajuda, outra organização em que Isabel Jonet está intimamente relacionada.

Relativamente ao Banco Alimentar conseguiu reunir recursos humanos, verbas, voluntários, e implementar esta ideia notável em todo o território. Será bom destacar que, o seu dinamismo fez nascer, mais recentemente, uma ideia com contornos ambientais e de solidariedade; através da campanha "Papel por Alimentos". Através desta iniciativa a Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares recebe alimentos para serem distribuídos pelos mais carenciados, a troco de papel inutilizado.

Será bom recordar aqui que, nas diferentes fases da nossa vida, todos nós precisamos de diversos tipos de apoios e, por outro lado, devemos estar sempre disponíveis para partilhar o nosso tempo em favor dos outros. Também, por isso, é urgente acarinharmos este tipo de projetos, cujo trabalho se destina a tornar mais digna a vida de muitas famílias, contando com a participação de voluntários anónimos, aqui representada pela Isabel Jonet.

Com a entrega deste prémio a Fundação António Quadros acrescenta mais uma personalidade que irá, sem dúvida, enriquecer a lista dos galardoados com o Prémio António Quadros.

Não posso deixar de aproveitar esta ocasião para fazer alguns agradecimentos específicos, nomeadamente:

- À Câmara Municipal de Rio Maior pelo importante apoio que, desde 2013, tem vindo a prestar à Fundação; sem a sua acção, não teria sido possível que a nossa amiga Mafalda levasse a cabo este trabalho de grande fôlego, com um orçamento diminuto… Muitos parabéns, Mafalda.

- Aos membros do júri (Ana Correia, Francisco Ferro Gautier, Gonçalo Sampaio e Mello, José Esteves Pereira, José Guilherme Victorino, Madalena Ferreira Jordão, Manuela Dâmaso, Patrícia Cunha, Paulo Ribeiro Baptista, Pedro Martins, Teresa Diniz, Vera Pimenta Roquette, Francisco d'Orey Manoel), pela importante selecção que levaram a cabo, salientando e agradecendo a presença, hoje, de Madalena Ferreira Jordão, Teresa Samwell Diniz, José Esteves Pereira, Paulo Ribeiro Baptista, Francisco Ferro Gautier.

- À Isabel Jonet que tem vindo a praticar obras de misericórdia (“dar de comer” e “dar de beber”), permitindo o envolvimento de muitos voluntários que praticam gestos solidários, os quais devem ser multiplicados, tendo em vista aumentar o espírito de partilha... Bem haja.

Revelo ainda aqui uma curiosa faceta da nossa homenageada: Isabel Jonet, desde cedo, demonstrou ser sentimental e emotiva. Em pequena passava do choro ao riso com a maior facilidade. Os mais velhos sabem que, nos anos 60, as ordens religiosas que tinham colégios, possuíam uma área de clausura. Só em caso de necessidade, é que o sacerdote e o médico (devidamente acompanhado) entravam nesse espaço reservado, quase “sagrado”. No entanto, a pequena e determinada Isabel Jonet quis confirmar se as irmã religiosas passavam frio ou se viviam no escuro… e assim quebrou a regra e irrompeu pela clausura a dentro…

Fundação tem cartas, fotografias e outra documentação sobre a família Goemaere, que foi recebida por António Ferro em sua casa, uma vez que vinham fugidos da Guerra. Muito mais tarde, Isabel Jonet esteve na Bélgica, em casa dos Goemaere. Quem sabe se esta poderá ser uma oportunidade para restabelecer contactos com os descendentes Goemaere… E, a Fundação tem na sua biblioteca o livro “Si le monde aurait été plus grand” de Pierre Goemaere.

Boa tarde.