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Newsletter Nº 109 / 14 de Maio de 2016
Direcção Mafalda Ferro Edição Fundação António Quadros
ÍNDICE

01 Teresa Rita Lopes: uma justa homenagem, por Mafalda Ferro.

02 Mário de Sá-Carneiro, por António Quadros.

03 Mário de Sá-Carneiro, por Mafalda Ferro.

04 Mário de Sá-Carneiro – breve página de vanguarda e boémia?

05 Declaração de interesse cultural para efeitos de mecenato, por Ministro da Cultura.

06 XXVI Festa do Espírito Santo, Arrábida, Domingo de Pentecostes - Convite.

07 Centro Nacional de Cultura, em Rio Maior, por Fundação António Quadros.

08 FESTA S. O. S. AZULEJO. Divulgação.

09 I Congresso Internacional "Camilo: o homem, o génio e o tempo". Divulgação.

10 2.º Seminário de Preservação Comum de Património Digital. Divulgação.

11 Livraria - Promoção do mês: Mário de Sá-Carneiro: Obra poética completa.

EDITORIAL

por Mafalda Ferro


A presente newsletter é dedicada a Mário de Sá-Carneiro e aos "De Orpheu", à exposição organizada pela Fundação António Quadros e, aos estudos e publicações de António Quadros sobre a sua obra.

Em 1957, na prefácio de “Saudades de Mim”, de António Ferro, António Quadros escreveu que:

Se tivesse de apontar os momentos decisivos, os instantes culminantes, as raízes visíveis e palpáveis da carreira de António Ferro, não hesitaria em escolher três factos que, perdidos no passado, constituíram na realidade como que iniciações, recortando-se sempre no seu espírito com a nitidez dos princípios luminosos que, no duplo sentido da palavra, acompanham os homens superiores em todos os actos das suas vidas. É sintomático que esses três princípios ou iniciações correspondam aos nomes de três homens: Mário de Sá-Carneiro, Sidónio Pais e Gabriel d’Anúnzio.

Foi com grande alegria que, no dia 2 de Maio, recebemos duas alunas do Curso Profissional de Técnico de Multimédia

da Escola Secundária Dr. Augusto César da Silva Ferreira, Matilde Botelho e Ana Salomé Santos que, nesse dia, iniciaram o seu estágio de dois meses na Fundação António Quadros. 
O Programa de Estágios promovido pela Fundação tem como objectivo a estruturação de alunos sem experiência profissional com vista à sua preparação para a execução de uma actividade profissional.

Este programa incide na aquisição de conhecimentos e ompetências, na eficácia, responsabilidade e cumprimento de horários, na execução das tarefas propostas, na criação de metodologias de acordo com as características de cada aluno e com os objectivos da entidade de acolhimento, neste caso da Fundação. Dá-se também especial relevo ao trabalho em equipa, ao atendimento do público e ao trato com os colegas. 


A terceira Tertúlia do Ciclo “Em Busca de Eça” coordenado por Judite Lima acontecerá no dia 27 de Junho, às 18.30, no Palácio dos Aciprestes – Fundação Marquês de Pombal em Linda-a-Velha, sob o tema “O conto - sua Importância no imaginário queirosiano", com a participação de Annabela Rita, da Faculdade de Letras de Lisboa.


Boa leitura.

 

01 TERESA RITA LOPES: UMA JUSTA HOMENAGEM
por Mafalda Ferro

Em 2009, contactei a Professora Teresa Rita Lopes de quem apenas conhecia os laços intelectuais e afectivos que a uniam a António Quadros, meu pai.

Um pouco insegura da sua reacção, convidei-a a ocupar um lugar no Conselho Consultivo da Fundação António Quadros e logo me senti à-vontade pois, além de prontamente aceitar o meu convite, falou-me da grande amizade, gratidão e admiração que sentia por meu pai.

A Teresa Rita, sempre com histórias para contar, sabedoria para transmitir, experiência e talento para partilhar, tem estado sempre disponível para ajudar a Fundação.


Depressa, me habituei a receber um poema ou uma palavra de ternura nos momentos felizes e, também, nos menos fáceis. Considero-a, hoje, uma grande amiga.


António Quadros está sempre comigo: os três volumes encadernados a vermelho e dourado, da Lello Editores, "Obras de Fernando Pessoa" (que me ofereceu, com dedicatória) estão sempre à mão de consultar. Continua a ser a mais completa edição das obras reunidas de Pessoa e seus "outros", que em boa hora editou em 1986. Nos comentários que vai fazendo ao longo dos diferentes capítulos, reencontro a inteligência e a sensibilidade que me permitiu partilhar com os meus alunos quando com elas nos brindou, de viva voz, nas minhas aulas de Mestrado de Estudos Pessoanos.

                      Teresa Rita Lopes, em carta a Mafalda Ferro, 5 de Julho de 2010.

 

Ontem, dia 13 de Maio, Teresa Rita Lopes foi homenageada no Grémio Literário, em Lisboa. Para nos falar da sua vida e obra, estavam Clara Rizo, directora da Casa Pessoa, Teresa Carvalho, investigadora da Universidade de Coimbra e foi lido um texto de José Jorge Letria, presidente da SPA.
Gostei muito de os ouvir mas de quem gostei mesmo, foi da homenageada que connosco partilhou histórias de vida, suas e de Pessoa, com a paixão e humor a que nos acostumou.

 
02 Mário de Sá-Carneiro
por António Quadros

Que escritor e poeta teria podido ser Mário de Sá-Carneiro, caso não tivesse desaparecido tão novo, aos 26 anos? Não é fácil conjecturar. Será que a loucura, a morte e o suicídio estavam desde o princípio inscritas na sua novelística e na sua poesia? Será que, mais tarde ou mais cedo, o seu fim teria sido o mesmo ou será que o sentido cifrado da sua obra é o de simbolizar superlativamente a fragilidade deste bípede implume, o homem, destinado a cair como Ícaro ao tocar o Sol, ou a perder-se com eternas saudades de mim no labirinto do seu misterioso, sempre que ousando aspirar ao Oiro de uma grandeza recôndita e virtual?”

António Quadros em Mário de Sá-Carneiro: Obra poética completa (1903 – 1916).
Lisboa: Publicações Europa-América, 1991.


 Obras de Mário de Sá-Carneiro organizadas, comentadas, anotadas, prefaciadas por António Quadros

 
03 - MÁRIO DE SÁ-CARNEIRO
por Mafalda Ferro

A extrema sensibilidade, timidez e imaturidade de Mário de Sá-Carneiro e, por consequência, a sua imensa dependência afectiva e intelectual, são características resultantes, em grande parte, de circunstâncias da sua infância e do início da juventude (morte da mãe, ausência e permissividade do pai, exagerado proteccionismo por parte da ama e das criadas).


A sua maneira de ser e o facto de, durante as frequentes viagens do pai, ter sido entregue aos cuidados de uma ama que o mimava e lhe poupava todos os gestos e esforços (com 14 anos ainda não se vestia sozinho), são factos que irão influenciar de forma negativa o seu relacionamento com os colegas e determinar a forma como viveu e como escolheu morrer.

Tratado como um rei por quantos o rodeavam, Sá-Carneiro sentia-se fisicamente desajeitado, com braços compridos, feio, obeso… - assim se retratou através das personagens que criou.
Sem dificuldades financeiras, Mário de Sá-Carneiro lança-se desde cedo em diversas iniciativas literárias que o seu pai financia com muito orgulho e amor.

Contam-se entre aqueles com quem trocou “desesperadamente” correspondência e com quem criou e participou em tertúlias e projectos – além de Fernando Pessoa - António Ferro, Augusto Cunha, Cortes-Rodrigues, Ponc
e de Leão, Alfredo Pedro Guisado, Luís de Montalvor, José Pacheco e muitos outros.


Fascinado pelo teatro, pelas acções dramáticas e marcado pelo suicídio espectacular do seu amigo Tomás Cabreira Júnior, Sá-Carneiro vive obcecado com a ideia da morte, da própria morte, como se conclui através da leitura das suas obras. Consciente ou inconscientemente, escreve a sua poesia, a sua narrativa, a sua vida e, até a sua morte, como peças em que só existe uma personagem: ele próprio.


O seu suicídio, derradeiro e supremo acto dramático, acontece em Paris onde morre tão sozinho como sempre se sentiu em vida.


Dispersão
, com capa de José Pacheco, uma das poucas obras que publicou, corrobora o facto de o seu autor ser considerado um Génio e uma das Figuras Grandes do Modernismo, em Portugal.

 

04 – MÁRIO DE SÁ-CARNEIRO – BREVE PÁGINA DE VANGUARDA E BOÉMIA?
por Fundação António Quadros

A exposição organizada pela Fundação António Quadros no âmbito do centenário da morte de Sá-Carneiro tem merecido o maior interesse por parte de quantos a visitaram já.

Patente até ao fim do mês de Maio, a exposição documenta através de elementos museológicos, peças gráficas, obras ´literárias e documentos preservados no arquivo da Fundação, a vida do Poeta Modernista desde os bancos do Liceu Camões em Lisboa até ao Hotel de Nice em Paris onde, no dia 26 de Abril de 1916, viria a por cobro à própria vida.

A Fundação António Quadros expõe manuscritos produzidos por quem Sá-Carneiro "desesperadamente" trocou correspondência e com quem participou em tertúlias e projectos literários. Salienta-se, especialmente, a relação epistolar (e, não só) existente e pouco divulgada, entre Sá-Carneiro, António Ferro, Augusto Cunha, Alfredo Pedro Guisado, António Ponce de Leão e, claro está, Fernando Pessoa. 



A exposição exibe ainda uma cronologia da vida do poeta, a sua bibliografia activa e passiva na qual se incluem as obras anotadas, organizadas e prefaciadas por António Quadros e, ainda, um interessante conjunto de recortes de imprensa e imagens.








 

05 DECLARAÇÃO DE INTERESSE CULTURAL PARA EFEITOS DE MECENATO
por Ministro da Cultura


Na sequência da candidatura apresentada pela Fundação António Quadros ao regime de Mecenato Cultural, foi declarado pelo Senhor Ministro da Cultura, Dr. João Soares, o Interesse Cultural do projecto “Apoio à investigação e Tratamento do acervo documental, bibliográfico e artístico da Fundação António Quadros 2016/2018”.

 

06 – XXVI FESTA DO ESPÍRITO SANTO  ARRÁBIDA, DOMINGO DE PENTECOSTES
Convite

O Convento Sonho e a Associação Agostinho da Silva convidam para a 26.ª Festa do Espírito Santo, domingo de Pentecostes, dia 15 de Maio, no Convento da Arrábida, conforme convite.

Das origens à actualidade com o Pensamento de Agostinho da Silva, António Quadros, Dalila Pereira da Costa, Frei Agostinho da Cruz e os místicos arrábidos.

Participação
: Associação Agostinho da Silva, Fundação António Quadros, Círculo do Entre-Ser, representantes de diversos grupos religiosos e culturais.

Esta sobrevivência da Festa do Espírito Santo em Portugal, apesar das dificuldades que teve através dos séculos, é um sinal para que no dia de amanhã os nossos filhos, os nossos netos, os nossos bisnetos, venham a constituir-se como fontes humanas entre os povos deste mundo, entre as culturas deste mundo. 

António Quadros, Arrábida, 19 de Maio de 1991.

 
07 – CENTRO NACIONAL DE CULTURA EM RIO MAIOR
por Fundação António Quadros


No âmbito dos “Passeios de Domingo” organizados pelo Centro Nacional de Cultura, a Fundação António Quadros recebeu no passado sábado, 7 de Maio, um grupo de visitantes que, acompanhado por Mafalda Ferro, teve oportunidade de conhecer o espaço, os patronos, os objectivos e as actividades da Fundação.


Os visitantes foram recebidos por Filomena Figueiredo, vereadora da cultura de Rio Maior, Mafalda Ferro, presidente da Fundação e Manuela Dâmaso que apresentou a exposição sobre Sá-Carneiro inaugurada nesse dia. Em ambiente de agradável tertúlia, Mafalda Ferro apresentou um powerpoint sobre Fernanda de Castro, António Ferro e António Quadros e, a todos, foi oferecida uma obra literária editada pela Fundação.


Depois do almoço no restaurante Palhinhas Gold, ainda em Rio Maior, os visitantes foram conduzidos por Carlos Pereira, arqueólogo da Câmara Municipal de Rio Maior, numa visita às escavações de uma vila romana descoberta na zona histórica da cidade e puderam visualizar os artefactos aí encontrados e reunidos na Casa Senhorial de Dom Miguel dos quais se destaca a Ninfa de Rio Maior.


O dia terminou com uma visita às Salinas conduzida por Lurdes Henriques da Câmara Municipal de Rio Maior.

  

 

08 – FESTA S. O. S. AZULEJO

Divulgação

No dia 4 de Maio, a escola secundária Don Sancho II, em Elvas, descerrou na sua fachada, um painel cerâmico, de Carlos Aurélio.

 
 09 – I CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE CAMILO: CALL FOR PAPERS

Divulgação


O I Congresso Internacional Camilo: o homem, o génio e o tempo realizar-se-á nos dias 9, 10 e 11 de Setembro de 2016 no Auditório Municipal de Ribeira de Pena e na Casa de Camilo em Friúme/Ribeira de Pena.


Call for Papers: Submissão de propostas: 
1.ª Chamada: 30 de Abril de 2016; 2.ª Chamada: 15 de Maio de 2016.


A aldeia de Friúme, situada no concelho de Ribeira de Pena, foi um dos cenários da vida de Camilo Castelo Branco; aqui se enamorou e casou com Joaquina Pereira de França, de quem teve a primeira filha, Rosa. Desta estadia fugaz por Friúme o escritor levou a essência da terra e das gentes que se verifica ao longo de toda a sua obra.

Pelos 175 anos do casamento de Camilo e Joaquina, realizado na Igreja Matriz do Divino Salvador, a Câmara Municipal de Ribeira de Pena (CMRP), em co-organização com a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), apresenta o I Congresso Internacional “Camilo: o homem, o génio e o tempo”, que vem dar seguimento ao trabalho já realizado pelos anteriores seminários de “Camilo e Ribeira de Pena” e abrir novas perspetivas de estudos camilianos.

A Comissão Organizadora convida todos os que se interessam por Camilo Castelo Branco a apresentarem propostas de comunicação que se enquadrem no tema que dá mote ao congresso: “Camilo: o homem, o génio e o tempo”.

Mais Info: http://www.cm-rpena.pt/cultura/?id=9 

 
10 – 2.º SEMINÁRIO DE PRESERVAÇÃO COMUM DE PATRIMÓNIO DIGITAL
Divulgação


A Direcção-Geral do Livro, dos Arquivos e Bibliotecas (DGLAB) vai realizar nos próximos dias 20 e 21 de Junho o 2.º Seminário de Preservação Comum de Património Digital.


Com a realização do evento em causa, pretende-se dar continuidade ao processo de reflexão e de debate transversal, iniciado no 1.º seminário, em Setembro de 2013, e prosseguido no Projecto Continuidade Digital - 2014 e 2015 -, sobre preservação comum de património digital e viabilidade, concretização e sustentabilidade da constituição de uma rede.


Dinamizar o público e os actores das Comunidades de Prática (CdP) através da divulgação, discussão, validação, de forma participativa, dos resultados do projecto, perspectivar cenários futuros de preservação digital e cooptar massa crítica para a constituição de uma rede de preservação comum de património digital são alguns dos desafios que a iniciativa se propõe desencadear e debater.


Mais informações

Programa provisório

Inscrições

 
11 LIVRARIA: PROMOÇÃO DO MÊS
por Fundação António Quadros.


A Fundação disponibiliza a seguinte obra com desconto até 14 de Junho de 2016:

Título: Mário de Sá-Carneiro: Obra poética completa (1903 – 1916).

Colecção: Clássicos.

Coordenação: Organização revista e comentada, introduções actualizadas, notas, apêndice documental e bibliografia por António Quadros.

Edição: Lisboa: Publicações Europa-América, 1991.

PVP até 14 de Junho de 2016: 10,00€.

PVP a partir de 14 de Junho de 2016: 12,50€.

 
 
     
 
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