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Newsletter Nº 131 / 14 de Fevereiro de 2018
Direcção Mafalda Ferro Edição Fundação António Quadros
 ÍNDICE

 

01 Órgão Consultivo da Fundação António Quadros.

02 Germana Tânger (1920-2018) / Fernanda de Castro (1900-1994).

03 Ligações familiares entre a Família Ferro da Cunha e a Família Quadros Ferro.

04 – Espólio da Família Ferro da Cunha.

05 – Augusto Cunha: notas biobliográficas.

06 Exposição de pintura a stencil ROSTOS INTEMPORAIS, de Sérgio Clemente.

07 Livraria, promoção do mês: " Ana Maria de Sousa e Holstein Beck: fotografia privada 1912-1958 (Catálogo da exposição com o mesmo título, comissariada por Luís Pavão e Paula Figueiredo Cunca) ".

 

EDITORIAL
por Mafalda Ferro

Informa-se que a sessão inaugural do ciclo de 2018 das Tertúlias de Cultura Portuguesa terá lugar já no próximo sábado, 17 de Fevereiro, no auditório do Palacete dos Viscondes de Balsemão, no Porto.

Os oradores convidados serão Joaquim Domingues, cuja apresentação terá como título “Dalila Pereira da Costa: Origens e Destino”; e Henrique Manuel Pereira que apresentará uma comunicação intitulada “Dalila Pereira da Costa: Presença e Mediação”.

A abertura e apresentação deste ciclo ficará a cargo de Renato Epifânio que, posteriormente, apresentará algumas das últimas obras publicadas pelo MIL.
A entrada é livre e aberta a toda a comunidade.
Para mais informações, consulte: https://tertuliasdeculturaportuguesa.tumblr.com

Para conhecer toda a informação sobre a Hemeroteca da Fundação António Quadros que guarda títulos históricos de periódicos publicados maioritariamente no século XX, consulte o Sítio da Fundação. Cita-se, por exemplo: O 57, A Águia, ActoAtlântico, Bem Viver, Brotéria, Colóquio, Contemporânea, Espiral, Ilustração Portuguesa, Le Futurisme, Leonardo, Litoral, Mundo Português, Notícias de Portugal, Orpheu, Panorama, Revista de Portugal entre muitos outros.


Foi já selecionada a temática para o Prémio António Quadros 2018 o TURISMO, bem como a personalidade que presidirá ao júri (ainda em fase de selecção): José Guilherme Victorino.
José Guilherme Victorino licenciado em História, doutorado em Ciências da Informação pela Universidade Complutense de Madrid, pós-graduado em Assessoria de Comunicação, pela Universidade Autónoma de Lisboa onde é Professor Auxiliar; está eminente a publicação da obra "Propaganda e Turismo no Estado Novo: António Ferro e a Revista Panorama (1941-1949)" que tem por base a sua tese de doutoramento; é membro do Conselho Consultivo da Fundação António Quadros.


Aconselha-se a leitura do 
Vol.12 n.º 23 | 2017 da revista online COMUNICAÇÃO SOCIAL; o número é dedicado à “Fotografia e Propaganda no Estado Novo Português” e editado por Filomena Serra, Instituto de História da Arte, IHA, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, FCSH, Universidade Nova de Lisboa; Paula André, DINÂMIA'CET-IUL, ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa; Bruno Marques, Instituto de História da Arte, IHA, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, FCSH, Universidade Nova de Lisboa.

A revista reúne artigos de Manuel Villaverde Cabral, Maria Lamas, Paul Melo e Castro, Javier Ortiz-Echagüe, Israel Guarda e José Oliveira, Filomena Serra e João Parreira, Paula Ribeiro Lobo e Margarida Brito Alves, Ana Patrícia Milhanas Machado, Heloísa Paulo, Cláudia Madeira, Teresa Matos Pereira, Joana Capela de Campos e Vítor Murtinho. https://journals.openedition.org/cp/0


A Fundação disponibiliza, em PROMOÇÃO até ao próximo dia 14: " Ana Maria de Sousa e Holstein Beck: fotografia privada 1912-1958".


Boa leitura.

 

01 ÓRGÃO CONSULTIVO DA FUNDAÇÃO ANTÓNIO QUADROS
por Mafalda Ferro

Com grande alegria e honra, informo que o Órgão Consultivo da Fundação António Quadros acolheu no início do ano quatro novos membros a quem publicamente saudamos e damos as boas vindas. Sobre estas personalidades que há muito tempo apoiam a Fundação, refere-se muito sucintamente:

 

Cândida Cadavez, doutorada em Estudos de Literatura e de Cultura, na especialidade de Ciências da Cultura, lecciona na Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril e tem realizado a diversas acções na área do turismo e no estudo do pensamento e da obra de António Ferro.

 

Isaura Morais, presidente da Câmara de Rio Maior, elemento fundamental no percurso e na subsistência da Fundação há já cinco anos. Foi graças à sua decisão, tomada no momento mais crítico da Fundação, que obtivemos não só instalações mas, também, todo o apoio de que temos usufruído em Rio Maior.


Paulo Ribeiro Baptista
, doutor especialista em estudo do Teatro, da Fotografia, da Museologia e em diversas outras temáticas associadas à actividade de António Ferro, é investigador no Museu Nacional do Teatro e da Dança e na Fundação António Quadros.


Pedro Martins
, licenciado em Direito, fundou e dirige o Projecto António Telmo vida e obra, tem colaborado com a Fundação em inúmeros projectos associados a António Quadros, António Telmo, Agostinho da Silva e à Filosofia Portuguesa em geral.

 

Renato Epifânio, incansável fundador e director da revista "Nova Águia Revista de Cultura para o Século XXI" e da colecção de livros com o mesmo nome, presidente do MIL: Movimento Internacional Lusófono, membro da Associação Agostinho da Silva, tem desenvolvido teses na área da “Filosofia em Portugal".  
 
02 - GERMANA TÂNGER (1920-2018) / FERNANDA DE CASTRO (1900-1994)
por Mafalda Ferro

 


A morte de Germana Tânger, a quem eu sempre chamei "tia Germana", entristeceu-me; para além da sua personalidade, do seu talento e da ternura que sempre dela recebi, era uma das últimas referências vivas do tempo da minha avó, do tempo da Calçada dos Caetanos.A amizade que durante quase cinquenta anos ligou Fernanda de Castro a Germana Tânger prolongou-se nos filhos e netos de Fernanda de Castro e no filho de Maria Germana, unidos desde muito cedo por laços de amizade e vivências comuns.

Quando a visitava em sua casa, lembrávamos os tempos passados e falávamos de projectos futuros e presentes, os dela e os meus. Gostava de ouvir as sua memórias e sentir na sua voz o carinho que sentia pelo meu pai, pela minha avó e pelos meus irmãos.
Lembrávamos pessoas que ambas conhecêramos, ela, muito melhor, claro, já que eu, então, não tinha ainda a noção do real talento de pessoas como o Ary, a Natália, o Tordo, a Teresa Leitão de Barros, o António Lopes Ribeiro, o David Mourão-Ferreira, a Heloísa Cid, a Inês Guerreiro, a Nina Marques Pereira, a Carmen Dolores, a Amália, as manas Avillez, e tantos mais. De todos falávamos e nos lembrávamos. 

Guardo na Fundação um exemplar do seu livro "Vidas numa Vida" onde escreveu, já com alguma dificuldade: Para a minha querida Mafalda, em representação de toda a família, Maria Germana. 9-V-2017.

 

Para além dos seus próprios projectos, Maria Germana aderia sem hesitar aos de Fernanda de Castro, ensinando Teatro e Arte de Dizer às crianças dos seus Parques Infantis, contribuindo com a sua habitual mestria para o sucesso dos serões dramáticos e musicais em casa da amiga ou participando activamente nas representações do "Teatro de Câmara António Ferro".

    

 Germana Tânger, Almada de Negreiros  e uma Amiga; Germana Tânger, Fernanda de Castro, António Quadros, Natália Correia; Germana Tânger e Maria Cristina Lino Pimentel;


Alguns anos depois da morte do marido, Fernanda de Castro comprou em Marvão uma casa antiga que restaurou e, sem intenção, se transformou numa espécie de centro cultural, uma casa que era um refúgio não só para ela como, também, para a família e para todos os seus amigos. Assim o registou nas suas Memórias:

 

Depois, começaram a aparecer os amigos e as pessoas de família. Alguns passavam dias, outros semanas e todos gostavam da casa, todos se sentiam lá felizes como se, durante esse tempo, estivessem longe de tudo, fora do mundo, mais perto do Céu do que da Terra. De toda a família, foi o meu neto Vicente o que mais se apaixonou pela casa. Quanto aos amigos, passaram por lá muitos: a Consuelo, a Elvira e o Frederico de Freitas, a Maria Schultz e o Antónlo Sarmento, a Inês [Guerreiro] e a Heloísa [Cid], a Edith [Arvelos], a Maria Germana [Tânger], a Natália Correia e a Emilinha, o José Carlos [Ari dos Santos], o Alexandre Ribeirinho, o Dórdio Guimarães e a Helena Ferreira, a Isabel Meireles, a Guida Homem de Sousa, a Branca Miranda Rodrigues e outros ainda que posso esquecer neste momento, mas de que me lembro certamente muitas vezes.

Por brincadeira, tive a ideia de pôr nomes medievais a certos amigos: à Inês, D. Urraca, à Heloísa, D. Sancha, à Maria Germana, D. Aldegundes, à Natália, D. Chama, ao Sarmento, D. Fuas, ao José Carlos, D. Beltrão, à Edith, D. Silvana, à Elvira, D. Fredegunda, filha de Frederico, à Maria de Jesus, Brígida, à Guida, D. Oriana e a mim própria, D. Briolanja.

Não sei como explicar este fenómeno, mas os serões em Marvão eram diferentes, divertidos e, sobretudo, duma ingenuidade de crianças inocentes. Contavam-se anedotas mas que não fariam corar ninguém, brincava-se aos joguinhos de sala, liam-se poemas, urdiam-se projectos, ouvia-se música, tocava-se viola, cantava-se em coro e ninguém falava de política, ninguém dizia mal dos outros e aconteciam coisas hilariantes […].

 

Ainda nas suas Memórias, Fernanda de Castro recorda os dias que, com Maria Germana, passou em Amarante, em casa de Maria Alvito, sobrinha direita de Teixeira de Pascoaes e como durante esse tempo, jogavam bridge e conversavam interminavelmente sobre tudo mas principalmente sobre o tio de Maria que tanto admiravam.

Um dia, quando convidadas para almoçar em casa do sobrinho e herdeiro de Pascoaes, também ele habitante em Amarante, Fernanda de Castro visitou a Biblioteca do Poeta e ouviu da boca do seu anfitrião: Aqui, nesta estante, é que o meu tio guardava os livros que mais estimava, os que queria ter à mão. Veja, estão aqui os seus. E olhe que os não vim pôr aqui à pressa. Qualquer pessoa da família ou qualquer amigo íntimo lhe dirá o que o meu tio pensava da sua poesia.

 

Maria Germana manteve com os seus alunos, com alguns, mesmo até ao fim da vida, uma relação e uma postura de Amiga e de Mestre.
Quando ensinava dicção no Conservatório Nacional (secção de Teatro), dirigiu um espectáculo realizado e encenado pelos seus alunos que seria repetido no Teatro Villaret e, mais tarde, gravado para a televisão. Segundo, Fernanda de Castro que estava presente, a assistência, que enchia por completo a sala, transbordando para os corredores, aplaudiu de pé, não só os seus alunos como a sensibilidade e o bom gosto da grande artista que é, sem dúvida, Maria Germana Tânger
    

 
03 LIGAÇÕES FAMILIARES ENTRE A FAMÍLIA CUNHA E A FAMÍLIA FERRO
por Mafalda Ferro

.

António Joaquim Ferro (1860-1953), natural do concelho de Beja, freguesia de Baleizão e Maria Helena Tavares Afonso Ferro (1865-1946), natural de Tavira tiveram três filhos:
Pedro Manuel Tavares Ferro (1891-1969); Umbelina Raquel Tavares Ferro (1893-1980); António Joaquim Tavares Ferro (1895-1956).



Pedro Manuel Tavares Ferro
casou com Natália Valente de Carvalho e não deixou descendência.


Umbelina Raquel Tavares Ferro
casou com Augusto Henrique Roberto da Cunha (1894-1947) de quem teve dois filhos:

Maria Helena Ferro da Cunha (1920-2006), casou com Luís de Matos, sem descendência.

Pedro Henrique Tavares Ferro da Cunha (1921-2006) casou com Mary Anne Nunes MacCarthy de quem teve três filhos: Pedro Manuel MacCarthy da Cunha (1952-2017); Patrícia Maria MacCarthy da Cunha (1953-); Filipe José MacCarthy Ferro da Cunha (1955-2017). Posteriormente, casou ainda duas vezes, sem descendência.


António Joaquim Tavares Ferro
casou com Maria Fernanda Telles de Castro (1900-1994) de quem teve dois filhos:

António Gabriel de Castro e Quadros Ferro (1923-1993) com três filhos: António Duarte Roquette de Quadros Ferro (1952-); Ana Mafalda Roquette de Quadros Ferro (1953-); Rita Maria Roquette de Quadros Ferro (1955-).

Fernando Manuel Telles de Castro e Quadros Ferro (1927-2004) casou com Lee Buckley de quem teve duas filhas: Tracy Anne Buckley Quadros Ferro (1951-1961) e Grett Barbara Buckley Quadros Ferro (1952-1961). Posteriormente, fruto da sua união até ao fim da vida com Dominique Lemonnier, teve dois filhos: Manuel Vicente Lemonnier Ferro (1965-) e Stephanie Barbara Lemonnier Ferro (1968-).

 
1-Augusto Cunha, António Ferro e Barbosa Viana, 1920; 2-Augusto Cunha com António Quadros Ferro e Pedro Ferro da Cunha, 1936; 3-Pedro Ferro da Cunha, António Ferro, Paulina e António Quadros Ferro, 1955.

 
04 – ESPÓLIO DA FAMÍLIA FERRO DA CUNHA
por Mafalda Ferro


Este conjunto documental e bibliográfico é constituído por documentos epistolares inéditos dos quais se destaca a correspondência trocada entre Augusto Cunha e Sá-Carneiro, e Alfredo Guisado, e António Ferro, e Fernanda de Castro; recortes de imprensa; manuscritos; elementos utilizados na feitura do "Mundo Português"; documentos pessoais, certidões e outros registos familiares; a bibliografia completa de Augusto Cunha bem como a de Fernanda de Castro, de António Ferro, de Pedro Tavares; obras literárias bastante raras de vários autores; periódicos como todos os números encadernados do "Mundo Português"; diversas fotografias; obras de arte; entre muitas outras peças de grande interesse histórico.


Assim é com grande alegria que a Fundação comunica que, brevemente, este espólio, agora propriedade da Fundação, estará disponível para consulta.

 

 
05 - AUGUSTO CUNHA: NOTAS BIOBIBLIOGRÁFICAS
Por Mafalda Ferro

A Fundação estuda presentemente a vida e a obra de Augusto Cunha cuja biografia gostaria de publicar. Apesar deste trabalho de investigação ainda estar no início, dedicamos-lhe aqui algumas linhas, sabendo que estão muito aquém do merecido.

Augusto Henrique Roberto da Cunha, conhecido apenas por Augusto Cunha, nascido no dia 10 de Abril de 1894, escritor, jornalista, poeta, humorista, foi cunhado e um dos maiores e mais antigos amigos e colaboradores de António Ferro.

Talvez ainda antes de 1910, no tempo do liceu, António Ferro e Augusto Cunha conhecem-se e tornam-se amigos, amigos para a vida. Depois de saírem do liceu, frequentam juntos a Faculdade de Direito mas, enquanto Augusto termina o curso, António desiste no 5.º ano para se dedicar a outros voos.

Em 1912, ainda estudantes, publicam em conjunto a primeira obra literária de ambos "Missal de Trovas", prefaciada por João de Barros, Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro, Afonso Lopes Vieira, João Lúcio, Júlio Dantas, Alberto Osório de Castro, Augusto Gil. A capa é de Rodriguez Castañé (autor do único retrato a óleo de Fernando Pessoa, pintado em sua vida).


"Augusto Cunha foi uma das personalidades mais singulares do grupo modernista […]" – diz António Quadros.

De facto, Augusto é grande amigo de quase todos os de "Orpheu": de Luís de Montalvor; de Mário de Sá-Carneiro que dedica “A Confissão de Lúcio" Ao seu prezado amigo Augusto Cunha – ao fino espírito de humorista e de poeta simpaticamente Mário de Sá-Carneiro (…?) 1913; de Alfredo Guisado que lhe escreve amiúde (Dá saudades ao Ferro, Ponce [de Leão], Simões, Sá-Carneiro e Pessoa” ); de Fernando Pessoa; e de muitos artistas modernistas seus contemporâneos que, inclusive, o viriam a retratar como Francisco Valença, Eduardo Malta, Teixeira Cabral, entre muitos outros.

Augusto Cunha assina com Alfredo Guisado o texto “O Elogio Fúnebre da Revista Fulmen á la Broche” ao qual foi acrescentada uma nota manuscrita: “Lida no dia 13 de Janeiro de 1914 no Restaurante dos irmãos Unidos, …uma ceia de rapazes”; escreve ainda o artigo «No Tempo do Paulismo e do “Orfeu”. Odisseia de um artigo. Página de Memórias» ao qual acrescentou no fim do texto: “No Ano do Orfeu, Um Serão Paulista”.

No dia 17 de Abril de 1915, Cunha publica no jornal “O Povo – Diário Republicano da Noite” o artigo “A Humanidade avança…mais 200 anos e o mundo será um grande manicómio… No ano de Orfeu um serão paulista”.

 

Em 1919, Augusto casa com Umbelina, irmã de António Ferro, facto que viria a contribuir para fortalecer ainda mais a amizade que já os unia e, inicia a sua carreira profissional como Terceiro Oficial da Secretaria-geral e da Direcção-geral de Administração Civil do Ministério das Colónias.

Em 1922, António Ferro, então no Brasil, casa com Fernanda de Castro e Augusto Cunha representa o amigo, em Portugal, no seu casamento por procuração.


Em 1934, desde o primeiro número até à data da sua morte, Cunha dirige a revista do Ministério das Colónias "O Mundo Português – Revista de Actualidades do Império, cultura e propaganda, arte e literatura coloniais", edição da Agência Geral das Colónias com a colaboração do Secretariado de Propaganda Nacional dirigido por António Ferro.


Augusto Cunha, juiz e advogado, mantém escritório na Rua do Ouro com os advogados Nóbrega de Quental e Henriques de Almeida.


Em 1940, Cunha colabora na organização da representação colonial da Exposição do Mundo Português.


Augusto Cunha é descrito, depois da sua morte, por Raul Feio como um artista, um homem bom, um homem raro, um homem de trabalho e de grande coração que a todos desculpava o mal que lhe era feito, um grande trabalhador (em Mundo Português, n.º 8, II série, 1947)

Foi um dos fundadores do grupo de "Amigos de Lisboa"; um dos sócios fundadores do Círculo Eça de Queiroz; colaborador em periódicos como Diário de Lisboa, Diário de Notícias, O Século, Sempre Fixe, e outros.

Augusto Cunha morre no dia 18 de Abril de 1947, com 53 anos de idade.


Segundo Marques Gastão, Augusto Cunha era um homem triste de voz acolhedora e rosto simpático com um longo e afilado nariz que lhe dava um traço vivo e original, com as mãos estendidas para a dor e o seu coração era um mundo de afecto. (em O Dia, 23-7-1988).


Augusto Cunha deixa uma vasta obra literária:

1912 - Missal de Trovas. Quadras dos 17 e 18 anos. Obra assinada também por António Ferro em que cada um assina metade dos poemas, prefaciada por João de Barros, Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro, Afonso Lopes Vieira, João Lúcio, Júlio Dantas, Alberto Osório de Castro, Augusto Gil. Capa de Rodriguez Castañé.

1930 - O exame do meu menino. Teatro de trazer por casa (entre-acto). [edição em miniatura. Lisboa: Parceria António Maria Pereira, 1930. Capa de autor não identificado. Peça representada pela primeira vez no Teatro da Trindade, 23-11-1930, Matinée Infantil sob a direcção artística de Fernanda de Castro. O "Menino" foi interpretado por Vasco Santana.

1930 - Quasi de graça. A obra inicia com "Uma carta para António Ferro".

1931 - Mais um. Capa de Cottinelli Telmo.

1932 - Mais Outro. Lisboa: Parceria António Maria Pereira, 1932.           Capa de Bernardo Marques.

1932 - O processo de Mário Dâmaso. (1 acto de comédia). Desenho da capa de Bernardo Marques. Na capa final: caricatura do autor por Teixeira Cabral.

1934 - PBX. Com uma caricatura do autor por Eduardo Malta.

1939 - Contos sem cotação.           Capa de Stuart de Carvalhais. Ilustrações de Abel Manta, Bernardo Marques, Carlos Botelho, Castanhe, Eduardo Malta, Estrela Faria, Francisco Valença, Jorge Barradas, Lino António, Manoel Lima, Martins Barata, Mesquita, Paulo Roberto Araújo, Sarah Afonso, Stuart.

1944 - O exame do meu menino. Teatro de trazer por casa (entreacto). [3.ª edição revista e aumentada. Capa de Amarelhe. Peça representada pela primeira vez no Teatro da Trindade, 23-11-1930.

1946 - O Homem que salvou o mundo. Capa de Cottinelli Telmo.

1956 - Contos escolhidos. [obra póstuma] Prefácio de António Ferro datado de 23-5-1956. Publica uma carta de Augusto Cunha pedindo a António Ferro um prefácio para o seu livro "Quasi de Graça" (1930) e inclui ainda a resposta de António Ferro publicada na mesma obra e datada de Maio de 1930. Capa de Bernardo Marques.

1988 - Os Meninos d'oiro. Vaudeville. [obra póstuma] Caricatura do autor por Francisco Valença. Capa de Paulo Ferreira. Prefácio de António Quadros.

 

Acreditando na importância desta personalidade e, consequentemente, do seu espólio; entendendo que a vida e obra de Augusto Cunha está fortemente interligada com a de António Ferro e de Fernanda de Castro; que o lugar deste acervo é ao lado do da família Ferro, é intenção da Fundação divulgar e promover o estudo da vida e obra desta personalidade literária que é, também, família de António Ferro e de Fernanda de Castro.

Legenda: Em casa de Fernanda de Castro, 1952: Maria Helena e Pedro Manuel Cunha de Matos, António e Paulina Quadros Ferro, Umbelina Ferro da Cunha, Fernando e Lee Quadros Ferro, Mary Anne MacCarthy Nunes da Cunha.

 
06  EXPOSIÇÃO DE PINTURA A STENCIL "ROSTOS INTEMPORAIS", DE SÉRGIO CLEMENTE.
por Mafalda Ferro


Sérgio Clemente, nascido em 1977, reside na freguesia de Ereira, Concelho do Cartaxo. 
A importância das figuras cujos rostos o autor selecionou para esta exposição ultrapassa, de certeza, o seu tempo e, até, a nossa memória.


 
O autor utiliza o stencil para, associando aos seus conhecimentos de informática, parte da sua formação, criar e editar as suas obras. O processo é demorado, requer muito tempo e minúcia no corte, Cada cor é aplicada de uma só vez, utilizando um stencil próprio. Assim, camada a camada, o retrato vai sendo construído até que se alcance o resultado final. Esta técnica é também utilizada em grafitis.

Exposição patente na Biblioteca Municipal de Rio Maior, de 3 a 25 de Fevereiro.

www.facebook.com/ereiracity/

 
07 LIVRARIA: PROMOÇÃO DO MÊS
por Fundação António Quadros.

A Fundação disponibiliza a seguinte obra (exemplar único na livraria da Fundação) com desconto até 14 de Fevereiro de 2018:
 

Título: Ana Maria de Sousa e Holstein Beck: fotografia privada 1912-1958. (Catálogo da exposição com o mesmo título, comissariada por Luís Pavão e Paula Figueiredo Cunca, apresentada no Arquivo Municipal de Lisboa - Fotográfico de Lisboa, em 2013). A obra inclui um mapa genealógico da família (anexo solto).


Apresentação:
Inês Morais Viegas. Prefácio: António Barreto.


Testemunho:
Francisco d'Orey Manoel.


Edição:
Lisboa: Arquivo Municipal, 2015.


PVP
até 14 de Março de 2018: 24,00€.

PVP a partir de 14 de Março de 2018: 30,00€.

 
 
     
 
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