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Newsletter Nº 163 / 14 de Agosto de 2020
Direcção Mafalda Ferro Edição Fundação António Quadros
ÍNDICE


01
As Literaturas em Língua Portuguesa (Das Origens aos Nossos Dias), de José Carlos Seabra Pereira, por Guilherme Oliveira Martins.
02 – Amália Rodrigues,100 anos depois (e António Ferro, 125 anos depois), por Mafalda Ferro.
03 – Apresentação do e-book Turismo, Património e Ideologia. Diálogos e Memórias, por Cândida Cadavez.
04 Agenda de Fernanda de Castro, 1970 (Junho / Julho), transcrição por Maria Antunes Ferreira.
05 – António Ferro e os refugiados na II Guerra Mundial: A helpinghand (1940-1945), por Maria Barthez.
06 Livraria António Quadros, promoção do mês: Memória de Francisco Lage. Da prática à Teoria, de Maria Barthez.

EDITORIAL,

por Mafalda Ferro

 
O MOVIMENTO DOS SÍMBOLOS – ANTOLOGIA DE ESTÉTICA EXISTENCIAL

Está já disponível ao público a mais recente obra de António Quadros que, sob a coordenação e com selecção de textos e prefácio de Rodrigo Sobral Cunha, foi editada pela Universidade Europeia com o apoio dos filhos de António Quadros.

Segundo Rodrigo Sobral Cunha, a obra, uma antologia de textos de António Quadros em torno do saber da Arte é um roteiro que obedece a uma estrutura cíclica que avança da Modernidade portuguesa para a «Modernidade da Tradição», na fidelidade ao movimento da espiral com que o intérprete do Barroco Atlântico (estilo manuelino) identifica o movimento da vida pensante. António Quadros, o rosto mais visível da Filosofia Portuguesa segundo Pinharanda Gomes, dedicou grande parte da sua obra à Estética, considerada como universo dos símbolos convergentes de todas as áreas do conhecimento. 


FERNANDA DE CASTRO E ERICO VERÍSSIMO

Em 1959, Erico Veríssimo, autor de obras como Clarissa (1933), Caminhos cruzados (1935), Música ao longe (1936) e Olhai os lírios do campo (1938), veio a Portugal; foi homenageado durante um jantar no Círculo Eça de Queiroz em Lisboa. À sua direita, pode ver-se Fernanda de Castro.

 

AMÁLIA RODRIGUES, ANTÓNIO FERRO E A MÚSICA POPULAR

Reunindo as efemérides dos 125 anos de nascimento de António Ferro e dos 100 anos de Amália Rodrigues, publica-se um artigo sobre Amália e António Ferro, Amália e Fernanda de Castro, sobre uma amizade que EXISTIU e que é, hoje, por muitos, negada ou adulterada.

Também em homenagem a Amália Rodrigues, o Prémio António Quadros prestará  este ano homenagem a Música Popular Portuguesa e aos seus intérpretes. O galardoado em 2020 é o intérprete e compositor português JOSÉ CID a quem, em Novembro, será entregue o Prémio.

Imagem à esquerda: 
António Ferro à mesa de uma casa de fados onde se vê Amália a cantar. Aguarela de autor não identificado pertencente à Colecção Particular de António Roquette Ferro. Fotografia por Paulo Ribeiro Baptista.

 
01  AS LITERATURAS EM LÍNGUA PORTUGUESA (DAS ORIGENS AOS NOSSOS DIAS), de José Carlos Seabra Pereira, por Guilherme de Oliveira Martins.

 

O livro de José Carlos Seabra Pereira (Gradiva, Instituto Politécnico de Macau, 2020) é um reportório fundamental para quem queira conhecer o panorama actual da língua portuguesa.

 

UMA OBRA INDISPENSÁVEL

É difícil proceder à apresentação de uma visão de conjunto das literaturas em língua portuguesa. Poucos poderiam encarregar-se de tal tarefa a contento, daí que a escolha de José Carlos Seabra Pereira merece aplauso, não só pelas provas académicas e pedagógicas sobejamente consagradas, mas também pelo resultado do trabalho agora dado à estampa em As Literaturas em Língua Portuguesa (Das Origens aos Nossos Dias) – em edição da Gradiva (2019), com o apoio do Instituto Politécnico de Macau e do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos. Carlos Ascenso André, impulsionador do livro, está certo quando diz que “precisávamos (…) de uma obra que não se limitasse a Literatura Portuguesa, mas que se alargasse de forma abrangente, às demais literaturas de língua portuguesa. Mas precisávamos, igualmente, de que tal obra tivesse em conta esse público-alvo muito específico que são os milhares de aprendentes do Português mundo fora, com os seus condicionalismos próprios: um público heterogéneo, com patamares de conhecimento muito assimétricos, com interesses diversificados. Ou seja, uma obra acessível, mas rigorosa, útil a quem se limita à superfície das coisas, mas não menos instrumental para quem pretende descer mais fundo na sua reflexão e no seu conhecimento”. Não se trata, pois, de um manual, mas de um ensaio panorâmico, feito com especial cuidado, e apto a abrir novos caminhos e pistas, a partir da recusa uniformizadora e da consciência de que estamos perante uma língua de várias culturas, e portanto de diversas literaturas. Como língua, o português irá enriquecer-se pluralmente, num exigente desafio, pois as literaturas são, de facto, indicadores fundamentais para definirem os diversos sentidos que serão seguidos pela língua e pelas línguas. Por isso, o autor apresenta “um ensaio longo de roteiro das literaturas em língua portuguesa, que se distingue pela perspectiva de concepção e pelos parâmetros de elaboração”. E assim, em lugar de um tratamento minucioso e dilatado das épocas mais distantes, prefere uma “nítida expansão a partir da viragem para o século XX e decidida progressão pelos terrenos da literatura hodierna”. Se assistimos nesse momento à afirmação de maior pujança das literaturas portuguesa e brasileira, inicia-se também a consolidação das literaturas angolana e cabo-verdiana, além dos casos de Moçambique e Macau.

José Carlos Seabra PereiraDoutor pelas Universidades de Poitiers e de Coimbra, Professor da Faculdade Letras de Coimbra e na Universidade Católica; Coordenador Científico do Centro Interuniversitário de Estudos Camonianos; Director da revista Estudos (CADC); director do Secretariado Nacional para a Pastoral da Cultura (Portugal); Membro do Conselho Consultivo da Fundação António Quadros),

 

Leia o texto completo no Site do Centro Nacional de Cultura em

 https://www.cnc.pt/as-literaturas-em-lingua-portuguesa-das-origens-aos-nossos-dias/

 

02 – AMÁLIA RODRIGUES, 100 ANOS DEPOIS (E ANTÓNIO FERRO, 125 ANOS DEPOIS),
por Mafalda Ferro.


Cem anos depois do seu nascimento, e mais de vinte depois da morte, é revoltante continuar a ouvir discussões e teses sobre se Amália Rodrigues era de esquerda ou de direita, se o regime se aproveitou do seu êxito para fazer propaganda ou se ela se serviu do regime para se promover, se foi bem ou mal tratada depois do 25 de Abril, se pertencia à Pide ou se tinha sido injustamente denunciada à PIDE, acusada de pertencer ao partido comunista.


Tudo isto poderia ser importante se Amália tivesse sido uma activista política empenhada mas, sendo ela, sobretudo, uma intérprete, letrista e compositora musical de primeira grandeza, conhecida, amada e estimada por portugueses e estrangeiros, tudo o resto é ruído.

Na realidade, a sua única política foi levar Portugal aos quatro cantos do Mundo.


A particularidade mais cativante do estilo de Amália consiste em introduzir na melodia pequenos melismas que, não obstante a característica fadistal, nos trazem à ideia uma lembrança recôndita do canto cigano andaluz ou do peregrino canto mourisco.

Frederico de Freitas em «O Fado Canção da Cidade de Lisboa» (1973),
referido por António Pinto Machado, Cônsul-geral de Portugal em S. Francisco, na Califórnia,
a 25 de Março de 1978, na sua palestra «O Fado».


Todavia, como vivemos numa era em que quase todos sabem e falam de tudo, em que se especula sobre as atitudes e as intenções de quem mal se conhece, é bom lembrar, para além do seu talento, presença, reportório e amor ao seu país, a generosidade e sensibilidade, o sentido de gratidão e autenticidade da nossa maior fadista, bem como a forma recta e digna como desempenhou a sua extraordinária carreira. 

 

Mas, quando fizerem a minha história e eu já não for viva para dizer como foi, então, é que se vão fartar de inventar. Mesmo falado por mim, muita gente dirá que não é verdade, que os boatos é que são verdade. Uma pessoa é dona de si própria. Mas sei que a minha história vai ser aquela que escolherem, aquela que é a mais interessante, aquela que não é a minha.

Amália Rodrigues, em “Amália. Uma biografia”, p.198,
por Vítor Pavão dos Santos. Contexto, 1987.

O talento inato e espontâneo de Amália foi crescendo sempre mais para orgulho de todo um povo e, na opinião de quem escreve esta modesta contribuição, o que realmente a motivava era trabalhar em liberdade, cantar, agradar ao público, viajar e saber que podia sempre voltar para o seu cantinho, para o requinte e conforto da sua casa de São Bento, para a sua querida Lisboa, para os carapaus fritos e para os manjericos, rodeada pelos amigos que tanto a amaram e de quem mais gostava.

 

– O que pensa, Amália, quando lá fora, diante duma plateia cosmopolita, é alvo de tão grandes e tão espontâneas ovações?

Ela calou-se um momento e respondeu com um ar de profunda sinceridade:

– Penso que nada daquilo é comigo, que eu estou ali, sim, mas que não sou eu, que estou longe, muito longe, e que estou a cantar, a agradecer e a sorrir como se fosse outra pessoa, como se de qualquer modo estivesse a receber aplausos que não me eram destinados.

A sinceridade da sua voz comoveu-me. Aliás, Amália surpreende-me sempre. Um dia, tendo cortado os cabelos, que usava então pelos ombros, não pude esconder a minha pena e exclamei:

– Oh, Amália, os seus cabelos! Que pena!

Ela sorriu e perguntou-me:

– Estou horrível, não estou?

E acrescentou:

– E agora primeiro que cresçam... Sabe como lhes chamo? «Crime e Castigo»!

Fernanda de Castro, em Ao Fim da Memória, 1987.

 

Muito se tem falado sobre a relação profissional de António Ferro com Amália, se o facto de Ferro ter sido o primeiro a convidá-la e a contratá-la para cantar em França e Inglaterra significa que a usou em prol do antigo regime; a verdade, a simples verdade, é que António Ferro a apreciava, admirava o seu talento e lhe deu oportunidades de trabalho dentro e fora de Portugal.

António Ferro era, como se sabe, um extraordinário vedor de talentos – de artesãos, pintores e artistas gráficos, de poetas e escritores, de músicos e cantores – ajudando-os sempre que podia e lhes reconhecia o valor. Com Amália, não foi diferente. Reconheceu-lhe a voz desde menina e, mais tarde, a extensão do seu carisma e o animal de palco que era, a forma  como abrilhantava um espectáculo, um serão, um almoço ou qualquer outra iniciativa particular ou institucional.

Demonstrando essa admiração e apreço, António Ferro entregou-lhe em 1948 o Prémio S.N.I. para a Melhor Actriz do Ano pelo seu desempenho no filme «Fado, História de uma Cantadeira», longa-metragem realizada em 1947 por Perdigão Queiroga. Pela mesma razão, convidou-a a actuar em Lisboa, tanto em sua casa como em festas organizadas em espaços públicos.

Foi também a convite de António Ferro que, em 1949, actuou em Paris pela primeira vez e, posteriormente, em Londres, em festas do Departamento de Turismo e em Lisboa.

 

Primeiro fiz-me Amália Rodrigues em Portugal, depois do público português me ter feito em Portugal, fui a França. Depois, o público de França mandou-me para toda a parte do mundo. Quer dizer, sou uma artista universal mais por causa de França. Hoje há lá muitos portugueses. Quando lá estive pela primeira vez, não tinha ninguém português […]. É que, quando eu fui para Paris, tive a vitória completa porque foi o público francês que eu conquistei.

Amália Rodrigues em entrevista a Adelino Vaz,
publicada na Revista «Macau», n.º 26, Agosto de 1990.

 

Os convites de António Ferro foram muitos; no dia 21 de Novembro de 1951, por exemplo, o casal Ferro organizou a título pessoal, na sua casa de Lisboa, uma recepção de homenagem à cantora e actriz argentina Berta Singerman, convidando Amália a actuar. Estiveram também presentes, entre outros: Margarida Bello Ramos; Cármen Silva Graça; João Salinas Dias Monteiro; António de Meneses; Maria da Graça e Joaquim Paço d’Arcos; João Couto; Natércia Freire; Maria Teresa Silva Passos; Marie e Pierre Hourcade; Viscondes de Carnaxide; Francis Graça; Viscondes da Fonte Boa; Maria Isabel e Orlando Vitorino; J. e Odete Grasset; Sofia de Mello Breyner Andresen; Júlia de Mello Breyner; Maria Amélia Brandão de Carvalho; António Eça de Queiroz.

 

Como é que eles sabiam que eu era contra eles, quando aconteceu o 25 de Abril? Eles não sabem nada! Houve pessoas que tomaram conta dos jornais e de mim não se falava. Tomaram conta da rádio e os meus discos não tocavam. Na televisão eu não podia aparecer. Só o público, é que não conseguiram por contra mim.

Amália Rodrigues, em “Amália. Uma biografia”, p.182,
por Vítor Pavão dos Santos. Contexto, 1987.

 

Em 1949, fui cantar pela primeira vez a Paris e a Londres, levada pelo António Ferro. Sempre gostei do António Ferro, ele sempre me tratou bem, sempre disse que eu era boa artista, achava até que eu era inteligente. Escreveu um artigo no jornal, por volta de 1941, a dizer que estava ali uma rapariga com qualidade artística internacional. Mas o António Ferro não teve nenhuma importância na minha carreira.

Amália Rodrigues, em “Amália. Uma biografia”, p.100,
por Vítor Pavão dos Santos. Contexto, 1987.


Em Fevereiro de 1952, Amália cantou na Legação de Portugal em Berna, também a convite de António Ferro.

Meu querido amigo
Deu-me muita alegria a sua carta!
Irei com muito gosto fazer-lhe uma visita.
A altura do seu amável convite não podia ser melhor pois eu ando um bocado abatida com uma gripe fortíssima que tive e esses ares com certeza me fazem bem.
Já sabe que estou sempre de acordo com o que quiser mas simplesmente para meu governo, peço-lhe que me diga um mínimo com que posso contar.
Cá fico ansiosa por partir ao seu encontro e para lhe agradecer este e outros favores que lhe devo.
Abraça-o com muita ternura sua pequenina amiga Amália.

Carta de Amália Rodrigues para António Ferro, [s.d.],
PT/FAQ/AFC/01/0368/00005.

 

Ainda em Berna, talvez inspirado pela estadia de Amália, António Ferro termina a peça de teatro em três actos «Je ne sais pas danser», que gostaria de ter levado à cena com João Villaret e Amália Rodrigues nos principais papéis:

A personagem principal masculina [João Villaret] chama-se Carlos Pinto e é um crítico dramático bastante severo, conhecido pela sua probidade e selvageria, tímido ou distante nas suas maneiras e no seu convívio […]. A personagem principal feminina [Amália Rodrigues] é uma actriz de comédia acarinhada pelo snobismo nacional que nutre uma paixão por Carlos Pinto.

Em «Escritos e Actividades de António Ferro»,
acervo da Fundação António Quadros, PT/FAQ/AFC/04/00400

 

António Ferro partiu para Roma, sua derradeira morada, sem levar à cena a peça que, escrita em francês, nunca foi traduzida e, lamentavelmente, por ter estado em contacto com água durante um incêndio ocorrido em sua casa anos depois, o manuscrito de 49 páginas, está parcialmente ilegível.

Nos últimos anos, Amália já não passeava por Lisboa nem subia o Chiado como tanto gostara de fazer e poucas pessoas visitava. No entanto, continuou a frequentar a casa de Fernanda de Castro, enquanto pôde, chegando mesmo a oferecer-lhe um gira-discos e discos seus autografados para que, já acamada e com pouca visão, pudesse distrair-se.

 

Estou com febre!
Com febre e com muita pena de não poder estar ao pé de si!
Gosto tanto de si!
O Ary sabe… Ele também é como eu, seu admirador.
Parabéns e muita alegria!
Vou beber uma ginjinha à sua saúde!
Beijinhos grandes da sua
Amália.

Carta de Amália Rodrigues para Fernanda de Castro,
enviada num dia dos seus anos, a 8 de Dezembro, sem referência ao ano,
PT/FAQ/AFC/01/0368/00004.

 

A amizade e admiração entre Amália Rodrigues e o casal Ferro manteve-se igual até ao último dia de vida de António Ferro em Novembro de 1956, e de Fernanda de Castro em Dezembro de 1994.

 


Imagens da esquerda para a direita:

1: Reconhece-se Amália Rodrigues, António Ferro, Guilherme Pereira de Carvalho, Paulina Ferro, António Quadros e Augusto Cunha, [s.d.; s.l.]. Colecção Particular de Mafalda Ferro.

2: Reconhece-se António Ferro Amália Rodrigues, Tomás de Mello e Guilherme Pereira de Carvalho, [s.d.;s.l.]. Acervo Fundação António Quadros, PT-FAQ-AFC-06-002-0012-02754.

3: Reconhece-se João d'Ávila, João Perry, Edith Arvelos, Fernanda de Castro e Amália Rodrigues, durante o 1.º Festival do Algarve (1964) organizado por Fernanda de Castro. Acervo Fundação António Quadros, PT-FAQ-AFC-06-002-0001-02599.

04: Amália, em Fevereiro de 1952, na Legação de Portugal em Berna, a convite de António Ferro. Acervo Fundação António Quadros, PT-FAQ-AFC-06-001-00013.

05: Dedicatória Minha Senhora e minha Amiga – se eu soubesse que corria o risco de estes quasi versos lhe chegarem às mãos, – não os teria escrito. Embora sabendo da sua benevolência, tenho muita vergonha!... Um grande beijinho da sua Amália, em «Amália gostava de ser quem era», 1980, disco LP, oferecido por Amália a Fernanda de Castro. Colecção Particular de António Roquette Ferro. Fotografia por Paulo Ribeiro Baptista.

06: Dedicatória Para o António Ferro que é o terceiro António Ferro que conheço. Do primeiro gostei muito e hei-de gostar de todos Eles. Beijinhos da Amália, em «O melhor de Amália, estranha forma de vida», 1985, disco LP oferecido por Amália a António Roquette Ferro. Colecção Particular de António Roquette Ferro. Fotografia por Paulo Ribeiro Baptista.

 

03 APRESENTAÇÃO DO E-BOOK TURISMO, PATRIMÓNIO E IDEOLOGIA. DIÁLOGOS E MEMÓRIAS, por Cândida Cadavez.

Poder falar da apresentação do o e-book Turismo - História, Património e Ideologia. Diálogos e Memórias no mês de aniversário de António Ferro é uma feliz coincidência. Esta obra resulta das reflexões apresentadas e discutidas no  Congresso Internacional Turismo – História, Património e Ideologia, que aconteceu, no ano de 2016, em resultado de uma parceria entre o Instituto de História Contemporânea (IHC) da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e a Câmara Municipal de Cascais (CMC). O evento contou com o prestimoso apoio da Fundação António Quadros – Cultura e Pensamento (FAQ) e da Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril (ESHTE), e nele se evocou a memória de António Ferro, 60 após a sua morte, e o I Congresso Nacional de Turismo, que ocorreu no ano de 1936.


O encontro teve o privilégio de poder contar com as participações de vários académicos, cujos trabalhos têm vindo a ser desenvolvidos numa grande proximidade com a Fundação António Quadros, tendo naturalmente António Ferro e o turismo no Estado Novo sido tópicos abordados por investigadores e estudiosos bem conhecidos da FAQ, e de que cumpre destacar os nomes de Guilherme d’Oliveira Martins, orador convidado no encontro, onde apresentou a palestra “À procura de um turismo português: Nota brevíssima”, e José Guilherme Victorino, autor de “Entre a propaganda e a realidade: as «heterodoxias» de Leitão de Barros em relação ao turismo”, ambos membros do Conselho Consultivo da Fundação António Quadros – Cultura e Pensamento. Ana Quintas e Carla Ribeiro apresentaram, igualmente, resultados das investigações que têm vindo a desenvolver sobre estas temáticas.


Não fosse pela situação que actualmente atravessamos, esta obra teria sido lançada em sede de um congresso agendado para os dias 16 e 17 de Julho, no Centro Cultural de Cascais, em resultado de mais uma parceria entre o IHC e a CMC, e que teria contado com o gentil apoio da FAQ e da ESHTE. Contudo, e porque “em tempo de guerra não se limpam armas”, as comissões organizadoras de ambos os congressos não puseram de parte o plano inicial de dar a conhecer a publicação, que foi apresentada por Fernanda Rollo, historiadora, catedrática e investigadora da Universidade Nova de Lisboa, numa sessão virtual.


Com a confiança de que em Julho de 2021 estaremos de novo reunidos para falar de turismo e de história, evocando o incontornável nome de António Ferro, fica o convite para a leitura de Turismo - História, Património e Ideologia. Diálogos e Memórias.

 

Cândida Cadavez: Investigadora e Professora Adjunta na Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril; Membro do Conselho Consultivo da Fundação António Quadros – Cultura e Pensamento. 

 
04 AGENDA DE FERNANDA DE CASTRO, JUNHO / JULHO,1970,
transcrição por Maria Antunes Ferreira.

 

1 de Junho de 1970, Segunda-feira

Veio a Heloísa, trabalhar nas contas dos Parques; Jantei em casa da minha irmã Manuela, com o António, a Pó e os pequenos.

2 de Junho de 1970, Terça-feira

11.30 ‒ Câmara Municipal; Almoço nas Necessidades; Compras para Parques; Fundação Gulbenkian (Bailados ‒ Máscaras Inês).

3 de Junho de 1970, Quarta-feira

3h, S.N.I.; 3.45 ‒ Médico (Dr. Cunha); Compras, etc.; Lancharam cá a Heloísa e a Inês; Jantar em casa da Natália.

4 de Junho de 1970, Quinta-feira

Partida para Marvão, com Inês, Heloísa e Manuela, depois do almoço; Jantar e Dormida em Marvão.

5 de Junho de 1970, Sexta-feira

Almoço em Marvão; Dormida (e jantar) na Estalagem de S. Paulo, em Castelo de Vide.

6 de Junho de 1970, Sábado

Almoço em Marvão; Valência de Alcântara; Jantar em Marvão; Dormida em Castelo de Vide.

7 de Junho de 1970, Domingo

Almoço, jantar e dormida em Marvão.

8 de Junho de 1970, Segunda-feira

Almoço em Marvão; Regresso a Lisboa.

9 de Junho de 1970, Terça-feira

Almoçaram e jantaram a Heloísa e a Inês; Às 5, fui ao Médico (Dr. Martins da Cunha).

10 de Junho de 1970, Quarta-feira

Dia de Portugal (Feriado): 1.30, Almoço em casa do António; 3h, Tia Maria José, com Tia Castelo; Jantaram António, Rita, Mafalda, Antoninho, Tia Castelo, Mariazinha.

11 de Junho de 1970, Quinta-feira

Operação Pó, Hospital de Jesus; Jantaram a Heloísa e a Inês.

12 de Junho de 1970, Sexta-feira

Hospital de Jesus.

13 de Junho de 1970, Sábado

Santo António (Feriado em Lisboa): Casa de Saúde, Hospital de Jesus (Pó); Anos da Inês, Jantar com ela e com a Heloísa, no Bar do Monumental; À noite, em casa, Inês, Heloísa, Natália, Helena, Dórdio e Alfredo Madureira.

14 de Junho de 1970, Domingo

11h, Festa das alunas da Isabel no Tivoli; Almoço com ela, com a Heloísa e com a Inês na Smarta; Casa de Saúde, depois dum passeio até Barcarena.

15 de Junho de 1970, Segunda-feira

Jantou, a Inês.

16 de Junho de 1970, Terça-feira

Almoçaram a Heloísa e a Inês; Hospital (Pó); Igreja da Estrela (Sara).

17 de Junho de 1970, Quarta-feira

Almoçou Inês; Funeral Almada Negreiros; 3h, S.N.I.; 4h, Tia Maria José, com Tia Castelo; Hospital Pó; Jantou cá a Tia Castelo.

18 de Junho de 1970, Quinta-feira

Almoçou a Inês e António; Hospital, Pó; Jantaram: Inês, Heloísa, Carmen Bastante, Carmen Suarez, Isabel, Maria Schultz e António Sarmento.

19 de Junho de 1970, Sexta-feira

Almoçaram Inês e Heloísa; Mané veio tomar café; Lanche aqui em casa com todos eles; Hospital, Pó; Jantar com Mané em casa da Natália; Cinema Studio.

20 de Junho de 1970, Sábado

De manhã, Mercado da Ribeira; De tarde, Super-Mercado; Jantar em casa: Natália e marido, José Carlos, Inês e Heloísa; À noite e mais: António, Poeta Austríaco (?), Alfredo, Helena, Dórdio.

21 de Junho de 1970, Domingo

1h, Missa Loreto c/ António e filhas; 2.45, Despedida Inês e Heloísa em Santa Apolónia; 3h, Pó (Hospital); 4.30, lanche com Mané em casa da Maria Germana; Jantar e cinema com Mané (minha noite em casa de Naud).

22 de Junho de 1970, Segunda-feira

4h, Dr. Martinho da Cunha; 5h, Parque das Necessidades; 6.30, Pó (que regressou a casa); 7h, Dr. Sousa e Faro; 8h, Jantar Natália; 9.15h, S. Luís (Cinema) com Natália, família, Dórdio, Helena.

23 de Junho de 1970, Terça-feira

Almoçou a Tia Castelo; Fui buscar flores às Necessidades e fui depois buscar a Umbelina; Tia M.ª José; Pequeno passeio por Monsanto, com a Tia Castelo e a Umbelina; Jantei em casa do António.

24 de Junho de 1970, Quarta-feira

S. João (Feriado no Porto): Anos do João Filipe que veio cá lanchar com os irmãos, a Rita e a Mafalda e depois foi à Feira Popular com o Antoninho; Tia M.ª José; À noite, S. Luís, 2 filmes da série de Terror, com Natália, Helena, Dórdio, Alfredo, Branca Miranda Rodrigues.

25 de Junho de 1970, Quinta-feira

Almoço no Parque das Necessidades (M.ª Germana, Natália, Helena Ferreira, José Carlos, Dórdio, Alfredo Madureira); À tarde estive a ver a Pó.

26 de Junho de 1970, Sexta-feira

Partida para Marvão com a Maria Germana e a Maria Cristina, às 9 da manhã; Almoço no Portagem; Chegada a Marvão às 4; Instalação na Pousada; Obras minha casa; Visita da Vila.

27 de Junho de 1970, Sábado

Regresso de Marvão, depois de almoço; Portagem; Exposição de Trajos, etc. ; Chegada a Lisboa às 9.

28 de Junho de 1970, Domingo

Almocei em casa do António; Fui buscar a Tia Castelo e a Umbelina e levei-as a lanchar à Cozinha Velha e, depois, de passeio, a Cascais, etc.

29 de Junho de 1970, Segunda-feira

Não saí. À tarde esteve cá a Maria Elisa Marques; Também cá esteve o Antoninho.

30 de Junho de 1970, Terça-feira

Chico (R. de S. Bento); Jardim Zoológico; Igreja de S. Roque; Pó; Jantar Natália.

1 de Julho de 1970, Quarta-feira

Veio almoçar a Tia Castelo; Veio despedir-se o Antoninho, que vai acampar uma semana no Algarve [com amigos, António Simas e David Horgan, etc.]; Pó; Esteve cá a Isabel Afonseca, que tomou chá.

2 de Julho de 1970, Quinta-feira

6h, chá M.ª Helena (Vaquinhas); 8h, jantar Tia Maria José (chegada José Fernando); 10h, S. Luiz (Cinema) com Natália, etc.

12.30, Chá Camacha c/ Isabel Meireles e Emilienne.

3 de Julho de 1970, Sexta-feira

Fui a casa do Branquinho da Fonseca à Malveira da Serra; Levei a M.ª Luísa Garin que ficou na Parede; À volta, fui buscá-la e trouxe-a p. jantar; Fomos ao Monumental «Sonho de Reis».

4 de Julho de 1970, Sábado

Almocei em casa do António; Jantaram: Natália, Helena, José Carlos, José Francisco, Dórdio, Alfredo Madureira.

5 de Julho de 1970, Domingo

Festa dos Tabuleiros, Tomar; almoço em Santarém (Natália, Dórdio, Helena, Isabel Meireles, Alfredo).

6 de Julho de 1970, Segunda-feira

5h, Cabeleireiro; 6h, Necessidades (flores).

7 de Julho de 1970, Terça-feira

Chegaram de Londres, a Inês e a Heloísa; Fui esperá-las a Santa Apolónia; Vieram tomar chá: Inês, Heloísa, Isabel, Carmen Suarez, Manuela e M.ª Luísa (irmãs da Inês).

8 de Julho de 1970, Quarta-feira 

Almoçou a Heloísa; Jantaram e almoçaram Inês e Heloisa

3h, Reunião SNI; Levei flores ao Dr. Salazar; À noite, em casa: António e Pó; Telefonei ao Nucha.

9 de Julho de 1970, Quinta-feira

Almoçou a Inês, lanchou; Visita ao Dr. Salazar; Jantar em casa da Natércia: M.ª Germana, M.ª da Graça, Antero e eu.

10 de Julho de 1970, Sexta-feira

Partida para Marvão; Almoço na Portagem; Jantar e dormida na Pousada de Santa Maria (Marvão).

11 de Julho de 1970, Sábado

Marvão; À tarde, Valência de Alcântara; Dormida em Marvão.

12 de Julho de 1970, Domingo

Regresso a Lisboa, às 5 da tarde; Chegada às 11 horas.

13 de Julho de 1970, Segunda-feira

Jantaram e almoçaram, Inês e Heloísa; À noite fomos à Natália; Depois, chá na Camacha.

14 de Julho de 1970, Terça-feira

Almoço Óbidos (Anos António); Às 6h, Mané (Caldas da Rainha).

15 de Julho de 1970, Quarta-feira

2.30, compras; 3h, S.N.I.; 4.30, electrocardiograma (Dr. Pedro Madeira Pinto); 7h, jantar em casa da Tia M.ª José.

16 de Julho de 1970, Quinta-feira

Voltas: Fábricas Sacavém, Viúva Lamego, etc., com Inês; à noite, jantar em casa da Natália.

17 de Julho de 1970, Sexta-feira

Voltas em Lisboa; à tarde, partida para Alporchinhos.

18 de Julho de 1970, Sábado

Alporchinhos.

19 de Julho de 1970, Domingo

Alporchinhos.

20 de Julho de 1970, Segunda-feira

Alporchinhos.

21 de Julho de 1970, Terça-feira

Alporchinhos.

22 de Julho de 1970, Quarta-feira

Alporchinhos.

23 de Julho de 1970, Quinta-feira

Alporchinhos; almoço em Tavira; Badajoz.

24 de Julho de 1970, Sexta-feira

Alporchinhos.

25 de Julho de 1970, Sábado

Alporchinhos; à noite, cinema em Portimão.

26 de Julho de 1970, Domingo

Alporchinhos; banho em Vilamoura.

27 de Julho de 1970, Segunda-feira

Partida para Marvão; jantar na Portagem; dormida na Pousada.

28 de Julho de 1970, Terça-feira

Partida para Lisboa; almoço na Portagem; chegada a Lisboa às 10.30.

29 de Julho de 1970, Quarta-feira

Lisboa; Banco Português do Atlântico; S.N.I., reunião; cabeleireiro; Parceria António Maria Pereira; telefonema Nucha, à noite; Fui com a Umbelina até Alenquer, na intenção de ir a Óbidos. Por ter havido um furo e o concerto do pneu ter levado muito tempo, voltámos para trás, para não chegar a casa demasiado tarde; jantar, no Castelo com a Umbelina.

30 de Julho de 1970, Quinta-feira

Partida de Lisboa para Alporchinhos; almoço em S. Tiago do Cacem; chegada às 10.30.

31 de Julho de 1970, Sexta-feira

Banho na Senhora da Rocha; chegada Carmen Suarez e Amiga.

 

Identificação das pessoas nomeadas apenas por um nome (ordem alfabética):

Alfredo – Alfredo Madureira

Antero – (?)

Antoninho – António Roquette Ferro – neto de FC

António – António Quadros – filho de FC

Chico – Francisco Telles de Castro e Quadros – irmão de FC

Dórdio – Dórdio Guimarães – poeta, cineasta, viria a casar com Natália Correia

Emilienne –  (?)

Helena – Helena Ferreira (?), amiga de FC

Heloísa – Heloísa Cid – poetisa, amiga de FC

Inês – Inês Guerreiro – artista, amiga de FC

Irmãs da Inês – Maria Luísa Guerreiro e Manuela Guerreiro Novaes

Isabel – Isabel Affonseca (pseudónimo de Maria Isabel Leal de Mattos e Silva) – bailarina, professora de ballet, amiga de FC.

João Filipe – João Filipe Quadros – sobrinho de FC – filho de Chico

José Carlos – José Carlos Ary dos Santos – poeta, amigo de FC

José Fernando – José Fernando Telles de Castro Mexia Salema – primo de FC

José Francisco – José Francisco Azevedo – amigo de Ary dos Santos

M.ª da Graça – Maria da Graça Freire – escritora, amiga de FC

Mafalda – Mafalda Ferro – neta de FC

Mané – Maria Manuela Lima de Carvalho – amiga de FC

Manuela – Manuela Telles de Castro e Quadros Barreto de Carvalho – irmã de FC

Maria Germana – Maria Germana Tânger Correia – amiga de FC, diseuse.

Mariazinha – Maria Cristina Roquette Pinheiro de Mello, irmã da Pó.

Natália – Natália Correia – poetisa, amiga de FC

Natércia – Natércia Freire – escritora, amiga de FC

Naud – Santiago Naud, de nacionalidade brasileira

Nucha – Petit nom de Fernando de Castro Ferro – filho de António Ferro e FC

Pequenos – António, Mafalda e Rita Ferro – filhos de Pó e AQ, netos de FC.

– Paulina Roquette Ferro – nora de FC

Rita – Rita Ferro – neta de FC

Sara – Sarah Affonso – pintora, amiga de FC.

Tia Castelo – M.ª do Castelo Telles de Castro – tia materna de FC

Tia Maria José – M.ª José Telles de Castro – tia materna de FC

Umbelina – Umbelina Ferro da Cunha – cunhada de FC

 

05 – ANTÓNIO FERRO E OS REFUGIADOS NA II GUERRA MUNDIAL: A HELPINGHAND (1940-1945), por Maria Barthez.


No contexto dos 85 anos do final da II guerra, a problemática do estudo dos refugiados, temática que se mantem ainda tão actual leva-nos reflectir sobre a acção de António Ferro, até agora pouco abordada, ao percepcioná-lo como helpinghand, aos milhares de “apatriados”, que acorriam ao nosso pais, fundamentalmente desde 1940, em busca de “um porto seguro”.

Neste âmbito afigura-se merecedor de um estudo aprofundado, sério, a acção de Ferro que eventualmente venha a acrescentar elementos inéditos sobre a efectiva ajuda de portugueses (1940-1945) a refugiados, complementado deste modo, as publicações existentes sobre a matéria.

O assomar de algumas fontes arquivísticas e documentação incompleta mandada reunir por Ferro (nos serviços do Secretariado da Propaganda Nacional-SPN), revelam fontes e testemunhos que nos permitem aglutinar dados, de modo a traçar o perfil socioeconómico e sociológico dos refugiados, suas aspirações, receios e privações, e construir assim, uma narrativa sobre a acção de Ferro em todo o processo.

Esta investigação tenderá à apreensão trans-histórica, transnacional e transcultural, presente em testemunhos de reconhecimento de algumas personagens como Friderike Sweig (1882-1971) e Julie Sazonova (1884-1957), que beneficiaram pela acção interventiva de Ferro, da ajuda, de protecção, e dos serviços necessitados.


Se no primeiro caso, o apoio/intervenção do director do SPN se coroa de êxito, (acompanhamento célere na partida de Sweig para o desejado destino), no segundo, (entre avanços e recuos, de várias solicitações de permanência, encomenda de trabalho para o SPN a Sesanova), salda-se pela negativa. Mesmo ao serviço do aparelho do Estado Novo, Ferro é muitas vezes contestado e impotente na concretização das suas demandas.


Criando condições de um primeiro acolhimento e condução aos refugiados que chegam em 1940 a Portugal pela fronteira de Vilar Formoso (nomeação de António Nunes para o posto fronteiriço), enfrentado as autoridades portuguesas (PVDE), arquitectando subterfúgios a fim de conseguir prolongar a estadia de quantos ansiavam pelo prorrogar do visto de permanência no nosso país, Ferro revela-nos, assim, uma outra faceta: a de filantropo, que alia à eminente versatilidade de perfil e de acção com a qual tem sido identificado e estudado.

 
06 LIVRARIA ANTÓNIO QUADROS,
Promoção do mês.

TÍTULO: Memória de Francisco Lage. Da prática à Teoria.

AUTORIA: Maria Barthez

EDIÇÃO - Lisboa: Gradiva Publicações, 2019.

PVP até 14 de Setembro de 2020: 20.00€.

PV/Amigos da Fundação até 14 de Setembro de 2020: 16.00€.

DESCRIÇÃO: Obra sobre a actividade etnográfica de Francisco Lage, particular e institucional nomeadamente enquanto colaborador do SPN/SNI durante a direcção de António Ferro.

 
 
     
 
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