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Newsletter Nº 173 / 14 de Junho de 2021
Direcção Mafalda Ferro Edição Fundação António Quadros
ÍNDICE

01 – «Fernando Pessoa», exposição apresentada no Palácio Pombal (IADE), por António Quadros e pelo artista Miguel Yeco. Memória.

02 – Retratos de Fernando Pessoa na Fundação António Quadros. Divulgação.

03 António Quadros e Fernando Pessoa. E ainda uma obra inédita. Divulgação.

04 – A História do «Orpheu». Confidências de Alfredo Guisado.

05Congresso Internacional Turismo, História e Património: Compromissos com o futuro. Divulgação, por Ana Carina Azevedo, Cândida Cadavez, Susana Domingues.

0630.ª Festa do Espírito Santo no Convento da Arrábida (1991-2021)

07 – Livraria António Quadros, promoções do mês: Fernando Pessoa: A Obra e o Homem II. Iniciação global à Obra, por António Quadros; Mensagem e Outros Poemas Afins, organização de António Quadros.

 

EDITORIAL,
por Mafalda Ferro


Dedica-se a presente newsletter, a Fernando Pessoa em celebração do dia do seu nascimento (13 de Junho de 1988).


Em sua Memória, a Fundação António Quadros e a Câmara Municipal de Rio Maior, de novo em estreita e produtiva parceria, inauguram hoje, dia 14 de Junho, às  10.30, a exposição «Fernando Pessoa: Vida, Personalidade e Génio». A apresentação, a cargo do Senhor Presidente da Câmara Luís Filipe Santana Dias, será complementada com algumas palavras por Mafalda Ferro.

Em homenagem às muitas publicações e escritos publicados por António Quadros sobre Fernando Pessoa, usámos o título de um dos seus livros para apelidar esta exposição que mostra ao público um conjunto inédito de Obras de Arte, Documentais e Bibliográficas que caracterizam o percurso de vida, a personalidade e do génio de Fernando Pessoa.

A entrada é livre. Gostaríamos muito de contar com a sua presença porque sabemos que vai gostar. 
Se, a partir do dia 15 de Junho, pretender realizar uma visita acompanhada, por favor, agende com:

Dina Lopes – dina.lopes@cm-riomaior.pt 969 591 819.

Mafalda Ferro – mafaldaferro.faq@gmail.com 965552247.


Local
: Espaço museológico da Biblioteca Municipal de Rio Maior.

Data: 14 de Junho / 5 de Julho de 2021.

Horário: Segunda a sexta (10h / 18h); sábados (10h / 17h).

 
01 – «Fernando Pessoa», Exposição apresentada no Palácio Pombal (IADE), por António Quadros e pelo artista Miguel Yeco. 
Memória.


Em 1986, da apresentação da obra de Fernando Pessoa em 17 volumes organizados, anotados e prefaciados por António Quadros, o autor organizou no IADE – Palácio Marquês de Quintela, uma interessantíssima exposição de obras de arte de vários autores sobre Fernando Pessoa e a simbologia da sua obra. A apresentação, a seu cargo, contou com a representação mima por ocasião do artista Miguel Yeco, autor de inúmeros retratos de Fernando Pessoa, um dos quais está hoje preservado na Fundação António Quadros.

Aqui, partilhamos a Memória desse dia.

 
02 – Retratos de Fernando Pessoa na Fundação António Quadros. 
Divulgação.


A Fundação guarda na sua colecção de Arte inúmeras retratos de Fernando Pessoa, desenhos e pinturas originais ou reproduções em postais e medalhas e, ainda, diversos cartazes associados a acções de divulgação da sua vida e obra.

Mostramos aqui algumas das peças que estão patentes na exposição que hoje se inaugura, obras de autores como Teresa Lopes da Costa, Júlio Pomar, Bandeira, Sérgio Clemente, Miguel Yeco, Stuart, Hugo Prats e Teixeira Cabral:



 
03 – Fernando Pessoa e António Quadros. E, notícia de uma obra inédita. 
Divulgação.

António Quadros, profundo conhecedor da obra de Fernando Pessoa, foi um dos primeiros a estudar e a divulgar a sua obra.

António Ferro, amigo de Pessoa, editor da revista «Orpheu» e responsável pela publicação em vida do autor da sua "Mensagem" bem como da atribuição à obra do Prémio Antero de Quental no último ano de vida do Poeta, era pai de António Quadros.


Não é, por isso, de estranhar que, desde muito novo, António Quadros se tenha interessado pela vida e obra do Poeta, tendo-lhe publicado livros, artigos e estudos, além de diversos capítulos, introduções e prefácios em obras de outros autores.


Destacamos a sua organização, notas e prefácios nos 17 volumes da obra completa de Fernando Pessoa publicados pela Colecção Europa América; as várias reedições de "Fernando Pessoa, Vida, Personalidade e Génio - Biografia e Estudo"; "Fernando Pessoa, a Obra e o Homem" I e II; a compilação e prefácio, com Dalila Pereira da Costa, de "Obras de Fernando Pessoa" em 3 volumes; a introdução e posfácio a Dalila L. Pereira da Costa, "O Esoterismo de Fernando Pessoa"; a introdução e notas a "Fernando Pessoa, Mensagem e outros poemas afins", Col. Clássicos, n.º 11. E, ainda «Fernando Pessoa, Heteronomia e Alquimia», no II Congresso Internacional de Estudos Pessoanos no Porto; «A Obra de Fernando Pessoa» no Centro de Cultura Gulbenkian em Paris; «Heteronímia e Alquimia» no Simpósio Internacional sobre Fernando Pessoa na Universidade Vanderbilt, Nashville, U.S.A.

Salientamos o interesse que levou a editora Kibea Publishing Company a publicar (ainda este ano) a edição búlgara do "Livro do Desassossego" com prefácio de António Quadros conforme Publicações Europa-América.


Além da sua bibliografia publicada, a Fundação António Quadros guarda no seu arquivo um manuscrito do seu romance inédito "A Paixão de Fernando P.". A Fundação António Quadros pretende proceder à transcrição deste documento para efeitos de publicação.

 

4 – A História do «Orpheu». 
Confidências de Alfredo Guisado.

 


Em fins de Março de 1915 surgiu em Lisboa, o «Orpheu». Foi uma espécie de bomba literária que estalou na Lisboa de há quarenta e cinco anos. Tratava-se de uma publicação que, efectivamente, desconcertava, pela extravagância e pela irreverência, dos cânones estabelecidos. A publicação seria trimestral. Não conseguiu, porém, ultrapassar o segundo número aparecido em Julho.

– «Morreu em flor como as virgens verdadeiras…» – dizia Fernando Pessoa, aludindo ao facto.

Mas se o «Orpheu» durou pouco, a sua influência, boa ou má, transcendeu tudo quanto os seus fundadores poderiam esperar. Com efeito, aqueles dois números do «Orpheu» converteram-se para determinados literatos numa autêntica «Magna Carta». Dos fundadores e colaboradores do «Orpheu» restam Alfredo Guisado, Armando Côrtes-Rodrigues e José de Almada Negreiros, três pessoas distintas e todas três verdadeiras. Ora, quis o bom destino que uma tarde destas descobríssemos Alfredo Guisado sob o seu largo e característico chapéu – o único chapéu, nosso conhecido, que faz sombra ao sol. Estava ali uma entrevista e precisamente acerca do «Orpheu».

Não hesitámos, contando, não com a nossa coragem, mas com a amabilidade de Alfredo Guisado. E a entrevista aqui está, rescendendo ao estilo da célebre publicação.

 

Como surgiu a ideia do «Orpheu»? – Inquirimos de Alfredo Guisado.

– Pergunta-se, de vez em quando, como nasceu o «Orpheu». O «Orpheu» não nasceu porque já existia mesmo antes de ter nascido, tomando-se como o ter nascido, o aparecer pela primeira vez em público. Ora o ter aparecido pela primeira vez em público, não quer dizer que já não existisse. Foi uma consequência do grupo que se formou. Ao formar-se, este grupo encontrou-se em «Orpheu». O formar-se não é, nem pode ser, sinónimo de nascer. Nascer é uma coisa que acontece e o «Orpheu» nunca aconteceu. Existiu, o que é diferente. O existir é uma realidade. A realidade não tem princípio nem fim. Se não tem princípio, não nasceu. Se não tem fim, não morre mesmo que tenha desaparecido. Fica. Daí o «Orpheu» ter ficado por mais que muitos o tenham tentado destruir. Continua e continuará a ser sempre uma realidade.

 

Quem foram os fundadores?

– Nem todos os que escreveram em «Orpheu» fizeram o «Orpheu». Uns faziam parte do grupo, os outros foram apenas aquilo que se convencionou chamar colaboradores. Dos primeiros é que apareceu aquela revista, como daquela revista apareceu a obra de cada um deles. Quem constrói um edifício, não significa que tenha de o habitar e mesmo que também o venha a habitar não se confunde com quem o edificou. Os que apareceram depois para morar nele, sem terem contribuído para a sua construção, nada têm que ver com os que o construíram. Uns imaginaram-no, tornaram-no realidade, cercaram-no deles mesmos. Os outros aproveitaram-se do que os primeiros quiseram ser e foram.

Uns faziam parte do grupo, os outros foram apenas aquilo que se convencionou chamar colaboradores. Dos primeiros é que apareceu aquela revista, como daquela revista apareceu a obra de cada um deles. Quem constrói um edifício, não significa que tenha de o habitar e mesmo que também o venha a habitar não se confunde com quem o edificou. Os que apareceram depois para morar nele, sem ter contribuído para a sua construção, nada têm que ver com os que construíram. Uns imaginaram-no, tornaram-se realidade cercaram-no deles mesmos. Os outros aproveitaram-se do que os primeiros quiseram ser e foram, para então tentarem ser também o que os outros tinham sido. Suponho que a colaboração em outras revistas semelhantes aparecidas mais tarde, é ainda o prolongamento da colaboração em «Orpheu».
Há uma grande diferença visto que parece ser igual, se por ventura é possível que haja o quer que seja que possa ser igual a qualquer outra coisa que, por sua vez, suponha que possa ser igual ao quer que seja. As coisas mais iguais, são, precisamente, as que mais diferentes se tornam. As que mais se aproximam, pela razão de mais se aproximarem, afastam-se para evitar uma igualdade que pode monotonizar. Ora os fundadores foram: Fernando Pessoa, Mário de Sá Carneiro, José de Almada Negreiros, Luís de Montalvor, José Pacheco, Armando Côrtes-Rodrigues e eu e ainda Ronald de Carvalho e Eduardo Guimarães. Estes dois últimos encontravam-se nos Brasil. Todos os mais são colaboradores.

 

Como apareceu António Ferro então muito novo ainda, editor do «Orpheu»?

– Quando da organização total da revista, pensou-se na necessidade de haver um editor: – Quem?

Foi então que o Sá-Carneiro lembrou o António Ferro. Porquê, se ele não era fundador, isto é, componente do grupo, se bem que andasse muito na nossa companhia? Justificou-o assim o grande poeta da «Dispersão» : – Convém que seja ele porque é menor e se surgir qualquer complicação a sua responsabilidade não tem consequências.

 

Onde se reuniam?

– No Restaurante «Irmãos Unidos». Como eu fazia parte daquela casa, que pertencia ao meu pai e, onde eu estava, naquela altura, empregado, pois nem sequer inscrito estava na Faculdade de Direito, o que aconteceu em Outubro desse ano (1915) e a revista saiu em Março - Abril, não me era possível, por isso, afastar-me dali. Os meus companheiros de grupo, velhos e sinceros amigos todos eles, resolveram fazer naquele restaurante as suas reuniões para que eu pudesse assistir a todas elas. E nunca mais deixamos de ali reunir.

 

Como encara as largas repercussões que o «Orpheu» teve?

– Se, como disse, «Orpheu» continua e continuará a ser uma realidade, não temos que explicar a repercussão que teve. Tudo o que é realidade se repercute sem que se explique. Dizem que existem estrelas que ainda se vêem acesas, apesar de haver milhares de anos que estão apagadas. Foi e é o que sucede com «Orpheu». A sua luz apesar de haver quarenta e cinco anos que se apagou, ainda brilha com a mesma intensidade.

 

Dizem que vão ser publicadas as memórias do «Orpheu»…

– É exacto. Intitular-se-ão "«Orpheu» por dentro" e virão a lume logo que estejam impressas, o que será nos primeiros meses do próximo ano.

 

Quem são os autores?

– Essa pergunta, tomo-a como interessa de saber quem escreveu essas memórias, não é assim? Autores propriamente não têm. Os autores foram os acontecimentos que ocasionaram os factos verdadeiros que nesse livro se contarão. Os compiladores são Almada Negreiros, Côrtes-Rodrigues e eu, os únicos que podem redigir essas memórias, porque são os únicos que restam daquele grupo. Aparecerá naquelas páginas apenas a verdade para evitar que continuem inventando aqueles que se dizem conhecedores daquilo que não conhecem.

Em «Autores», n.º 10, 1960.

 
05 – Congresso Internacional «Turismo, História e Património: Compromissos com o futuro.
Divulgação, por Ana Carina Azevedo, Cândida Cadavez, Susana Domingues.

 

A Fundação António Quadros é parceira do História, Territórios e Comunidades – CFE NOVA FCSH, da Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril, do Instituto de Geografia e Ordenamento do Território – ULisboa e da Câmara Municipal de Cascais na organização do Congresso Internacional Turismo, História e Património: Compromissos com o futuro, que se realizará nos dias 1 e de 2 de Julho, em formato online.

            

 

Um século passado sobre o ano que acolheu dois momentos de clara inovação na história do turismo em Portugal (a autorização que permitiu que banhistas espanhóis se deslocassem para Portugal, viajando apenas com cédulas pessoais, e a publicação em língua portuguesa dos Guias Michelin), este congresso será um palco transdisciplinar que acolherá reflexões diversas sobre:

• História do turismo;

• Representações e práticas turísticas como instrumentos ideológicos;

• Paisagens turísticas: entre a tradição e a modernidade;

• Patrimónios de atractividade turística;

• Ética e sustentabilidade na prática turística contemporânea;

• Inovação, boas práticas e responsabilidade social em turismo;

• Turismo digital.

 

A inscrição é obrigatória e gratuita e pode já ser feita em https://htc.fcsh.unl.pt/htc/

Outras informações disponíveis na página FaceBook do congresso.

 
06 – 30.ª Festa do Espírito Santo no Convento da Arrábida (1991-2021),
por Maurícia da Conceição Teles da Silva

Realizou-se no Domingo de Pentecostes, 23 de Maio de 2021, a 30.ª Festa do Espírito Santo, encontro que celebra o ideal ecuménico de convívio fraternal entre a diversidade de religiões e multiculturas, na Liberdade de pensamento, na Paz e partilha, pelo Ser e estar, respeitando o Outro.

Os difíceis tempos que correm, tornam mais urgente permanecermos fiéis e gratos à tradição portuguesa veiculada pelo Pensamento e força anímica de Agostinho da Silva e António Quadros, e aos Franciscanos Spiritualli, que, antes, neste Convento elevaram o humano ao Divino na plena comunhão da Natureza divinizada na Senhora da Arrábida – “uma mensagem de plenitude de vida, como reconciliação do homem com a Criação”, conforme afirmou Dalila Pereira da Costa. Assim, seguimos a inspiração, que nos moveu no dia 19 de Maio de 1991, início da celebração de Pentecostes na Arrábida.


Assim celebrámos o dom da Pureza coroando a Criança, que simbolicamente libertará o mundo, pelo seu coração puro; também a nossa gratidão a António Quadros, que profetizou, nas Trovas para o Menino Imperador - No Dia de Pentecostes, dedicadas a esta circunstância:


[…] 
“Alma ardente de poeta,

Caminheiro pela paz,

Lutador por ideais,

Coração de Galaaz,

 

Só com ele criareis

Vossa obra em liberdade,

Só achareis plenitude

No Espírito da Verdade.” […]

 

Renovamos “esta mensagem de Fraternidade entre todos os povos, todas as raças, todas as nações, entre todas as religiões, quando todos os homens começam a entender-se uns aos outros…” (António Quadros. Arrábida, 1991).

Pelo Convento Sonho e Associação Agostinho da Silva agradecemos o apoio da Diretora do Convento da Arrábida-Fundação Oriente e a todas as pessoas que têm colaborado ao longo destes anos, ao Passado Vivo e à Fundação António Quadros.

 
07 – LIVRARIA ANTÓNIO QUADROS
Promoção do mês.

Conjunto de dois volumes: 30,00€

Volume 1:

Introduções, organização e biobibliografia actualizada: António Quadros.

Título: Clássicos de Fernando Pessoa: Mensagem e Outros Poemas Afins.

Edição: Colecção «Clássicos» n.º 11. Lisboa: Publicações Europa-América, 1990.

Volume 2:

Autoria: António Quadros

Título: Fernando Pessoa: A Obra e o Homem II. Iniciação global à Obra.

Edição: Lisboa: Arcádia, 1982.

 
 
     
 
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