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Newsletter Nº 190 / 14 de Novembro de 2022
Direcção Mafalda Ferro Edição Fundação António Quadros

ÍNDICE

01 –
Prémios António Quadros 2021 ARTE e 2022 HISTÓRIA entregues pela Fundação António Quadros no passado dia 5 de Novembro. Memória.

02 Mesa Redonda II: «Re(Pensar Portugal à Luz de Portugal, Razão e Mistério de António Quadros». Divulgação e convite.

03 Fernanda de Castro no VIII Gendercom (Viterbo-Itália), por Francisco Almeida Dias.

04 José A. Ferreira (1927/2022) e Histórias do Tempo de Deus de António Quadros, por Mafalda Ferro.

05 Lembrando Afonso de Bragança no centenário da sua morte – Modernista, Jornalista, Cronista, Poeta, por Mafalda Ferro

06 Livraria António Quadros, obra em promoção até 14 de Dezembro: Ballet Portugais Verde-Gaio. [Bailados Portugueses Verde-Gaio] – versão francesa traduzida por Jean Bayle.


EDITORIAL, 
por Mafalda Ferro

A exposição «António Ferro, Francis e o Verde-Gaio: Arte, Talento e Alma» pode ainda ser visitada até ao dia 24 de Novembro na Fundação António Quadros | Biblioteca Municipal em Rio Maior.


Felicitamos a Associação Agostinho da Silva que no passado dia 29 de Outubro inaugurou a sua nova Sede / Casa de Estudos Agostinho da Silva, sita na Rua de S. Bento n.º 227 1250-219, Lisboa.

É nestas instalações que, a 10 de Dezembro 16h, dando início às comemorações do centenário de nascimento de António Quadros a Associação Agostinho da Silva e a Fundação António Quadros, representadas por Maurícia Teles (AAS) e Mafalda Ferro (FAQ), vão assinar um protocolo de colaboração e, no âmbito do ciclo “Autores em Torno de Agostinho”, promover uma sessão moderada por Renato Epifânio intitulada «O Portugal, Razão e Mistério, de António Quadros», com a participação de António Braz Teixeira e Rodrigo Sobral Cunha.


Lembrando Pedro Agostinho (1937/2022), filho de Agostinho da Silva:

António Quadros e Agostinho da Silva, Pedro Agostinho, Eudoro de Sousa, José Santiago Naud, entre outros, durante a Exposição sobre o Pensamento Português, organizada por Agostinho da Silva na Universidade de Brasília, Centro de Estudos Portugueses, Novembro de 1965.


PT/FAQ/06/05830 / PT/FAQ/06/05831 / PT/FAQ/06/05832




Salientamos a publicação patente na página do projecto António Telmo Vida e obra:


Pedro Agostinho está agora brincando no “mundo dos encantados”
, por Helena Briosa e Mota (novo)


É com enorme desgosto que nos despedimos de Luís Filipe Gonçalves da Cruz (1938/2022), ROC n.º 73, da empresa «ESAC – Espírito Santo & Associados – Revisores Oficiais de Contas», que, além de Revisor Oficial de Contas, colaborador e apoiante do trabalho da Fundação António Quadros, foi por todos nós considerado um verdadeiro AMIGO desde o dia em que nos conhecemos. As suas inúmeras qualidades enquanto Ser Humano e Profissional de Excelência assim o determinaram. Com muita tristeza, associamo-nos à dor da sua família, amigos, sócios e colaboradores, prestando-lhe homenagem.


No dia 5 de Outubro, outra triste despedida, desta vez a José A. Ferreira, seguidor do Movimento da Filosofia Portuguesa, sobre quem, em sentida homenagem, publicamos aqui um artigo, registando a colaboração literária e a amizade que o unia a António Quadros.

Á sua mulher, aos seus filhos, muito especialmente à sua filha Maria, colaboradora assídua do trabalho da Fundação, enviamos a nossa amizade.


Tenho pena que não tivesse havido oportunidade para conversarem, ele e a Mafalda. De vez em quando, perguntava-me por si.

Beijinho grande, também por ele, também dele.
Maria

 
01 – Prémios António Quadros 2021 ARTE e 2022 HISTÓRIA entregues pela Fundação António Quadros no passado dia 5 de Novembro. Memória.

O Prémio António Quadros 2021 ARTE foi entregue à obra Sarah Affonso: Os dias das pequenas coisas (Tinta-da-China e MNAC, 2020) nas mãos de Emília Ferreira directora do Museu Nacional de Arte Contemporânea (MNAC), entidade coordenadora da obra.


O Prémio António Quadros 2022 HISTÓRIA foi atribuído ao conjunto de duas obras que com a mesma autoria se complementam. São elas Atravessando a Porta do Pacífico. Roteiros e Relatos da Travessia do Estreito de Magalhães, 1520-1620 (By the Book, 2020); e Desenhando a Porta do Pacífico. Mapas, Cartas e outras representações visuais do Estreito de Magalhães, 1520-1671 (By the Book, 2021) e entregue aos autores Henrique Leitão e Jose Maria Moreno.


Margarida de Magalhães Ramalho, Margarida Cunha Belém e Henrique Cayatte integraram o júri. 
A cerimónia contou ainda com a participação de Leonor Fragoso (vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Rio Maior), de Mafalda Ferro (presidente da Fundação António Quadros) e com os apoios da «Câmara Municipal de Rio Maior», da Biblioteca Laureano Santos, das empresas «Casa da Caldeira», «Doces d’Aldeia», «Enoport United Wines», «Loja do Sal» e, ainda, da DGPC que fotografou a cerimónia.


Fotografias de Arlindo Homem | DGPC:


ORGANIZAÇÃO

PÚBLICO


PAQ 2021 ARTE

PAQ 2022 HISTÓRIA


 

02 – II Mesa Redonda «Re(Pensar Portugal à Luz de “Portugal, Razão e Mistério” de António Quadros».
Divulgação e convite.

A Fundação António Quadros, com o apoio da Câmara Municipal de Rio Maior, da Biblioteca Laureano Santos e da Revista «Nova «Aguia», vai realizar a segunda Mesa Redonda com o tema «Re(Pensar Portugal à luz de ‘Portugal, Razão e Mistério’ de António Quadros», continuando e desenvolvendo o tema da primeira sessão («António Quadros, ‘Portugal, Razão e Mistério’ e a Filosofia Portuguesa») cumprida no passado dia 16 de Julho.

A sessão será apresentada por Filipe Santana Dias, presidente da Câmara Municipal de Rio Maior e por Mafalda Ferro, presidente da Fundação António Quadros. Estarão patentes as exposições «António Quadros, 'Portugal, Razão e Mistério' e a Filosofia Portuguesa» e ainda «António Ferro, Francis e o Verde-Gaio: Arte, Talento e Alma», curadoria de Mafalda Ferro, Fundação António Quadros.

O tema será retomado na Associação Agostinho da Silva no dia 10 de Dezembro, 16h.

É nosso desejo e seria muito importante poder contar com a sua participação.


Coordenação
: Mafalda Ferro; Renato Epifânio.

Moderação: Renato Epifânio.

Participação: Abel Lacerda Botelho, António Braz Teixeira, César Tomé, Manuel Cândido Pimentel, Renato Epifânio, Rodrigo Sobral Cunha, Samuel Dimas.

Local: Rio Maior, Fundação António Quadros / Biblioteca Laureano Santos.

Data e hora: Sábado, 19 de Novembro de 2022, 15.30h.


ENTRADA LIVRE

 

IMPORTANTE: Celebrando o centenário de António Quadros nascido a 14 de Julho de 1923, o conteúdo das duas sessões (participações e intervenções) será publicado em 2023 na revista «Nova Águia». 
 

03 Fernanda de Castro no VIII Gendercom (Viterbo-Itália), 
Memória.

De 11 e 14 de Outubro passado teve lugar a oitava edição do Convénio Internacional sobre Género e Comunicação  GENDERCOM (https://gendercom.org/). Esta iniciativa, habitualmente organizada pela Universidade de Sevilha, teve este ano como sede a Universidade da Tuscia (Viterbo  Itália).


O convénio bianual, dedicado à análise crítica da construção das identidades de género na sociedade e nos meios de comunicação alargou este ano o leque das temáticas abordadas ao das mulheres nas indústrias culturais. Apresentou-se, assim, a Francisco de Almeida Dias, professor de Literatura Portuguesa naquela Universidade e membro do Conselho Consultivo da Fundação António Quadros, uma nova oportunidade de falar de Fernanda de Castro, figura a que os seus estudos têm regressado muitas vezes nos últimos vinte anos.


Com o título «Quella “raiva de ser menina fina” in Fernanda de Castro (1900-1994): «L’emancipazione di una donna attraverso l’arte, nel Portogallo del Primo Novecento», a conferência — que será editada em breve, nas actas do Convénio 
 repercorreu esta vida excepcional que atravessou quase completamente o século XX português, tornando-se-lhe testemunha privilegiada, para além de protagonista incontornável da vida cultural.


Educada num ambiente fortemente feminino, pontuado por figuras notáveis como a bisavó Maria Maurícia Telles de Castro da Silva e a tia-avó Emiliana Telles – que muitas vezes atravessarão a fronteira da biografia para protagonizarem a produção poética e narrativa da autora, como em Maria da Lua e A Ilha da Grande Solidã
 demonstrar-se-á talentosa e determinada ao dar o salto para a ribalta, quando a ocasião se lhe depara, na primeira juventude, ultrapassando o papel predestinado às meninas de boas famílias no início do século passado.


«Preciso de trabalhar, quero trabalhar e vou trabalhar» (escreve em Ao fim da Memória) reevocando esses 19 anos em que, quase em simultâneo, publica o seu primeiro livro de versos, inicia a colaboração com jornais e revistas, e, frequentando ainda os salões femininos de gosto finissecular, começa a frequentar os “Novos”, que viriam a enformar aquele que a História designou como “Segundo Modernismo Português”.


O encontro com António Ferro, provocatório de parte a parte, acabou por tornar definitiva a sua opção pela Modernidade, apesar de nunca se ter vergado às modas, de ter sempre mantido a sua independência estética (até mesmo do marido) e de ter sabido construir um Modernismo todo seu. Ao seu companheiro de mais de 30 anos dedicará, nesse sentido, a última das Cartas para além do tempo, com esta singularíssima declaração de amor:

Quero ainda dizer-te que sempre te fui muito grata porque nunca me cortaste as asas.
A Poesia viveu sempre connosco.
 
 
04 José A. Ferreira e Histórias do Tempo de Deus de António Quadros, 
por Mafalda Ferro.


Em Novembro de 2018, na sequência de uma investigação sobre a obra de seu pai, Maria A. Ferreira visitou a Fundação pela primeira vez, tendo-se oferecido para colaborar com o trabalho da Fundação. Falou-me do pai, da sua natureza introvertida, discreta, de trato afável e sorridente e da amizade que o ligava ao meu. Soube que declinou vários convites para cargos directivos, preferindo o recolhimento no seu escritório para pensar, escrever e ouvir música clássica.

Com o tempo, Maria, com a ajuda do pai, foi realizando diversos trabalhos de transcrição de artigos e da correspondência de José A. Ferreira tendo também transcrito em 2020 a agenda / notas diárias de 1970 de Fernanda de Castro.

José Antunes Ferreira (1927-2022) nasceu no dia 7 Junho de 1927 em Vila Real (Trás-os-Montes) e aí viveu até terminar o Curso Complementar de Letras, altura em que partiu para Lisboa tendo inicialmente frequentado dois anos do curso de Direito na Faculdade de Letras e, posteriormente, o curso de Filologia Clássica.

Foi aí que conheceu um colega que o viria a apresentar a António Quadros que, por sua vez, o introduziu no Grupo da Filosofia Portuguesa. O seu nome era António Telmo.

Tendo sido obrigado a interromper o percurso académico para cumprir serviço militar em Mafra (Curso de Alferes), só completou a licenciatura em 1954 com a dissertação (inédita) «A 'Vida de D. João de Castro' e as Sugestões da Historiografia Clássica nela contidas». 
Iniciou a sua carreira docente como professor em Setúbal (1954/1956).


Ainda na Faculdade de Letras, conhecera Maria José Dias Martins, irmã de Albano Dias Martins (futuro poeta) e prima de Eugénio de Andrade; o casamento aconteceu em 1956 na cidade de Castelo Branco onde o casal residiu até 1963, tendo entretanto nascido os seus dois filhos, e, nesse ano, ambos professores, foram ambos colocados no Liceu Pêro de Anaia da cidade da Beira, Moçambique.


Devido à distância e ao tempo que a correspondência levava a chegar à Metrópole, não lhe era possível, em tempo real, corresponder aos pedidos de envio de artigos para publicação mas o convívio epistolar com António Quadros continuou.

Em 1966, na sua "Imitação do Homem. Odes", António Quadros dedicou-lhe a «Ode à Liberdade».


Em 1975, regressou à Metrópole, continuando a leccionar, primeiro no Liceu de Oeiras e depois na Escola Secundária Belém-Algés, até se reformar.

Em 2008, publicou (edição de autor) um livro de poemas, “Dissimetrias”, sob o criptónimo Afrâneo Rosaes. Desenvolveu considerável obra escrita (especialmente crítica e ensaio) e desenhada, na sua maior parte inédita.

José Antunes Ferreira, um dos seguidores do Movimento da Filosofia Portuguesa, enviava regularmente a António Quadros críticas e ensaios sobre as suas obras, dando origem a uma relação epistolar que abrangeu vários anos.



António Quadros enviou-lhe um comentário à crítica feita ao seu livro, pedindo autorização a para publicar na Revista «ESPIRAL – CADERNOS DE CULTURA»:


Lisboa, 21 de Janeiro

Meu caro amigo


Não quero agradecer-lhe o seu ensaio sobre o meu livro (embora me tenha dado uma grande alegria), porque isso seria dizer implicitamente que V. o escreveu por generosidade ou só por amizade... Creio que, na sua carta, você colocou o problema conforme com a verdade: o seu trabalho revela, não só compreensão como de facto profundas afinidades de pensamento.


Creio que foi o Max Scheler que provou que só se pode fazer crítica com simpatia (não na assepção sentimental ou emotiva da palavra), porque de outro modo o crítico não atinge o centro irradiante de onde nasce a criação da obra literária ou filosófica, ficando-se ao nível do juízo os [...] da interpretação a respeito de zonas epidérmicas, marginais, fragmentárias.


Deste tipo tem sido a crítica feita ao meu livro (aliás a todos os meus livros ou a quase todos), seja ela desfavorável ou favorável. O panorama da vossa crítica , você conhece-o aliás: fala, comenta, historia, julga – mas nada diz.


Devo dizer-lhe que, pela primeira vez, leio uma crítica ou um ensaio, que realmente penetra no meu pensamento, vai até à raiz e daí parte para explicar a composição do todo, mostrando a solidariedade e a harmonia das partes componentes. Para além da minha situação como autor criticado, digo-lhe objectivamente que o seu ensaio é uma peça excepcional como expressão de um pensamento estético, peça que se impõe por si própria e que transcende mesmo o pretexto. Julgo que além de ter interpretado a fundo as “Histórias do Tempo de Deus”, você expôs coerentemente um pensamento seu, afim do seu porventura, mas desenvolvendo-se originalmente e colhendo sobretudo do meu livro o que é esclarecedor do seu universo próprio. 
[...]


Que acha da hipótese de ser publicado na integra na próxima Espiral? Tem venda pública e há ainda o inconveniente de ser eu o director. Mas ficará registado, podendo ser lido e consultado de uma vez sempre que se quiser... Até hoje, quer na ACTO, quer no 57, quer na ESPIRAL, nunca quis que saísse nenhuma crítica a livros meus. Mas o nível do seu trabalho, creio que justificará a excepção. É exemplo ímpar da filosofia e da literatura. Diga-me o que pensa...


Até breve e um grande abraço do seu amigo dedicado, António Quadros.


Ao que o amigo respondeu:

Beira, 27 de Janeiro de 1966

Meu Caro António Quadros

Respondo à sua carta recebida na passada segunda-feira e demoro um pouco mais do que desejaria, para não lhe manifestar demasiado a alegria que as suas palavras me causaram... Embora tivesse lido cuidadosamente o seu livro, embora soubesse que ele me tinha tocado em profundidade, temia que não tivesse conseguido exprimir o que eu senti de admirável. Não esperava – é certo – tão quente aplauso da sua parte, apesar do cuidado e isenção que pus no meu trabalho, não só porque é difícil apreender o pensamento alheio, mas também porque o crítico, devido à sua individualidade própria, muitas vezes encontra uma significação que se afasta da significação que o escritor quis comunicar. O A. Quadros, aliás, reconhece o direito de que assim seja na última carta que me escreveu. Mas não deixa de ser-me grato que apenas tivesse feito dois reparos à minha exegese da sua obra. Sem o intuito de justificar seja o que for, mas com a franqueza e lealdade que me habituei a usar consigo, digo-lhe, humildemente, que me lembrei da tese do Agostinho da Silva, quando li aquela passagem do conto «O Pai», em que se fala da partida para o Brasil, quando a li e quando sobre ela escrevi o meu comentário. Não fiz, porém, referência ao Agostinho da Silva (e podia tê-lo feito, chamando, pelo menos, a atenção para a profecia dele), porque me pareceu que esta reduzia um tanto a amplitude da significação que eu estava a achar no seu livro.

Parece-me, de facto, que se empobrece um qualquer conceito, quando se admite que a sua realização está dependente de uma determinação temporal ou geográfica. O ponto de encontro do tempo e do espaço é demasiado fluido e subtil, para que, antecipadamente, atribuamos a universalidade ao que disso depende. Não lhe parece? Pelo menos, o seu livro mostrou-me algo muito mais próximo do meu pensar do que desse pensar de A. da Silva: «A minha pátria é a humanidade, a minha pátria é a minha luta ... é este esforço, este ideal, esta nau que me conduz e eu conduzo.» Esta é a afirmação do indivíduo, mas não embarga, melhor, embora ela não embargue que um determinado povo em dado momento histórico atinja a mais alta expressão da Pátria.

Por outro lado, no que respeita à falta duma referência à Providência, devo confessar que a esta, realmente, a não vi dentro dos limites exactos que me indica na sua carta, sobretudo no aspecto que se concretiza em «o negativo poder ser realmente positivo e vice-versa, sem que nós nos dêmos conta». A mim, a observação do conjunto das suas «histórias» mostrou-me com maior nitidez a ideia de que o homem participa activamente no devir universal, que tem em si poderes para tornar consciente e cada vez mais eficaz essa participação. Há na minha interpretação (foi isso o que vi no seu livro – ou tê-lo-ia visto também em mim?) um pouco da ideia de Hegel de que o Espírito se vai realizando no Mundo, embora os seus contos também me tenham dito algo mais de muito valioso: que o homem individual pode contribuir para isso, realizando-O em si, fazendo coincidir o Deus que anseia com o Deus que pressente, depois de se ter apoderado do fio que une o seu saber individual ao divino saber Universal. O seu livro disse-me que a Providência de Deus seria inoperante, se lhe faltasse a participação do homem; mostrou-me a expressão do difícil equilíbrio que consiste em harmonizar a Providência divina e a liberdade do ser humano. Para não alongar demais esta carta, só mais umas palavras acerca da publicação do meu trabalho. Como de outras vezes, eu deixo-lhe as mãos livres para decidir como achar melhor.

Entretanto, cá de longe, pensei nesta hipótese: publicá-lo já no «Diário de Notícias» (e V. talvez consiga a boa vontade dos responsáveis para que saia em dois números em vez de em três...) e publicá-lo depois, inteiro, na «Espiral». Vantagens desta modalidade: a da minha crítica ter maior divulgação; a de o seu livro poder ganhar novo interesse; a de poder dar uma compensação material; a de poder-se justificar melhor a inclusão do texto na «Espiral» («Dado que não foi possível publicá-lo integralmente no jornal, dado que alguns leitores apreciarão tê-lo inteiro ao seu dispor... etc.). No entanto, como acima digo, deixo o caso nas suas mãos, com a liberdade de resolver como quiser. V. conhece melhor o meio, tem mais experiência dessas coisas, sabe, por isso, qual a melhor maneira de efectuar a publicação. Fico à espera de notícias e ordens suas acerca do «Centro», e aguardando a «Espiral» que me prometeu para fins deste mês. E não me esquecerei do que prometeu para a Páscoa... Aceite a amizade gratíssima e um grande abraço do [ass.] J. A. Ferreira

[Transcrição e edição de Maria A. Ferreira, 2019]

 

O ensaio foi publicado na revista «Espiral» n.º 10, Verão de 1966, com o título “A Perianábase da Alma nas Histórias do Tempo de Deus de António Quadros” sendo que o autor havia já publicado outros textos em jornais e revistas dirigidos por António Quadros. Salienta-se:

 

“Integração valorativa do Homem”, em «57 Folha Independente de Cultura» número 1, Maio de 1957;

“Integração valorativa do Homem II: A criatura e a criação”, em «57 Folha Independente de Cultura» número 2, Julho de 1957;

“Moçambique: actividades Culturais na Beira”, em «Espiral» número 3, Outono de 1964;

“A actualidade do humanismo helénico - A propósito do «Helenismo» de Toynbee: I parte – O testemunho dos grandes trágicos”, em «Espiral» número duplo 6/7, Verão de 1965;

“A actualidade do humanismo helénico - A propósito do «Helenismo» de Toynbee: II parte – Os caminhos do humanismo”, em «Espiral» número duplo 8/9, Inverno de 1965.

 

Em 1979, “A Perianábase da Alma nas Histórias do Tempo de Deus de António Quadros” viria a ser publicado como “Introdução” (pp. 13/54) à 2.ª edição das Histórias do Tempo de Deus. Contos (Lisboa: Edições do Templo, 1979, capa de Manuel Lapa).

Os escritores que venceram o condicionalismo limitado da sua geração e da sua época foram sempre os que souberam subordinar as impressões estéticas da linguagem à expressão analógica do pensamento. Goethe, Camões, Dante, Virgílio, como dos melhores entre outros mais, exemplificam-no exemplarmente.

Contudo, na moderna ficção portuguesa, só encontramos dois nomes o de José Régio e o de Vergílio Ferreira (ainda que este sem a poderosa vigilância mística daquele) que, na actividade criativa têm mostrado seguir um rumo semelhante ao que A. Q. soube escolher para os seus dois livros de contos: o da revelação da alma.

 

José A. Ferreira, em Introdução a Histórias do Tempo de Deus, 1979 (excerto).

 

José Antunes Ferreira morreu em Lisboa a 5 Outubro de 2022 com 95 anos, estando sepultado no Cemitério da Ajuda.

Recebi a triste notícia pela sua filha Maria que, em anexo, me fez chegar vários documentos digitais inclusive a reprodução da carta manuscrita datada de 21 d
e Janeiro de 1966 (6 páginas) escrita por António Quadros depois de receber um ensaio sobre o seu livro de contos Histórias do Tempo de Deus.


O acervo da Fundação António Quadros guarda 26 cartas suas (transcritas e editadas em 2019 por sua filha Maria A. Ferreira) na sua maioria enviadas a António Quadros da Beira, Moçambique mas, também, de Castelo Branco, Lisboa e Algés. Em contrapartida, o seu arquivo pessoal, agora na posse da família, guarda uma importante colecção epistolar que lhe foi enviada por António Quadros.

 

05 Lembrando Afonso de Bragança no centenário da sua morte Modernista, Jornalista, Cronista, Poeta, por Mafalda Ferro [Solicita-se ao leitor que nos contacte se conhecer algo mais sobre a vida e obra de Afonso de Bragança (1897 ou 1899 / 1922).]

Temos poucas referências sobre o modernista Afonso de Bragança, nome pelo qual era conhecido e assinava os seus escritos mas, pensamos que esse era um pseudónimo e não o nome com que nasceu. Sabe-se que vivia no Porto, na Rua de S. Bento Victória n.º 10 r/c, e pensa-se que tinha família em Oliveira de Azeméis.

Legenda, da Esq. para a Dta.:
António de [...], Afonso de Bragança, António Ferro e João Ameal, 1920.


Foi poeta, jornalista e amigo de António Ferro; escreveu-lhe dezenas de cartas que nos ajudam a conhecê-lo e à sua actividade literária nos últimos três anos mas que nada nos dizem sobre as suas origens, a família e a infância.


Através dessas cartas, sabe-se que foi amigo de Trindade Coelho, Miguel Braga, Jorge Barradas, António Soares, Álvaro de Andrade, António Carneiro, Bernardo Marques, José Pacheco, Eduardo Viana e de muitos outros, além de António Ferro. Era a António Ferro que escrevia assiduamente, que pedia ajuda e, era com ele que desabafava. Aliás, um dia, já perto do fim, sem que nenhum dos dois de tal se apercebesse, pediu-lhe ajuda para publicar o seu livro de versos e que reunisse em volume as cartas que lhe escrevia, com capas de António Soares. Preparava também um livro de crónicas. Não encontrámos nenhum destes escritos.


Pensamos que, para além de, entre 1920 e 1922, ter publicado artigos em revistas e jornais como «A Pátria» (a sua estreia), a «Ilustração Portuguesa», a «Contemporânea», «O Jornal».


A 7 de Abril de 1921, colaborou (Chá das cinco), assim como António Ferro, Thomaz Ribeiro Colaço, Stuart de Carvalhaes, Raul Proença, Fernanda de Castro, Bernardo Marques, Jorge Barradas e muitos outros, no 1.º número do «Diário de Lisboa». [FAQ/02/0219/00010]


Em Maio de 1922, colaborou no número inaugural da revista «Contemporânea» com Carta a um Esteta. Crónica que assim inicia:

Envio-lhe, meu caro amigo, o primeiro número da «Contemporânea». Não sou administrador da revista, nem, muito menos, o «compère». Mas sou um pobre moço que vivia a vida estéril da geração que o precedeu e que um dia foi despertado para viver a vida da sua própria geração. [...] 
E termina: Vamos viver de novo Portugal com outros olhos, outras tintas, outra alma. Vamos dar a volta a Portugal mas correndo-o no sentido da rotação do mundo...

Pequenos excertos de extensas cartas escritas a António Ferro:


Há 13 dias que estou enterrado numa cama à espera. De quê? Sei lá! De uma crise que me leve ou de uma solução que me salve.

Foz do Douro, 1919.11.19. [FAQ/ 01/0041/00001]


Com o maior cuidado tenho seguido «O Jornal», à espera do meu artigo. Afinal, passou já a oportunidade a exposição dos modernistas já abriu e o artigo não aparece. Você também me não explica o que se passa. Estranho-o em si, tão gentil e tão amigo. Presumo que o excesso de afazeres o tenha impedido de me responder. Ou, melhor, presumo que você me não tenha escrito por aquela forte razão que leva a gente a não escrever e que é a preguiça

Porto, 1920.08.31. [FAQ/ 01/0041/00002]


A sua amizade confunde-me, tão pouco acostumado estou aos amigos. Certo, certo, é eu ir aí abraçá-lo ao Martinho antes do fim de Setembro, tomar um péssimo café e partilhar do seu ótimo espirito. Abraço-o obrigadíssimo, Afonso

[FAQ/01/0041/00003]


E o certo é que, com a senhora doença en collage, com todo o seu cortejo de repousos, bons ares, remédios, estava na cama todo o dia eu ainda não acredito! Vamos a ver, se de facto eu verificar abruptamente que estou doente com doença muito grave...

Porto, [1919]. [FAQ/01/0041/00004]

 

Você é único! Então a sua colaboração?! Nenhuma linha! Nem um manifesto ao país! Nem o seu programa político! Você vive agora exclusivamente para Angola? Escreva por amor de Deus. Tenho-o lido no Diário de Lisboa. Ótimo como sempre. Você está já em estado de poder escrever quando quiser.

A Fernanda? Diga-lhe que mande o livro e o retrato. Ela tem uma cara que é uma excelente página gráfica. É verdade mesmo que querem meter o Ameal no Museu, como quadro do Silva Porto? Ele está a pedir caixilho lá isso está.

Eu, no Porto, financeiramente bem, apesar de lhe não mandar os 15 escudos que lhe devo. Fica para quando você me receber do livro.

Ando muito doente. Sou um puto novo (palavra!) com sífilis. Ando seguro por entretelas. Além da sífilis que estou a tratar agarrei uma bronquite e uma diarreia, que dura desde que cheguei. Tomo remédios a todas as horas. A vida continua. O jornal assim, assimVocês devem-me ter aí lá para o Entrudo começos de inverno.

O editor escreveu-me a explicar apenas que tem tido o meu livro com a greve. Era escusado.

Que hei-de eu esperar de um editor que mora na Travessa da Espera? Espero.

Para simplificar trabalho peço-lhe, embora não lhe dê a enorme maçada de o empacotar e deitar ao correio, que me mande o livro. Eu em 3 dias arranjo-o, tiro-lhe o que quero e ponho-lhe outras coisas. É a melhor solução. Você compreende que é só por ser mais razoável este sistema que eu lhe peço o livro. E confio em si absolutamente. Se quiser dê-o ao Antunes, que é prático e imediato, para ele o mandar para a Rua de S. Bento Vitória, 10. Porto. Não tenho nunca outra.

Porto, [1919]. [FAQ/01/0041/00006]


Meu caro António Ferro

O livro? Já foi a compor?

Dentro de dias mando o pouco original que falta. Peço-lhe para pedir ao Álvaro de] Andrade que me mande a coleção do «Diário de Lisboa», até à data, sem falta. Você encontrou o Laboreiro? Falou-lhe um jornaleco? Desculpe esta maçadoria.

Vamos ao Jornal. No próximo dia 10 pomos na rua um número especial meu, aproveitando a festa da flor, cá.

Era preciso que você me enviasse já o seu retrato, um bom retrato e umas linhas, poucas, sobre o que será a sua crónica de Lisboa. Meia dúzia de linhas apenas, com a sua assinatura legível. O retrato é que era conveniente que fosse bom, muito bom, corpo inteiro, se fosse possível, an?

Um abraço a todas as pessoas que não tenham dito muito mal de mim e em especial ao Soares, Bernardo Marques, José Pacheco, Viana.

Li o artigo do Cristovão de colaboração com o Baudelaire e lá vi a piada aos cigarros que lhe pedi. Vou-lhe mandar dois maços de Zorro, para pagar a divida. Mande o retrato e as linhas com toda a urgência ao seu Afonso de Bragança.

Porto, [1921]. [FAQ/01/0041/00007]


Estou a ouvir os sinos da igreja. São 5 horas. Neste momento ouve você os dos Inglesinhos. Nisso é que Lisboa leva vantagem a Oliveira de Azemeis.

Oliveira de Azeméis, 1922. [FAQ/01/0041/00008]


Meu caro António Ferro

Não lhe posso escrever senão para lhe dizer que estou pior. Eu já me dava por contente em passar desta crise, preparando-me para morrer de outra. Mas há desespero. Não se esqueça de me mandar o livro imediatamente para eu o arranjar e poder pedir dinheiro ao editor, para me tratar. Se a doença se prolongar oxalá devo mandar-lhe o livro das crónicas da «Pátria», para me poder continuar a tratar.

António Ferro: sou um homem perdido, uma mocidade perdida!

Nunca augurei bem o meu destino. Mas não o supunha tão cruel e tão pequeno!

Não lhe posso escrever mais. Peço-lhe que fale ao editor no caso do dinheiro. Seu amigo, Afonso.

Sanatório (?), 1922. [FAQ/01/0041/00009]


Na véspera de entrar para o sanatório, enviou ao «Diário de Lisboa» uma carta de despedida aos amigos, publicada no a
3 de Novembro de 1922:

Deixo Lisboa. E entrego-vo-la. Entrego-a aos vossos cuidados, aos vossos carinhos, à vossa ternura.  À vossa ternura, sim.  Vocês, como eu, têm por Lisboa uma ternura inexplicável, mas por isso mesmo profunda. Vocês, como eu, não gostam de Lisboa pelo que ela é. Gostam de  Lisboa pelo que ela finge. E Lisboa finge de muita coisa finge de «chic», finge de intelectual, finge de rica finge de capital.


Lisboa não é capital de coisa nenhuma. O País não lhe tem respeito e a Europa não acredita nela. Lisboa vive numa civilização de «films». Os homens orientam-se pelos «films» americanos. As mulheres pelos italianos. Mas nem os «yankees» os ensinam a ter músculos, nem os italianos as ensinam a estilizar suas graças. Eles, aproveitam o chapéu de aba larga, a correia nas calças e uma atitude formidável de «cow-boy» quando vão tomar o
Chá das 5. Elas, a colear os ombros e o sensualismo rítmico dos quadris, atravessam com ares de rainha e modos fatais de mulher fatal os Armazéns Grandela.


Meus amigos: se vocês puderem, se, durante a minha ausência algum de vocês subir a Ministro de Instrução Pública ou a empresário do Condes
reformem o cinema! O «cine» está dando cabo de 7 séculos de virtudes. Depois as casas de chá, meus amigos, as casas de chá. Vigiem-nas, transformem-nas, civilizem-nas. O chá foi sempre uma bebida dissolvente e corrosiva. Mas agora, em Lisboa, mais do que nunca.


Fui despedir-me da «Garrett», ontem. Por amor de Deus: digam àqueles senhores que sejam menos fúnebres e àquelas senhoras que sejam menos pródigas. Mal entrei, ao arrastar ruidosamente uma cadeira, senti em cima de mim uns olhares furiosamente despertos do seu compungimento, que me faziam repreensivamente
«shiu!»… Defronte de mim, uma mulher quasi-bonita as frequentadoras das casas de chá pertencem quasi todas à categoria das «quasi-bonitas» adoçava-me amavelmente, o chá ácido com os seus olhares. Nas casas de chá de Lisboa há sempre, defronte de nós, uma senhora com olhares mais ternos do que paralelepípedos de açúcar.

Ensinem, meus caros amigos, a todas as nossas amigas que o pudor é a mais linda «coqueterie».


Descongestionem as portas das livrarias, onde é «chic» estar de costas voltadas para os «vient de paraitre» e convençam os nossos prezados amigos literatos de que a literatura é cada um em sua casa, com a sua mulher e os seus filhos.


Meus amigos, deixo-vos Lisboa. Civilizem-na. Eduquem-na. E conquistem-na. Tomem-na de assalto da «Portugália» até ao Terreiro do Paço. Sejam ministros
e substituam o sexteto da «Garrett». Só o actual ministério fornece larga cópia de rabecões.

Inundem-na de livros, de exposições, de conferências. Ensinem-na a ser intelectual, sem ser snob, a ser elegante sem ser preciosa, a ser gentil sem ser afectada.

Lisboa merece-vos tudo. É doidivanas, mas é linda.


E que, quando eu volte, de ao pé do mar, o meu querido mar filósofo, eu não vos encontre no mesmo sítio em que vos deixei, naquele lugar que o lisboeta do Chiado costuma ter marcado, adquirido para a sua barraca, como as vendedeiras da Praça da Figueira.


Quando quiserem alguma coisa de mim escrevam para a borda de agua ao

Afonso de Bragança, Novembro de 1922.


Infectado com tuberculose, adoeceu e passou os últimos meses no sanatório [?], aí vindo a morrer em Novembro de 1922. 
Tinha 25 anos. Não houve muito tempo para que muitos o conhecessem e, muito menos, para que fosse hoje lembrado.

Lembramo-lo nós aqui embora o amigo não o tivesse esquecido já que, a
o abrigo da sua Política do Espírito, Ferro instituiu o Prémio Afonso de Bragança e assim se lhe referiu na primeira festa dos Prémios Literários, a 21 de Fevereiro de 1934:

Este prémio com que desejamos estimular os autênticos profissionais de imprensa, [...] constitui, ao mesmo tempo, uma homenagem a um português nacionalista que morreu muito novo, com vinte e tantos anos, quando já tinha chegado sem ter ainda partido... Os mortos passam depressa e, para muitos, este nome não diz nada; mas para os que privaram com Afonso de Bragança, com o seu perfil nervoso, faiscante, quixotesco, onde cada olhar era uma frase, cada gesto uma imagem, este prémio será compreendido e respeitado como um acto de justiça e, sobretudo, como uma saudade viva.

Em Prémios Literários (1934-1947), de António Ferro. Lisboa, Edições SNI, 1950.


No ano da sua morte, a revista «Contemporânea» n.º 5 (p.69) publicou uma música de Francisco de Lacerda (1869/1934) Para o túmulo de Afonso Bragança”. Este Musicólogo, Compositor e Maestro português viria a morrer, como Afonso de Bragança, depois de uma longa batalha travada e perdida contra a tuberculose.

 
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Obra em promoção até 14 de Dezembro:

Organização e coordenação geral: António Ferro.

Título: Ballet Portugais. Verde-Gaio. [Bailados Portugueses: Verde-Gaio] – versão francesa traduzida por Jean Bayle.

Prefácio: Palavras de António Ferro.          

Capa: Bernardo Marques.

Conteúdo: Argumentos, imagens e fichas técnicas dos bailados «Muro do Derrete», de Carlos Queiroz; «A Lenda das Amendoeiras», de Fernanda de Castro; «Inês de Castro», de Adolfo Simões Muller; «O Homem do Cravo na Boca», de Francisco Lage, «A Dança da Menina Tonta», de Paulo Ferreira, «Dom Sebastião», de António Ferro, «Passatempo» [vários autores]; «A Terra e o Mar», de António Ferro; «Pequenos Nadas», de Francisco Lage; «Noite interminável», de António Ferro; «Nazaré», de Francis Graça; «Aventuras de Arlequim», de Ivo Cramèr; «Balada» [inspirada nos romances portugueses da Idade Média]; «Para lá da lua», de Ivo Cramèr. Com indicação dos bailarinos e Programa da primeira temporada.

Edição – Lisboa: Edições SNI, 1949.

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