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Newsletter Nº 37 / Junho de 2012
Direcção Mafalda Ferro Edição Fundação António Quadros

EDITORIAL

por Mafalda Ferro

Comunicamos a atribuição do Prémio António Quadros 2012 a Lendas da Índia, na categoria de Poesia. É com grande alegria que felicitamos Luís Filipe Castro Mendes, autor da obra. Brevemente, informaremos sobre a cerimónia de entrega do Prémio que está dependente da chegada do autor a Portugal e para a qual estão desde já convidados.
A Ordem do Infante D. Henrique foi criada em 1960, para assinalar os 500 anos da morte do Infante D. Henrique e destina-se “a distinguir quem houver prestado serviços relevantes a Portugal, no País e no estrangeiro, assim como serviços na expansão da cultura portuguesa ou para conhecimento de Portugal, da sua História e dos seus valores”. Saudamos Manuel Ferreira Patrício, condecorado com a Grã-Cruz desta Ordem, pelo Senhor Presidente da Republica no dia 10 de Junho, dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Manuel Ferreira Patrício integrou, em 2011, juntamente com António Braz Teixeira (Presidente), Miguel Real, Manuel Cândido Pimentel e Paulo Borges, o júri do Prémio António Quadros (categoria de filosofia).
Comemoramos, ainda, o dia do nascimento de Fernando Pessoa, o Grande (ou os Grandes) da nossa Poesia, e a cuja obra António Quadros, dedicou grande parte da sua vida, enquanto pensador e autor.
Continuando a celebrar a poesia, termino com duas citações do ensaio “O que é Poesia?”, de Fernanda de Castro, que publicámos em “Alma. Sonho. Poesia (Lisboa: Edições Fundação António Quadros, 2010) “A poesia, que é de essência divina, é a certeza da presença de Deus no Homem, é como a Fé, um caminho de regresso a Deus” e “A missão dos poetas foi sempre conduzir a imaginação dos Homens para além das fronteiras da matéria, arrancando à forma a Ideia que absorve a acção”.
 

LENDAS DA ÍNDIA, DE LUÍS FILIPE CASTRO MENDES, VENCE PRÉMIO ANTÓNIO QUADROS 



O Prémio António Quadros acaba de distinguir Lendas da Índia (Dom Quixote, 2011) do poeta e ficcionista Luís Filipe Castro Mendes.

De acordo com os membros do júri, José Carlos Seabra Pereira, António Cândido Franco, Fernando J. B. Martinho, Nuno Júdice e Pedro Mexia, Lendas da Índia, inscreve-se no "horizonte de um diálogo de culturas, com aspectos relevantes do pensamento universalista e da abertura de espírito do patrono deste Prémio (...) dando prossecução a um trajecto literário de grande qualidade estética." Para o júri, Lendas da Índia versa sobre a identidade portuguesa "sem complexos históricos com o passado dos Descobrimentos." 

Luís Filipe Castro Mendes nasceu em 1950, em Idanha-a-Nova. Formado em Direito pela Universidade de Lisboa (1974), estreou-se em 1983 com o livro de poemas Recados. Em 1984 publica Areias Escuras e no ano seguinte regressa à poesia com Seis Elegias e Outros Poemas, galardoado com o prémio da Associação de Jornalistas e Homens de Letras do Porto. Publica ainda Ilha dos Mortos (1991), Viagem de Inverno (1993), O Jogo de Fazer Versos (1994), Modos de Música (1996), Outras Canções (1998), Poesia Reunida (1985-1999) (1999) e, Os Dias Inventados (2001).

O Prémio foi criado com o objectivo de evocar a obra e o pensamento de António Quadros (1923-1993) e distinguir, encorajar e divulgar o pensamento português nas suas múltiplas expressões e géneros, tarefa a que o pensador dedicou grande parte da sua actividade intelectual.

Luís Filipe Castro Mendes, sucede a Afonso Rocha que no ano passado recebeu o Prémio pelo seu ensaio Natureza, Razão e Mistério Para uma leitura comparada de Sampaio (Bruno).
 

LENDAS DA ÍNDIA DE LUÍS FILIPE CASTRO MENDES

(Dom Quixote, 2011)




"GLOSA A UNS VERSOS DE NEMÉSIO"

Se com quase quarenta anos mal começa,
ovo de tanta coisa, o coração,
que direi hoje, com quase sessenta anos?

Que névoa fria cerca agora o coração
e que voz de dentro resiste a essa névoa,
pois o amor não pára enquanto continuar
o mundo?

Abre os olhos, meu amor:
o mundo é vasto e diverso e brilha
por entre a névoa mais densa.


"AINDA A POESIA"

A poesia não é feita por um nem por todos,
nem esteve nunca na rua.

A poesia está na aspereza das coisas contra nós,
tão mais nítidas ao nosso olhar isento
quanto mais doem no coração silencioso.


"A RELIGIÃO DO MEU TEMPO"

Sim, meus caros, é mágoa, é desalento
e se uma leitora ao menos der por isso 
vale a pena fingir
o que deveras sente.

Os toldos vermelhos fecharam-se nas praias.
Faltam homens sem qualidades.
Já todos entendemos
que um tempo acabou.

Acabou o seu tempo,
diz-me o psicanalista, lá nos anos 70,
a acordar num bocejo e a olhar para o relógio.
 

MANUEL FERREIRA PATRÍCIO RECEBE A GRÃ-CRUZ DA ORDEM DO INFANTE D. HENRIQUE




Manuel Ferreira Patrício, membro do Conselho Consultivo da Fundação António Quadros, foi agraciado no passado dia 10 de Junho, com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.
Manuel Ferreira Patrício é licenciado em Filosofia e Doutor em Ciências da Educação. Grande parte da sua actividade intelectual é dedicada à Pedagogia, à Filosofia da Educação e ao estudo da Filosofia em Portugal, sendo autor de várias estudos sobre Leonardo Coimbra, Sampaio Bruno, José Marinho, Álvaro Ribeiro, Delfim Santos, Agostinho da Silva, entre muitos outros. Manuel Ferreira Patrício, foi reitor da Universidade de Évora entre 2002 e 2006 e regente de várias disciplinas nas áreas da sua especialidade, nomeadamente, Teoria da Educação, Pedagogia Sistemática e História da Pedagogia e da Educação.

 

UM POEMA DE FERNANDO PESSOA

NO ANIVERSÁRIO DO SEU NASCIMENTO
(13 de Junho de 1888)



A criança que ri na rua,
A música que vem no acaso,
A tela absurda, a estátua nua,
A bondade que não tem prazo —
Tudo isso excede este rigor
Que o raciocínio dá a tudo,
E tem qualquer cousa de amor,
Ainda que o amor seja mudo

 

 AGENDA CULTURAL

  • Apresentação da revista Plural, dia 14 de Junho, pelas 18h30, na Casa Fernando Pessoa.
  • "Mosteiros Cistercienses", Congresso Internacional, entre os dias 14 e 17 de Junho, em Alcobaça.
  • Lançamento do livro Lisboa e os Ballets Russes, de Maria João Castro, dia 22 de Junho, (6ª feira), às 18 horas, no Auditório 2 (3º andar), Torre B da Faculdade Ciências Sociais Humanas da Universidade Nova Lisboa.
  • "Jaime Cortesão e a Arrábida" dia 20 de Junho, a partir das 10h30, no Núcleo Museológico da Capela do Espírito Santo dos Mareantes de Sesimbra.
  • 4º Workshop de Arquivística «Arquivos monástico-conventuais», a partir das 9h30 no Auditório 1 (Edifício Antigo, UCP, Lisboa). 
 
 
     
 
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