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Newsletter Nº 62 / Novembro 2013
Direcção Mafalda Ferro Edição Fundação António Quadros

EDITORIAL
por Mafalda Ferro


A Escola Básica Fernanda de Castro comemorou no passado dia 18 de Outubro o seu 75.º Aniversário. Em nome de Fernanda de Castro e da sua família, da Fundação António Quadros e em meu nome pessoal, agradeço a homenagem prestada a Fernanda de Castro pelos professores e colaboradores da Escola Fernanda de Castro e da Junta de Freguesia da Estrela, muito em especial a Maria do Rosário Baptista, criadora e grande impulsionadora das comemorações anuais da Escola.


No dia 26 de Outubro, no Restaurante JARDIM DO LAGO, no Monte Estoril, realizou-se o IV Encontro dos Amigos da Fundação no qual a Fundação homenageou e agradeceu aos seus “Amigos” todo o apoio recebido durante o ano de 2013. A todos, foi oferecido o livro António Quadros. 18 Anos Depois editado pela Fundação. Ficou claro que graças aos seus AMIGOS a Fundação conseguiu ultrapassar as dificuldades que se lhe apresentaram e completar o seu quinto ano de existência. É muito bom saber que, apesar do momento difícil que Portugal atravessa, se continua a valorizar e a trabalhar em prol da Amizade e da Cultura.
       
 
A Fundação saúda:

- Helena Borges Baptista, investigadora que, com o apoio da Fundação, defendeu a sua dissertação de mestrado intitulada António Ferro Vanguardista: Nós, a Experiência do Teatro-Manifesto.

- Margarida Acciauoli que lançou, na passada quinta-feira, no Padrão dos Descobrimentos a obra, "António Ferro: a vertigem da palavra", apresentada pelo sociólogo Manuel Villaverde Cabral e pelo historiador e escritor José Sasportes. Com o apoio da Fundação António Quadros.

- Rodrigo Sobral Cunha que, no Colóquio PORTUGALIDADE E LUSOFONIA organizado por Lourenço d’Almada e Renato Epifânio, dissertou sobre “Portugalidade e Lusofonia: entre Pascoaes e António Quadros”. 


No dia 30 de Novembro, em Rio Maior, realizar-se-á a reunião anual dos Órgãos Sociais da Fundação com a seguinte ordem de trabalhos: Relatório das Actividades desenvolvidas em 2013, Plano de Actividades para 2014, Orçamento previsto para 2013 e resultados reais alcançados, Contas de 2013, Orçamento para 2014, Parecer da Revisora Oficial de Contas e outros assuntos de interesse.

O ciclo de tertúlias "EM TORNO DE AGOSTINHO DA SILVA” realizado na Casa Bocage, que tem contado com a participação de investigadores e divulgadores da obra agostiniana e da cultura portuguesa, encerra no dia 14 de Dezembro, com "AGOSTINHO DA SILVA E ANTÓNIO QUADROS: SAUDADES DO FUTURO", por Maurícia Teles. O encontro inclui a apresentação em Sesimbra, por Renato Epifânio, da revista Nova Águia, n.º 12, dedicada a António Quadros noventa anos depois do seu nascimento e vinte depois da sua morte.

Homenageando Mário de Sá Carneiro mas, também, três excelentes trabalhos publicados em 1991, sob a organização de António Quadros, informamos sobre as promoções da nossa Livraria este mês, divulgando aqui “um cheirinho” dessa correspondência (alguns documentos originais pertencentes à Fundação):

[carta em papel timbrado da Brasserie Chope du Chatelet. Maison Georges Thibaut]

Paris, 3 de Março de 1913
Meu caro António Ferro; poeta em Lisboa
Quando decididamente o imaginava já desfeito em bruma, evolado em mistério – a sua carta veio-me demonstrar que você ainda existia em matéria. E isso foi pª mim uma surpresa agradabilíssima. (…) Vejo pela sua carta que o Pessoa lhe leu as minhas frases e agradeço-lhe m.to a sua opinião exageradamente elogiosa. Fico ansiando o seu livro de quadras. Fale-me dela mais circunstanciadamente e dos seus projectos. Que demónio! Custa-lhe assim tanto escrever uma carta!?... Escreva-me! Escreva-me! Dê-me novidades!!! E mande-me os sonetos que em vão procurei nesta carta! Esquecimento imperdoável, indesculpável o seu!! Você parece que se está a converter em Ramos!... A propósito, ele já apareceu por aí? Diga muita coisa! Mande versos!! Escreva! Reaja! Escreva!!...
E aqui vai um grande abraço do seu mto sincero amigo e obrigado o Sá-Carneiro
50, Rue des Écoles.
Escreva!!!!!...
Mande morada Cunha (isto para o caso de não ter recebido um meu postal recente)

Boa Leitura.
 

75.º ANIVERSÁRIO DA ESCOLA EB1 FERNANDA DE CASTRO
por Mafalda Ferro


A Escola Fernanda de Castro funcionava há 75 anos, e até muito recentemente, no Parque Infantil das Necessidades, um dos cinco Parques Infantis criados por Fernanda de Castro com o objectivo de proporcionar a cerca de mil e duzentas crianças da cidade de Lisboa a permanência diária numa das mais caracteristicas zonas verdes de Lisboa. A inscrição na Escola situada na Tapada das Necessidades garantia às crianças, com o apoio das suas famílias, o acesso a actividades de tempos livres, assistência médica, banho diário, tratamento de roupas e a três refeições diárias.
O tema para a celebração deste ano, o PÁSSARO AZUL que, segundo Maurice Maeterlink, simboliza a busca da felicidade, deu o nome à Companhia de Bailado constituída pelas crianças do Parque Infantil das Necessidades, as mesmas que frequentavam a Escola, hoje EB1 Fernanda de Castro.

Para nós, o "pássaro azul" não pode morrer e, a avaliar pelo entusiasmo das crianças, ele vai continuar a voar livre neste espaço mágico...
Maria do Rosário Baptista.
 

PRÉMIO ANTÓNIO QUADROS 2013 - ROMANCE
por Fundação António Quadros


No passado sábado, dia 16 de Novembro, a tarde na Fundação António Quadros começou com a chegada do Padre Diogo, de Rio Maior, que benzeu as instalações da Fundação com votos de que aí se trabalhasse em harmonia, em prol da cultura e se fizesse o bem em clima de inter-ajuda.

De seguida, Teolinda Gersão recebeu o Prémio António Quadros 2013 ROMANCE das mãos da presidente da Fundação, Mafalda Ferro. Tomaram, também, da palavra Ana Filomena Figueiredo (vereadora da cultura do Município de Rio Maior), Manuel Cândido Pimentel (presidente do júri) e Teolinda Gersão, autora de “A Cidade de Ulisses”. Além do troféu "Vida", a autora recebeu um cabaz recheado com produtos alimentares, peças de artesanato e música regional, oferecido pelos produtores da região que fizeram questão de se associar à homenagem.

António Braz Teixeira e Renato Epifânio apresentaram o n.º 12 da revista NOVA ÁGUIA na qual António Quadros é homenageado e reconhecido como “rosto mais visível da filosofia portuguesa”.

No fim da tarde, todos os presentes se deliciaram com bebidas e doçaria da região de Rio Maior (oferta dos produtores).









A Fundação António Quadros agradece o apoio de:


                   

                    

 

ANTÓNIO FERRO VANGUARDISTA: NÓS, A EXPERIÊNCIA DO TEATRO-MANIFESTO
por Helena Márcia de Aço e Borges Baptista


O início do Século XX mostrou-se um tempo agitado, provocando o surgimento de novas correntes e vanguardas apostadas em sacudir as mentalidades.

O Futurismo lançou, em simultâneo, o impulso para a revisão e implosão das velhas fórmulas e para a criação de novas e inspiradas modalidades artísticas, bem como a necessidade de uma nova e atenta instrumentalização para a leitura e valoração do fenómeno artístico. O que foi importante no teatro futurista, no entanto, mais do que o texto, foi a encenação, a performance, o espectáculo que se esgotava enquanto estava a ser realizado. O movimento futurista, sobretudo graças às suas peças instantâneas, renovou a essência do teatro, porque este, enquanto acção cénica libertada da escrita dramática, não foi uma arte documental, não se destinava a permanecer.

Em Portugal, a produção teatral, na diversidade dos seus atti, manteve-se fiel a obras e formas de representar tradicionais, o que motivou Almada a reagir com um dos textos mais bombásticos da vanguarda portuguesa, o conhecido Manifesto Anti-Dantas e por extenso, mostrando como o teatro, por um lado precisava de renovação e, por outro, como a jovem vanguarda estava desejosa de mudar o palco em Portugal.

O papel que os vanguardistas de Portugal Futurista atribuíram ao teatro ficou, também, evidente, não apenas pelo lugar reservado na revista, como também pela sua performance. Embora o seu dinamismo tivesse esmorecido, ao mesmo tempo, António Ferro desenvolve-o, contribuindo para o gosto pela nova época, encabeçando uma espécie de missão, do ponto de vista literário, cultural e, até, político. António Ferro, num estilo novo, de vanguarda, cedo mostra as suas duas paixões indissociáveis: literatura e jornalismo.

Apresenta-se numa trajectória literária que é a sua primeira, a que intitulo como a Fase da experiência vanguardista, a qual abarca prosa e teatro de estética futurista, com a experiência que quis, certamente, grande, da obra Nós, publicação independente, em forma de folheto e distribuída, como corre, pelas mãos do próprio autor, à porta do Café Brasileira do Chiado, em Lisboa, revelador de um espírito entusiasta pelas sínteses fulgurantes marinettianas.

Nós (re)nasce Hoje. É preciso viver a obra em plenitude. Tal como para os futuristas, o teatro foi essencialmente um happening, um acontecimento em un attimo, também Nós existiu certamente com toda sua força no próprio acto da sua realização, que importa hoje assistir, porque, em un attimo, se vive, também, a nova edição de Nós, a experiência do teatro-manifesto.

 

NÓS OS DE ORFEU (Almada Negreiros)

Divulgação

CONVITE

NÓS OS DE ORPHEU (Almada Negreiros)

Academia de Ciências, 5 de Dezembro de 2013, 10h/17.30h

Sessão da Classe de Letras


Programa

MANHÃ

Palavras de Abertura

Teresa Rita Lopes --- O Triângulo de Orpheu: Pessoa, Sá-Carneiro e Almada;

Anabela Almeida --- Pessoa e Armando Côrtes-Rodrigues: um diálogo de poesia e afectos;

Ana Rita Palmeirim --- José Coelho Pacheco: A descoberta de mais um modernista;

João Bigotte Chorão --- O Almada que eu teria conhecido;

Celina Silva --- Almada presença/ausência;

Eugénio Lisboa --- Orpheu em África;

 

TARDE

José-Augusto França --- No centenário da “Engomadeira”;

António Valdemar --- Almada e a geometria;

Ana Raquel Roque --- O eu do outro lado do espelho: pessoa visto por si como um outro;

Maria João Serrado --- Retratos de Pessoa: um legado de Almada;

Mário Vieira de Carvalho --- A música dos modernistas;

Mafalda Ferro --- No rasto de António Ferro e de Fernanda de Castro;

Artur Anselmo --- Montalvor, Leal, Ferro, e Guisado.

 

RIO MAIOR: CULTURA EM CRESCIMENTO
Uma Villa romana em Rio Maior
por Mafalda Ferro


Consultando o estudo publicado por Francisco Pereira de Sousa (1870-1931) sobre Rio Maior chegou-se à conclusão de que, em Rio Maior, tinha existido uma Villa romana. Munidos dessa informação, os Serviços de Arqueologia da Câmara Municipal de Rio Maior iniciaram uma análise dos terrenos vazios em redor e no interior da cidade de Rio Maior até que, em 1983, foram encontrados e identificados indícios da estadia dos romanos num terreno ao lado do cemitério.

Nos anos de 1992 e de 1993, diversas sondagens arqueológicas possibilitaram uma avaliação da dimensão e do grau de conservação dos vestígios romanos encontrados no subsolo. Com base na descoberta de uma significativa quantidade de mosaicos e de várias peças das quais se salienta a estátua de uma ninfa, confirmou-se a existência de uma muito bem preservada Villa romana de grande valor histórico.

Em 1995, deu-se início a escavações em toda a área, trabalho que continuou a ser efectuado até 1999. No entanto, os trabalhos arqueológicos têm incidido apenas em parte da área onde o proprietário vivia com a sua família, não se tendo ainda localizado o templo nem os banhos ou termas.

A Villa, tal como foi encontrada, data do séc. III/IV, mas existem vestígios de uma construção anterior, talvez do séc. I. Pensa-se que a Villa terá sido habitada até ao século IV.

Nota:

A Villa foi construída junto à margem do rio Maior, onde hoje se encontra a cidade. Actualmente, as ruínas da Villa encontram-se ao lado do cemitério, muito perto do centro histórico da cidade de Rio Maior, dentro dos limites da antiga aldeia.
O facto de o terreno ter sido utilizado unicamente para a agricultura, impediu a destruição dos vestígios romanos existentes no subsolo.
Os artefactos até hoje descobertos, fruto das escavações arqueológicas realizadas, estão preservados, identificados e patentes ao público na “Casa Senhorial de D. Miguel”, situada na zona histórica de Rio Maior sob a responsabilidade directa do arqueólogo Carlos Pereira, da Câmara Municipal de Rio Maior. Salienta-se a estátua de uma ninfa que se acredita fontenária.

São necessários apoios financeiros que permitam a continuação dos trabalhos em curso, actualmente, quase interrompidos.

 

LIVRARIA - PROMOÇÃO DO MÊS


SÁ-CARNEIRO, Mário de

Cartas Escolhidas. Volume II.
Introdução, Apêndice Documental e Notas de António Quadros.
Colecção "Clássicos". Estudos e Documentos n.º 267.
Lisboa: Publicações Europa-América, Lda., 1992

Obra Poética Completa.
Organização revista e comentada, introduções actualizadas, notas, apêndice documental e bibliografia por António Quadros.
Colecção "Clássicos". Lisboa: Publicações Europa-América, Lda., 1991

Princípio e Outros Contos
Introdução, Apêndice Documental e Notas de António Quadros.
Colecção "Clássicos".
Lisboa: Publicações Europa-América, 1991.

De 18 de Novembro de 2013 a 14 de Dezembro de 2013:
PVP: 08,00€

A partir do dia 14 de Dezembro de 2013:
PVP: 12,00€

PV "Amigos da Fundação": 09,60€

Os valores referidos incluem os custos de envio para Portugal Continental.

                     
 

AGENDA
Exposição “ÁLBUNS DE FAMÍLIA”


Ana Maria Holstein Beck (1902-1966) reuniu ao longo da sua vida, no período compreendido entre 1908 a 1956, mais de 5.900 fotografias que reuniu e organizou em álbuns. Os seus descendentes, cientes da importância deste espólio histórico, doaram-no ao arquivo fotográfico da CML.
Refere-se, a título de exemplo, que a família de Ana Maria de Sousa Holstein Beck acompanhou o rei D. Manuel II no seu exílio em Inglaterra, motivo pelo qual os álbuns contêm muitos retratos da Família Real, em momentos de lazer, na praia ou durante torneios de ténis.

A apresentação deste conjunto em exposição é inédita e visa contribuir para mais uma via de investigação assente na perspectiva da fotografia de família, na qual convergem os olhares pessoais de uma família em ambientes sociais à partida fechados, mas que agora se apresentam ao público.

Ao longo da exposição podemos encontrar um conjunto de álbuns originais e de 120 imagens selecionadas da colecção, assim como dois documentários, um sobre as várias etapas do tratamento documental, outro com os depoimentos dos autores que contribuíram para a investigação.


Inauguração da exposição dia 10 de Outubro às 18.30h
Patente ao público de 11 de Outubro de 2013/4 de Janeiro de 2014

Local:

Arquivo Municipal de Lisboa | Fotográfico
Rua da Palma, nº 246, 1100-394 LISBOA

Horário:

De segunda a sábado, das 10h às 19h
Encerra aos domingos e feriados

Visitas Guiadas.

Entrada gratuita.

Informações:

Carla Vaz Manso – carla.manso@cm-lisboa.pt
Paula Candeias – paula.candeias@cm-lisboa.pt
Tel. 21 380 71 57 | http://arquivomunicipal.cm-lisboa.pt



PRESÉPIOS DE SAL | SALINAS DE RIO MAIOR







Aconteceu:

Conferência O ESSENCIAL DA RETÓRICA por Eduardo Ferraz da Rosa


 
 
     
 
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