António Ferro é a grande Kodak do jornalismo português
Augusto de Castro, (Roma, 1927)
Foi um homem brilhante, com uma invenção, uma originalidade que, no caso dos portugueses, quase se pode dizer que é uma febre, e não um estado normal. Quando o Português se dá ao trabalho de criar alguma coisa, ou está doente ou é um poeta.
Agustina Bessa-Luís, sobre Obras de António Ferro, Verbo, «Primeiro de Janeiro, 12.6.87»
O próprio Salazar, sem você, é como um quadro sem moldura.
Carta de José Leitão de Barros (28.1.50)
Para os rapazes da minha geração, António Ferro foi um preceptor de modernidade e um instigador de entusiasmos criativos - e também um exemplo e um professor de tolerância, pois não dividia as pessoas entre correligionários e opositores, proporcionando aos segundos as mesmas oportunidades que aos primeiros.
Domingos Mascarenhas, (s/d), Opinião, O Século
Porque esse cavaleiro audaz de Portugal era um tímido, tanto na vida pública como na privada, nas suas amizades e nos seus amores. Tinha a audácia dos tímidos, esses arrancos imprevistos, imprevisíveis, que surpreendiam pela arrogância, mas que atingiam sempre o alvo desejado. Homem gordo, a sua gordura física desgostava-o, embaraçava-o. E vingava-se dela, anulava-a pela vivacidade do espírito, a penetração da inteligência, a agilidade e flexibilidade do seu estilo, de admirável fulgor.
António Lopes Ribeiro, s/d, «Vida Nacional»
Afeiçoara-me a ele, rendido à sua inteligência, ao seu espírito e à sua inata bondade.
Joaquim Paço d’Arcos, in Carta a Fernanda de Castro (2.2.58)
E sempre tão português, tão europeu, este atlântico…
Luís Forjaz Trigueiros, 1987, O Mundo Português
António Ferro teve muitas ocasiões para ser mau e não me consta que as aproveitasse.
Ramada Curto, depoimento jornalístico a seguir à morte de A.F. (Nov. 56)
António Ferro tornou a terra portuguesa, para nós, mais habitável.
José Osório de Oliveira, depoimento jornalístico a seguir à morte de A.F. (Nov. 56)
Ferro foi um grande português.
Reinaldo dos Santos, depoimento jornalístico a seguir à morte de A.F. (Nov. 56)
Precisa mais alguma coisa de mim, patrão?
Tom (Thomaz de Mello) , depoimento jornalístico a seguir à morte de A.F. (Nov. 56)
António Ferro deu um exemplo muito difícil de seguir: acreditar no fardo de dor e esperança dos que acabam de chegar. António Duarte, depoimento jornalístico a seguir à morte de A.F. (Nov. 56)
Possui a mais rara das virtudes literárias: personalidade.
Júlio Dantas, depoimento jornalístico a seguir à morte de A.F. (Nov. 56)
Um homem de bem.
Álvaro Ribeiro, depoimento jornalístico a seguir à morte de A.F. (Nov. 56)
Um aspecto da sua personalidade colocava-o entre dois limites: uma evidente bondade, uma bondade daquelas que se aflige perante o espectáculo de qualquer mal, e que é a bondade mais profunda, e uma rápida, experimentada inteligência.
Orlando Vitorino, depoimento jornalístico a seguir à morte de A.F. (Nov. 56)
Bailan un baile moderno sus ideas Y se parecen que se contradicen: no es que se contradigan, es que varian de pareja.
Ramon Gomez de la Serna, Prólogo de "LEVIANA", de A.F., edição definitiva, 1929.
António Ferro é irrepetível e inimitável.
João Bigotte Chorão
Salazar encontrou em António Ferro, em 1933, o génio criador que se ajustava ao seu movimento renovador de Portugal; António Ferro encontrou em Salazar o génio político que o apoiou durante uma dezena e meia de anos e lhe tornou possível a concretização de um sonho…
Fernando Guedes, António Ferro e a sua Política do Espírito (1997) |