Instituição e História Por sugestão de Mafalda Ferro, em 2006, a família Quadros Ferro, herdeira de um histórico espólio documental, bibliográfico e artístico, produzido e reunido por Fernanda de Castro, António Ferro e António Quadros, concorda em doar este acervo documental e parte da biblioteca de António Quadros à, ainda não existente Fundação António Quadros, para que se reunisse, tratasse e colocasse este acervo ao serviço da investigação. Assim, no dia 6 de Maio de 2008, foi instituída a Fundação António Quadros que nasceu com a finalidade de promover e apoiar o estudo e a divulgação do Pensamento e da Obra de António Quadros, Fernanda de Castro, António Ferro e de quaisquer personalidades de mérito, através de acções de carácter cultural, artístico, científico, educativo e social com especial enfoque nas áreas da cultura popular, literária, histórica, e do estudo do pensamento filosófico em Portugal. Ao longo dos últimos anos, o património da Fundação tem vindo a aumentar graças à integração de obras literárias, teses, documentos, fotografias, telas, aguarelas, desenhos, retratos, esculturas, cartazes, diplomas, medalhas, fruto de doações de particulares e Instituições, bem como dos espólios de Augusto Cunha e de Manuel e Maria Germana Tânger. Continuando a trabalhar no tratamento e acondicionamento do seu património documental, bibliográfico e artístico, a Fundação apoiou desde 2008 centenas de teses (licenciaturas, doutoramentos, mestrados), documentários e publicações; promoveu e apoiou a realização de exposições, colóquios e homenagens a personalidades que marcaram o panorama cultural do seu tempo; publicou obras literárias e uma newsletter mensal online. No entanto, apesar da importância da sua actividade, a Fundação continuava instalada numa casa de habitação particular (de Mafalda Ferro), sofrendo todos os inconvenientes inerentes a essa situação; era nesse espaço que o espólio acondicionado em cerca de 400 metros lineares de estantes, era tratado, que se dava apoio aos investigadores que diariamente acorriam à Fundação em busca de informação autentificada por documentos físicos; e era também aí, que se programava e organizava as restantes acções da Fundação. Com profundas limitações financeiras e face ao ininterrupto incremento do seu acervo, bem como do número de actividades, a Fundação foi obrigada a limitar a sua actividade e a integração de novos elementos documentais, bibliográficos ou artísticos. Foram efectuados diversos contactos com a CML mas sem qualquer resultado concreto até que, no final de 2012, a Câmara Municipal de Rio Maior (CMRM), presidida por Isaura Morais, deliberou acolher e apoiar a Fundação, dando-lhe a dignidade que merece. Consciente da importância de descentralizar o acesso à cultura, habitualmente concentrada nos grandes polos urbanos, o Município de Rio Maior e a Fundação António Quadros assinaram no dia 6 de Maio de 2013 (5.º aniversário da instituição da Fundação) um protocolo cuja motivação assenta em pressupostos de cooperação mútua. Assim, além do fundamental apoio por parte da Câmara em todo o processo de transferência da Fundação para Rio Maior, a Fundação passou a usufruir dos espaços necessários para tratamento, divulgação e colocação ao serviço da investigação, do seu acervo; do auditório da Biblioteca Municipal para a realização de reuniões, conferências e outros eventos. A CMRM assumiu, igualmente, as despesas da água e da eletricidade, comprometendo-se, também, a apoiar e divulgar os eventos da Fundação. Em simultâneo, a Fundação, com o objectivo de contribuir para o desenvolvimento sócio-económico e cultural da região, comprometeu-se a apoiar e promover o desenvolvimento, a cultura e o património do concelho de Rio Maior e, também, a estabelecer acordos e parcerias com escolas e instituições culturais do concelho e do país criando programas de estágio e voluntariado, contribuindo para o crescimento cultural do município. Cerca de oito meses decorridos desde o início das conversações com a Câmara Municipal de Rio Maior, no dia 13 de Julho de 2013, véspera do dia em que António Quadros completaria 90 anos, a Fundação reabriu as suas portas no novo espaço sito na cidade de Rio Maior, município onde estava já sediada desde a sua criação em Janeiro de 2009. O acolhimento da Fundação pelo Município de Rio Maior foi, sem dúvida, uma das principais homenagens prestadas a António Quadros. Na cerimónia de inauguração das novas instalações da Fundação que reuniu dezenas de personalidades tomaram da palavra Isaura Morais, presidente da CMRM; Guilherme d’Oliveira Martins, presidente do Centro Nacional de Cultura e membro do Conselho Consultivo da Fundação António Quadros; Mafalda Samwell Diniz, autora da imagem institucional da Fundação; e Mafalda Ferro, presidente da Fundação. Falou-se de António Quadros, da Fundação, da cidade de Rio Maior mas, também, de interajuda, de amizade, de pensamento, de paz, da paz cada vez mais difícil de encontrar nos grandes centros urbanos e que António Quadros encontrou na pequena e mágica aldeia de Vale de Óbidos, a poucos quilómetros de Rio Maior, onde o pensador, produziu importante trabalho literário nos últimos anos da sua vida. Mafalda Ferro |