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Fundação António Quadros
Biografia Imprimir e-mail

 Autores 
Biografia
1895 - 1916
1917 - 1923
1924 - 1931
1932 - 1938
1939 - 1944
1945 - 1949
1950 - 1956
1957 - 1998

1957-1998
Em 1957, postumamente, é publicado o seu livro Saudades de Mim, incluindo o já referido prefácio do seu filho António Quadros, que um crítico da Brotéria (1958) comenta assim: «é constituído por pequenos golpes de sonda numa interioridade onde a vida deixou névoas de sofrimentos, contradições, esperanças e promessas, que de todo se não realizaram».

Um dos poemas revela a profunda saudade que o autor sente de si próprio:  

«Dava alegremente os anos que me restam

Os meus triunfos supostos

Os meus triunfos vencidos

desmantelados,

as minhas ilusões desiludidas,

sofridas,

a minha própria ascenção

tão cheia

de quedas interiores

em troca daquele olhar

que construía a vida…» veemente

Em 1958, no 25º aniversário do S.P.N./S.N.I., é descerrado no Palácio Foz um busto de A.F., da autoria de Álvaro de Brée, cuja réplica se encontra no Círculo Eça de Queiroz.

Em 1960, em Pernambuco, Brasil, Gastão de Bettencourt publica, em edição do autor, António Ferro e a Política do Atlântico.

Em 1963, as Edições Panorama dedicam-lhe a Antologia António Ferro, com selecção, prefácio e comentários de António Quadros, incluindo alguns dos Poemas Italianos, bem como excertos do Diário que escreveu em Berna e em Roma.

António Quadros dedica esta obra a Guilherme Pereira de Carvalho, Jaime de Carvalho e Pedro Ferro da Cunha, «íntimos amigos do Homem, íntimos colaboradores da Obra»

Em 1978, as Edições do Templo, dirigidas por José Valle de Figueiredo, publicam uma nova edição de Salazar.

Dois anos depois, em 1980, as Edições Delraux, dirigidas por um intelectual francês, Gérard Leroux, publicam novas edições dos seus livros Teoria da Indiferença e Leviana.  

António Lopes Ribeiro, grande amigo de António Ferro, descreve Leviana, no jornal Vida Nacional (s/d): «Uma novela que retrata melhor do que qualquer outra a mulher dos «Gay Twenties», dos Alegres Anos Vinte, através de páginas de diário, de cartas, bilhetes, telegramas, pensamentos escritos numa linguagem viva, espontânea, natural, inteligentísima, em que o humor não destrói, antes sublinha a profundidade.»  

As Câmaras de Lisboa e de Oeiras, respectivamente, atribuem o nome de António Ferro a uma rua e a uma praça.

Em 1984, o Grupo de Teatro Primeiro Acto leva finalmente à cena a sua malograda peça Mar Alto, que não voltara a ser representada em Portugal, com um elenco cedido pelo Teatro Nacional D. Maria II. António Quadros assiste à estreia com a mulher e os filhos.  

As edições Fernando Pereira reeditam o livro Salazar.

Em 1986, Fernanda de Castro, sua viúva, publica o volume I de Ao Fim da Memória, com muitas referências ao seu marido.

A 11 de Novembro, no 30º Aniversário da sua morte, o Círculo Eça de Queiroz organiza uma sessão de homenagem a António Ferro. Foram oradores, o realizador António Lopes Ribeiro, e os escritores Domingos Mascarenhas e Luís Forjaz Trigueiros. Nesta sessão falaram também, entre outros, o Prof. Jorge Borges de Macedo e os Drs. Arnaldo Ródo e João Bigotte Chorão, a nora Paulina Ferro e ainda António Roquette Ferro, que leu uma mensagem do pai, António Quadros, ausente no Brasil em missão cultural.

Em 1987, a Editorial Verbo inicia a publicação das Obras de António Ferro, com prefácio do Dr. António Rodrigues, que, concomitantemente, defende na Universidade Nova uma tese de mestrado sobre a sua obra, nomeadamente sobre os aspectos vanguardistas e estéticos.

Em 1990, Raquel Pereira Henriques publica António Ferro – Estudo e Antologia, sob direcção de António Reis e com a chancela das Publicações Alfa, visando três períodos da vida e obra de António Ferro: a época modernista (de 1917 a 1932); a política do espírito (de 1932 a 1949); e o «sentimento do vazio» que terá experimentado nos últimos anos de vida (de 1950 a 1956).  

Em 1994, as Edições Cosmos publicam, na «Colecção de História Moderna e Contemporânea», a obra António Ferro - Espaço Político e Imaginário Social (1918-32), da autoria de Ernesto Castro Leal, que constituiu, com algumas alterações, a sua dissertação para a obtenção do grau de mestre em História.

Em 1996, a Contexto Editora publica, inserida na colecção Brevíssima Portuguesa, uma versão do seu livro Leviana em pequeno formato.

No dia 21 de Janeiro de 1997, na Academia Portuguesa da História, uma comunicação sobre António Ferro e a sua Política do Espírito é feita pelo académico correspondente Doutor Fernando Guedes, director da Editorial Verbo, imediatamente publicada.

A editorial Grifo editará brevemente alguns excertos do Diário escrito em Berna e em Roma, com o título por ele mesmo designado: Confissão Pública.  
 
Para terminar, ficam as palavras que António Quadros dedica a seu pai, pouco tempo depois da sua morte: «Amanhã já foi. António Ferro já  não é deste mundo. Deixou atrás de si versos carregados de sensibilidade. Deixou atrás de si uma obra indestrutível. Imortalizou-se, porque criou vida para além da sua própria vida, porque enriqueceu a existência para além da sua própria existência. Objectivamente o afirmo, ao terminar este prefácio: António Ferro merece a gratidão de todos os portugueses. E eu, seu filho, seu amigo e seu devedor, quero ser o primeiro a assinar o preito de homenagem que a Pátria não deixará de lhe prestar.»