MARIA GERMANA DIAS DA SILVA MOREIRA TÂNGER CORREIA CRONOLOGIA BIOGRÁFICA por Mafalda Ferro 1919 Casamento de seus pais, Elmino Alberto da Silva Moreira e Palmira Antonieta da Silva Dias, dia 6 de Março de 1919, às 11.30. 1920 Nascimento de Maria Germana Dias da Silva Moreira em Lisboa, em casa de seus pais, Rua Conde Redondo 18, a 16 de Janeiro. A casa era a sede do Colégio Camões – Internato e Externato para Educação de Meninas e, também de Meninos até aos 12 Anos. Esta escola era originalmente dirigida por Palmira Antonieta Dias Barbosa e por João António de Sousa Barbosa, primeiro marido de sua mãe. 1929 Com 9 anos, no mesmo ano em que entra para o Liceu Maria Amália Vaz de Carvalho, morre seu pai, Elmino Moreira. O primo de sua mãe, Egas Moniz, assume a responsabilidade da sua educação, almoçando com a "sobrinha" todas as quintas-feiras para se inteirar do que lhe vai acontecendo, para a aconselhar e conversar. No liceu, é aluna de Domitília de Carvalho. 1932 Actua nas Festas promovidas em favor da Associação Escolar do Liceu de Maria Amália Vaz de Carvalho, a 5 de Junho de 1932, lendo poemas de Afonso Lopes Vieira e de Fernanda de Castro. 1935 É admitida nas “Guias de Portugal". 1936 Escreve a peça de teatro "Provas das Guias". Actua na Récita a favor dos pobres da Ericeira "A última hora", revista em 2 actos e 5 quadros, de Ernâni Folkhée Silva Reis e António Simões Ferreira no Cine-Casino da Ericeira, 25 de Setembro de 1936. 1940 Trabalha no escritório da Sacor (refinaria) para ajudar nas contas da família; ganha então 300 escudos como referido por um seu colega, Luís B Duarte (PT/FAQ/AFC/01/1592/00001). Escreve o poema «Escritório» que partilhará no Teatro da Trindade em 1999: Tudo certo, certo / Relógios certos / Nas cabeças certas. / Tudo certo, certo /... e eu tão errada / Tão longe nas certezas certas. 1945 Sua mãe, Palmira Antonieta Dias Moreira morre no dia 28 de Abril de 1945, na casa que então habitavam na Rua Viriato, 9, r/c. Apenas com 24 anos, acompanha o corpo até ao jazigo de família no Cemitério do Alto de S. João, em Lisboa. Está órfã. 1946 Frequentando a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (UL), a seu pedido, é apresentada por um amigo comum a Manuel Tânger Correia, investigador que dirige o Grupo de Teatro Moderno da Faculdade de Letras de Lisboa presidido por Delfim Santos; apaixona-se, não termina o curso. Participa, dizendo Poesia, na revista em 1 acto "Sonho de cantiga", numa festa organizada pelo Liceu Maria Amália Vaz de Carvalho, a 4 de Maio de 1946. 1947 Actua pela primeira vez com Manuel Tânger Correia, entre outros, em peças como "Mar" de Miguel Torga; "O Doido e a Morte" de Raul Brandão; "Coéforas", de Esquilo. "Jacoponi" de Todi, no papel de «Virgem» e Manuel Tânger Correia no papel de «Mensageiro»; "O Juiz da Beira", de Gil Vicente. 1948 A 26 de Fevereiro, é mencionada pela primeira vez na imprensa («Primeiro de Janeiro»). O autor do artigo é Júlio Dantas. No dia 31 de Julho, casa com Manuel Tânger Correia, passando acrescentando aos seus nomes de solteira, os apelidos Tânger Correia. Com o marido, continua a representar diversas peças. 1950 Em Maio, representa o prólogo de "Loja de Brinquedos", fantasia original de Maria Isabel Silva, com música de Wolmar Silva (pai de Isabel Wolmar). Amélia Rey Colaço encomenda-lhe a tradução da peça «Medeia» para ser incluída no reportório do Teatro Nacional mas tal não viria a acontecer, apesar de ter feito a referida tradução, a partir da versão inglesa de Robinson Jeffers, depois de ter negociado os direitos de autoria. 1951 Em Janeiro inicia a longa correspondência que viria a trocar com Cecília Meireles, cartas de partilha e amizade. Ocupando o cargo de secretária da redação da revista «Eva», continua, ao longo do ano, a organizar Recitais de Poesia nos quais interpreta poesia selecionada de acordo com cada situação; refere-se a título de exemplo: - Em Maio, numa homenagem da Academia de Coimbra a Teixeira de Pascoaes, participa com Ruy Coelho e Miguel Torga na «Tarde de Arte», realizada no Jardim de Santa Cruz em Coimbra; - Em Setembro, no «4.º Concerto no Museu de Castro Guimarães de Cascais», com Maria Cristina Lino Pimentel (piano), Maria Fernanda Mella (canto) e Filipe de Sousa (piano). - Em Novembro, sobre "A Vida", "O Homem" e "O Amor", no Teatro Bernardim Ribeiro em Estremoz; - Em Dezembro, no Museu João de Deus, em Lisboa, com Carlos Wallenstein, «Poesia de Cecília Meireles» com a colaboração de João de Barros, Casais Monteiro, Jorge de Sena, Sophia de Mello Breyner e o moço escritor David Mourão-Ferreira. 1952 No dia 24 de Abril de 1952, nasce em Lisboa, São Sebastião da Pedreira, António Manuel Moreira Tânger Correia, filho do casal Maria Germana e Manuel Tânger Correia. No dia 12 de Novembro, o «Diário de Lisboa» publica uma notícia sobre a nova temporada do Teatro Nacional e o que Amélia Rey Colaço disse sobre a sua intenção de levar â cena a tragédia de Eurípedes, adaptação inglesa de Robinson Jeffers. Esta versão viria a ser traduzida para português por Germana Tânger, depois de negociados os direitos de autor. A 1 de Dezembro de 1952, inicia a sua actividade na RARET, primeiro como recepcionista/dactilógrafa e depois como Secretária Particular do Director de Coordenação Técnica. Colabora também no jornal «A Voz da RARET». 1954 Em Janeiro, publica o poema "À margem de um caderno de encargos" no jornal da RARET. Em Julho, no âmbito dos “Jogos Florais do Clube RARET", interpreta poemas de vários autores dos quais se salienta António Quadros (então, também ele, trabalhador da RARET). Em Novembro, numa sessão evocativa da Revista «Orpheu» organizada por Alfredo Guisado (um dos fundadores e também proprietário do restaurante), interpreta poemas d’«Os do «Orpheu»» na cerimónia de reabertura do restaurante "Irmãos Unidos", 122 anos depois da sua inauguração. 1955 No dia 7 de Outubro de 1955, pede a demissão da RARET para ir trabalhar para o estrangeiro como consta na carta/declaração da RARET (PT/FAQ/AFC/01/1352/00001). Continuando a sua acção de divulgação da poesia portuguesa, realiza recitais de poesia temáticos dos quais se destaca: - Em Março, a convite da secção cultural da Associação de Enfermeiras do Instituto de Oncologia; - Em Julho, "Tarde dos Poetas no Museu João de Deus", em Lisboa, sobre Cesário Verde e Macedo Papança. Alberto de Monsaraz usou da palavra e Germana Tânger e leu uma elegia de Alberto de Monsaraz escrita por ocasião da morte de Cesário Verde. Matricula-se em Paris numa Escola de Arte de Dizer dirigida pelo professor Bimont: Association Polytechnique pour le dévelopement de l'Instruction Populaire a 1 de Outubro de 1955, ano escolar de 1955-1956. 1956 Completa o "Curso de Dicção" na Escola de Arte de Dizer dirigida pelo professor Bimont. De volta a Portugal, apresenta à RTP um projecto de sua autoria elaborado com base na sua observação dos programas de televisão infantis franceses. Em Novembro, participa com o marido em «Apontamentos sobre a Moderna Poesia Portuguesa», evento organizado pelo Centro Nacional de Cultura. 1957 Com início em 1957 e durante mais de duas décadas, percorre o país, dando a conhecer Música e Poesia, através dos Recitais «Pró-Arte» que organiza e nos quais é acompanhada ao piano por artistas como Cristina Lino Pimentel, Nina Marques Pereira, Helena de Sá e Costa, João Monsanto, Manuela Gouveia, Arlete Pereira, Adriano Jordão, João Carlos Picoto, Fernanda Wandeschneider, Presutto da Gama, Emília Leite Velho e muitos outros. A Fundação guarda referências e programas das suas actuações em: Beja, S. João da Madeira, Vila da Feira (1957); Vila da Feira, Setúbal, Odivelas (1958); Viseu, Torres Vedras, Covilhã, Castelo Branco, Beja, Funchal, Ponta Delgada, Setúbal, Leiria (1959); Porto (1960); Marinha Grande, Matosinhos, Coimbra, Ponta Delgada (1961); Aveiro, Açores (1962); Beja, Leiria (1963); Lisboa, Beja, Vila Real, Coimbra, Braga (1964; Setúbal, Lisboa (1965); Beja, Cascais (1966); Cascais, Matosinhos, Vila da Feira, Beja, S. João da Madeira e Évora (1967); Beja, Matosinhos, Lisboa (1969); Lisboa, Faro (1970); Escola Técnica de Enfermeiras (1971); Covilhã, Castelo Branco (1974); Lisboa, Castelo Branco (1977); Castelo Branco (1980). Em Maio, em resultado da proposta que apresentara à RTP no ano anterior, é admitida na RTP a título experimental por um período de seis meses, na qualidade de Assistente de Produção, iniciando esta actividade com «Passatempos Infantis – Era uma vez…» em que inclui textos, poemas ou contos que adapta e lê ou interpreta sob a realização de Álvaro Benamor. Por essa altura, já conhece, priva e é amiga da maioria dos grandes poetas seus contemporâneos cuja poesia interpreta (Almada Negreiros, Sophia de Mello Breyner, José Régio, Jorge de Sena, Fernanda de Castro, Miguel Torga, entre outros). Com o marido, muda-se para Paris onde, no Teatro Jean Vilar, tira o curso de dicção de George Le Roy, actor da Comédie Française e professor do Conservatório de Paris. Inicia a sua participação no programa «Vida Feminina» na RTP, que se prolongaria durante mais um ano com temas como: «Acompanhamento para cocktails; «a mulher em casa»; «lição de culinária»; «Modas»; «Magazine de Paris - A mulher e o automóvel»; «Magazine de Paris – Cozinha»; «Magazine de Paris - Reportagem sobre Fanny Besson»; «Jean-Paul Guhel, dançarinos no gelo franceses, quatro vezes campeões de França». 1958 Em Abril, no âmbito dos «V Jogos Florais de 1957», lê os trabalhos de poesia premiados. A 13 de Dezembro de 1958, interpreta poemas sobre Egas Moniz durante a Homenagem "In Memoriam do Professor Egas Moniz" (Prémio Nobel da Fisiologia ou Medicina em 1949 e primo que tão importante papel desempenhara na sua vida), realizada pelo Centro de Estudos Egas Moniz. 1959 Em Abril, no Asilo dos Cegos de Caridade, declama poemas de João de Deus, Antero, Torga, Régio, Fernanda de Castro, Carlos Queiroz e Eugénio de Castro, acompanhada ao piano por José Carlos Picoto que também executa trechos de Brahms, Frederico de Freitas e Katchaturian. A soprano Maria Amélia de Abreu executa áreas segundo trechos musicais de Ivo Cruz, Jorge Croner de Vasconcelos, Francisco Lacerda, Cláudio Carneiro, Armando José Fernandes, Manuel de Falla e Joaquim Nim, acompanhada pelo mesmo pianista. No mesmo mês, durante o 5.º Concerto no Centro de Cultura da Família Paroquial de S. João de Deus, declama poemas de Frei Agostinho da Cruz, Antero, Torga, Carlos Queiroz, Fernanda de Castro, Régio, Almada, Eugénio de Castro, acompanhada ao piano por Elisa Paulina Lamas que também executa trechos de Telemann, Bach-Liszt, César Frank, Chopin e Bella Bartok. Em Setembro, no Cine-teatro de Elvas, no âmbito dos "V Jogos Florais Luso-espanhóis – Cortes de Amor", em comemoração do 1.º Centenário da Imprensa em Elvas, lê Camões, Antero de Quental, Sardinha, Conde de Monsaraz, Eugénio de Castro, Florbela Espanca, José Régio, Fernanda de Castro, Fernando Pessoa e Luíz Alvarez Lencero, acompanhada ao piano por José Carlos Picoto. Ainda no mesmo mês, no Club Setubalense, organiza um Sarau inserido nas "Comemorações Bocagianas", no 194.º Aniversário do nascimento do poeta. Apresentada por Manuel Mendes Carqueijeiro, nesse Recital, interpreta poesia de Bocage, Eugénio de Castro, Florbela Espanca, Sebastião da Gama, Ângelo de Lima, Carlos Queiroz, Sá-Carneiro e Edgar Poe enquanto Rogério de Carvalho interpreta Fernando Pessoa, António Feijó, Régio, Torga, Sá-Carneiro, Manuel Bandeira, Mário de Andrade, Jorge Barbosa, Virgínia Argentil. Em Novembro, no Teatro da Trindade em Lisboa, declama numa "Tarde de Fernando Pessoa", no 24.º aniversário da morte do Poeta. Primeira parte: "À la decouverte de Fernando Pessoa, por Pierre Hourcade; Segunda parte: Poemas de Pessoa, de seus heterónimos e de Edgar Allan Poe; Terceira parte: «Ode Marítima» de Álvaro de Campos interpretando pela primeira vez na íntegra e de cor os quase mil versos da «Ode Marítima», assistida pelo actor Francisco Ribeiro. 1960 Enquanto Secretária-geral das «Guias de Portugal» a que pertence desde a sua juventude, escreve «Duas Palavras sobre Guidismo», palestra que profere por ocasião da visita a Portugal de Lady Olave Baden Powel. Em Abril, apresenta com Goulart Nogueira o programa na RTP «Poetas Portugueses da Paixão. Produção e apresentação de António Manuel Couto Viana e realização de Herlander Peyroteo. No dia 30 de Maio de 1960, é convidada pela Casa do Algarve e pela Sociedade de Escritores e Compositores Teatrais Portugueses para, em comemoração do Centenário de Teixeira Gomes, ler trechos do autor. Participam também, na homenagem, o próprio Teixeira Gomes, Maurício Monteiro e Garcia Domingues, José Galhardo, Luís de Oliveira Guimarães. No mesmo mês, no Museu Nacional de Arte Antiga, durante a conferência «Os Mistérios e Invocações da Virgem na Poesia Portuguesa» de Maria de Lourdes Belchior, lê José Régio, Antero, António Nobre, Vitorino Nemésio, Pascoaes, Gil Vicente, Cristóvão Pavia, Sebastião da Gama, A. Correia de Oliveira, Eugénio de Castro e Fernando Pessoa. Na noite de 10 de Junho, em "Romagem", cerimónia evocativa da epopeia dos portugueses no mundo levada a efeito na Torre de Belém pela Delegacia Distrital de Lisboa da Mocidade Portuguesa Feminina, é apresentado «Flores no Mar Português» escrito por Ester de Lemos; Hino composto por Isabel Mendonça Soares; a interpretação de vozes está a seu cargo e também de Eunice Muñoz e Catarina Avelar; concepção por Adolfo Simões Muller; ensaio e preparação dos coros por Olímpia Bastos Melo Viera; coros pelas alunas do Liceu Maria Amália dirigidas por Fernanda Losa. Em Novembro, a Comissão de Propaganda e Turismo da Casa dos Açores, apresenta no Cinema Roma uma "Tarde Açoriana" da qual consta um documentário realizado por Filipe Solms; um concerto por Eurico Thomaz de Lima; um recital de Poesia por Maria Germana Tânger; e o filme «Quando o Mar galgou a terra», argumento extraído da obra homónima de Armando Cortes Rodrigues, realização de Henrique de Campos. 1961 Em Maio, diz poesia, juntamente com Goulart Nogueira, Catarina Avelar e José de Castro no "Sarau de Arte" realizado durante a semana de encerramento das actividades do Centro Universitário de Lisboa, dedicada ao Ultramar, com música de Francisco Lacerda, Frederico de Freitas, Artur Santos, Cláudio Carneiro, Joly Braga Santos, Helena Moreira de Sá e Costa, Nina Marques Pereira. Em Junho, no Teatro de S. João do Porto, na Sessão de Arte «Recital de Poesia e Música», diz poesia acompanhada ao piano por Maria Cristina Lino Pimentel. Ainda em Junho, organiza e interpreta n'«Uma hora de Fernando Pessoa» em Ponta Delgada. Depois de a ouvir cumprir a promessa de recitar a «Ode Maritíma», Armando Cortes Rodrigues escreve À Maria Germana Tânger, enternecidamente, pelo muito que a admiro, reconhecidamente, por ter revelado à gente desta ilha, onde nasceu e morreu Antero, o génio poético de Fernando Pessoa. Em Julho, no Salão Paroquial da Igreja de S. João de Deus, durante a proclamação dos vencedores dos «III Jogos Florais: Serão de Arte», lê juntamente com Manuel Lereno os Poemas vencedores. Em Novembro, a convite do Museu João de Deus, no 1.º aniversário da morte de João de Barros e 8.º da morte de João de Deus Ramos, evoca com Luís Filipe poemas de João de Barros e de João de Deus Ramos. 1962 No dia 17 de Janeiro de 1962, é informada pelo Sindicato Nacional dos Artistas Teatrais sobre a decisão, face aos termos da sua exposição, de, não havendo a classificação de «declamadora» nas categorias profissionais reconhecidas pelo regulamento da carteira profissional, lhe ter sido concedido, a título excepcional, a mudança de categoria de "artista de variedades" para "artista de género dramático", sendo-lhe enviada a respectiva declaração no dia 25 de Janeiro de 1962 (PT/FAQ/AFC/01/0657/00002). Em Junho, no dia 30, despede-se do «Pássaro Azul», projecto de Fernanda de Castro no âmbito do qual ensinava «Arte de Dizer» às crianças, devido ao cancelamento do Movimento. Recebe uma carta da amiga, informando "oficialmente" o fim das actividades do "Pássaro Azul" no dia 30 de Junho de 1962, devido ao seu estado de saúde. Solicita o seu apoio e boa vontade para a preparação da festa de despedida. Agradecendo, ainda, a dedicação com que trabalhara durante os últimos meses "tão difíceis e dolorosos para si". No dia 25 de Outubro, inicia funções de Professora no Conservatório Nacional e no dia 5 de Dezembro profere uma palestra na qual presta homenagem a quantos foram importantes para alimentar o amor à língua e ao mister de a dizer: a Mãe; a professora do liceu, Olimpia Pereira Bastos; o professor Carlos de Sousa, director artístico do grupo de Teatro Moderno da Faculdade de Letras; o Professor Bimont, de Paris; e o seu marido, enquanto director do Teatro Moderno da Faculdade de Letras mas também como crítico, amigo, companheiro, espírito lúcido sempre ao seu lado. Em Dezembro, durante a Sessão Camoniana integrada nas «Comemorações Nacionais do 4.º Centenário da Publicação d'Os Lusíadas, diz com Álvaro Benamor poemas alusivos. 1963 A partir deste ano e até ao fim da sua actividade no Conservatório Nacional, organiza espectáculos interpretados pelos seus alunos do Conservatório (Audições) para os quais convida inúmeras personalidades. Em Janeiro, interpreta poemas durante a palestra de José Fernandes Fafe «O Tema da Paisagem na Pintura Portuguesa Contemporânea». Em Fevereiro, realiza o Recital "Segunda Tarde Poética" que, a convite de Amélia Rey Colaço, acontece no Salão Nobre do D. Maria II. Em Abril, no dia 18, recebe a primeira carta de seu marido internado no Sanatório do Caramulo. Esta relação epistolar, é quase diária. No mesmo mês, submete um pedido de bolsa à Fundação Calouste Gulbenkian para estudar Arte Dramática em Paris e, no dia 10 desse mês, é informada por carta de Artur Nobre Gusmão, do Serviço de Belas-Artes da Fundação Calouste Gulbenkian que o seu pedido havia sido avaliado por uma Comissão Consultiva constituída por Amélia Rey Colaço, Carmen Dolores, Carlos Ramon, Salvador Barata Feyo. Mário Tavares Chicó, entre outros, e que tinha sido recusado com a justificação de que o projecto apresentado era grande demais para o período solicitado. Em Maio, viaja para Londres enquanto Comissária das Relações Públicas da Associação Mundial das Guias e Escuteiros. No mesmo mês, participa na Jornada Infantil pró-Concílio, homenagem das crianças de Lisboa ao Papa do Concílio do Vaticano II, no Coliseu dos Recreios. No dia 26 de Maio, o seu filho António faz a Comunhão Solene e o Crisma; estando o pai ainda no Sanatório do Caramulo, é acompanhado apenas pela mãe. Em Junho, no Colégio da Cidadela de Cascais, durante a conferência de Natércia Freire "Ultramar na Poesia Portuguesa", interpreta Poemas alusivos. Também neste mês, realiza o Recital "Poesia e Verdade" constituído por poemas publicados nos últimos quatro livros da colecção com o mesmo nome, nomeadamente de David Mourão-Ferreira, Herberto Helder, Maria Teresa Horta e Mendes de Carvalho, na Feira do Livro de Lisboa. Em entrevista â imprensa refere Gostei deste contacto com o público da rua, parava o operário, parava o ardina, parava o curioso… Depois desta tarde, sinto-me capaz de dizer poemas na Praça do Campo Pequeno. E, ainda em Junho, integra com Natércia Freire e Ramiro Guedes de Campos o júri dos Jogos Florais da Praia de Armação de Pera presidido por Fernanda de Castro. Em Julho, participa na inauguração do «Teatro de Câmara António Ferro» fundado e dirigido por Fernanda de Castro, no “Recital de Teatro e Poesia”, com António Quadros, Lina Branco. Norberto Barroca, José Carlos Ary dos Santos, Heloísa Cid, Alexandre Ribeirinho, Maria Manuela Leitão, Vasco Welenkamp, Fernando Manique Silva, José António Cruz, Manuela Machado, Diogo Ary dos Santos, Catarina Avelar. Em Dezembro, assina contrato com a RTP a respeito do Programa «Passatempo Infantil – Pequena História de Natal». Nota manuscrita de Germana Tânger: Só voz. Envio programa do Caramulo-Sanatório. No verso do contrato, estão manuscritas as boas notas escolares de seu filho. 1964 Em Janeiro, no Tivoli, diz Mário de Sá-Carneiro em «3 modos de poesia», espectáculo do Teatro de Câmara António Ferro, sob a direcção artística de Fernanda de Castro. Em Março, viaja para Madrid acompanhando Natércia Freire, interpretando os seus poemas no «Ateneo Cientifico, literário y artístico». Em Abril, submete de novo um pedido de bolsa à Fundação Calouste Gulbenkian para estudar Arte Dramática em Paris no Curso de dicção do Professor Raymond Girard do Conservatório de Paris durante três semanas e para visitar, em Genebra, diversas escolas de Teatro. Em Maio, dá um Recital de Poesia, organizado pela «Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto», no Salão Nobre da sede da Instituição; organiza um Recital em comemoração do 4.º Centenário do Nascimento de Shakespeare; participa no Sarau de Arte realizado na Faculdade de Letras, pelo Teatro Universitário de Lisboa; recebe um «Certificado de Apreço» pelo apoio prestado à Cooperativa Portugal-United States na exposição "Atoms at Work" realizada em Lisboa. Em Julho, inicia a realização dos 26 Programas de televisão Ronda Poética que apresenta em 1964, interpretando cerca de 50 poetas. No dia 7 de Setembro, a Gulbenkian aceita o seu pedido de bolsa para estudar Arte Dramática em Paris no Curso de dicção do Professor Raymond Girard do Conservatório de Paris durante três semanas e para visitar, em Genebra, diversas escolas de Teatro. Em Agosto, colabora de novo com os "Jogos Florais da Praia de Armação de Pera de 1963", integrando o Júri dos Jogos composto por Fernanda de Castro (presidente), Natércia Freire, Ramiro Guedes de Campos e, lendo com João Pires os poemas premiados. Em Outubro, no dia 18, parte para Paris como bolseira e no dia 25, parte para Genebra onde permanece até dia 31. Em Novembro, no dia 1, regressa a Paris onde permanece até dia 20, dia do seu regresso a Lisboa, como referido no seu " Relatório da Estadia" (PT/FAQ/AFC/12/0894). Em Dezembro, diz poesia portuguesa e brasileira no restaurante "Chicote", depois de um almoço oferecido pelo presidente do I Congresso das Comunidades Portuguesas organizado pela Sociedade de Geografia de Lisboa, a pedido de Adriano Moreira. 1965 Elabora e concretiza um Plano para 51 Programas televisivos Ronda Poética entre 2 de Janeiro e 16 de Junho, através do qual interpreta Adalgisa Nery, Afonso Duarte, Alberto de Serpa, Alberto Osório de Castro, Alda Lara, Almada Negreiros, Álvaro de Campos, Américo Durão, Ana de Gonta, António Ferreira, António Fogaça, António José Tenreiro, António Nobre, António Pedro, Augusto Gil, Auta de Sousa, Bernardim Ribeiro, Branca de Gonta, Cabral do Nascimento, Calos Drumond de Andrade, Camilo Pessanha, Camões, Cecília Meireles, Cristóvão Falcão, D. Diniz, David Mourão-Ferreira, Domingos Monteiro, Edith Arvelos, Fagundes Varela, Fernanda de Castro, Fernando Sylvan, Florbela Espanca, Francisco de Biveiro, Gabriel Mariano, Geraldo Bessa Victor, Gil Vicente, Gomes Leal, Guilherme de Faria, Henriqueta Lisboa, Hilário, João Castro Osório, Jorge Barbosa, Jorge de Sena, José Blanc de Portugal, José Craveirinha, José Duro, José Osório de Oliveira, José Régio, Júlio de Sousa, Manuel Bandeira, Maria de Carvalho, Maria de Santa Isabel, Maria Helena, Maria José Avilez, Mário António, Mário Sá, Marta Mesquita da Câmara, Natércia Freire, Nuno de Miranda, Olavo Bilac, Olegário Mariano, Oliva Guerra, Paulino de Oliveira, Pedro Homem de Mello, Reinaldo Ferreira, Ribeiro Couto, Ronald Carvalho, Rui Cinatti, Sá de Miranda, Sebastião da Gama, Teixeira de Pascoaes, Tomás Ribeiro, Vasconcelos e Sá, Vimala Revi, Virgínia Victorino e Viriato Cruz. Em Março, recebe com grande desgosto a notícia do suicídio de um dos seus alunos mais activos, talentosos e queridos: Diogo Ary dos Santos. Em Maio, no âmbito da 24.ª Audição de Alunos do Ano Escolar de 1964-1965 do Conservatório Nacional, da sua Classe de «Arte de Dizer», a pedido da avó do Diogo Ary dos Santos, Maria Guilhermina de Pina Manique Pereira Ary dos Santos, pede um minuto de silêncio em sua memória. Sobre o aluno, comentaria dois anos depois: foi um meteoro breve mas de rara luminosidade, poeta, também o teatro português muito perdeu com a sua morte, seria um actor, um grande actor sem dúvida, como já era o maior declamador de poesia da sua geração. No ano anterior, na 23.ª Audição, Diogo havia actuado e sido o responsável pela Movimentação e Arranjo de Cena. No dia 19 de Maio de 1965, submete à Fundação Calouste Gulbenkian um pedido de subsídio para durante duas semanas estudar no Conservatório de Teatro de Paris e, no dia 28 do mesmo mês, o seu pedido é aceite, a título de complemento do trabalho realizado na mesma cidade no ano anterior. Recebe o cheque no dia 8 de Junho e envia o recibo a 30 do mesmo mês. A 26 de Maio de 1965, com os seus alunos e com Maria Helena Pinto da Silva, interpreta poemas de autores portugueses em «Noite de Poesia», sarau comemorativo do VI Aniversário do Centro de Recreio e Cultura do Bairro Económico de Queluz, precedido pela Apresentação «Em Torno da Expressão Poética» de Manuel Tânger Correia. Inicia a serie de 15 programas televisivos Roteiro Poético, realizados por Jorge Listopad e por si apresentados, dirigidos e nos quais interpreta até 1967, 57 poetas: Alberto Caeiro, Alexandre Herculano, Almada Negreiros, Almeida Garrett, Álvaro de Campos, Ângelo de Lima, Antero de Quental, António Botto, António Feijó, António Feliciano de Castilho, António Ferreira, António Nobre, Bernardim Ribeiros, Bocage, Camilo Castelo Branco, Camilo Pessanha, Camões, Cesário Verde, Conde de Vimioso, D. Dinis, D. Francisco Manoel de Mello, D. Manuel, D. Sancho, Diogo Miranda, Duarte de Rezende, Eugénio de Castro, Fernanda de Castro, Fernando Pessoa, Fernão de Galheiros, Florbela Espanca, Garcia de Rezende, Gil Vicente, Gomes Leal, Gonçalves Crespo, Guerra Junqueiro, Jerónimo Baía, João Atras, João de Deus, João de Lemos, João de Roiz de Castelo Branco, João Garcia Guilhada, João Zorro, Jorge da Silveira, Jorge d'Aguiar, Maria Browne, Mário de Sá-Carneiro, Nuno Pereira, Olavo Bilac, Pedro Viviaez, Ricardo Reis, Rodrigues Lobo, Sá Miranda, Soares de Passos, Soares Taveiros, Soror Violante do Céu, Teixeira de Pascoaes, Tomaz Ribeiro. Em Junho, inicia a sua relação de amizade com José Régio que viria a resultar numa troca de correspondência que se prolongaria até ao fim da vida do escritor em Dezembro de 1969. Em Julho, em Queluz, participa em diversos Saraus e Récitas, por vezes apresentada por seu marido; integra o júri do «Concurso entre floristas – decoradores», júri também constituído por Condessa de Almeida Araújo, Ventura Porfírio, Fernando Amado e a «Casa da Comédia», durante «Luz e Som». A 1 de Dezembro, o Colégio Manuel Bernardes realiza uma sessão Cultural que integra: I-Palestra de Martins de Castro sobre o insucesso escolar, II-Poesia de Bocage pelo aluno Sousa Costa, ensaiado por Maria Germana Tânger, III-Momento Musical, Concerto de Vasco Barbosa acompanhado por Graziette Barbosa. 1966 No dia 14 de Abril, a «Sociedade de Escritores e Compositores Teatrais Portugueses» aprovou a sua adesão enquanto «Autora de Textos Radiofónicos". No dia 28 de Abril apresenta nova candidatura a uma bolsa à Gulbenkian, candidatura apresentada ao Conselho Consultivo por Maria do Carmo Ribeiro da Silva Fonseca Ribeiro. A 25 de Maio, com os seus alunos, Germana Tânger interpreta poemas de autores portugueses em «Noite de Poesia», sarau comemorativo do VII Aniversário do Centro de Recreio e Cultura do Bairro Económico de Queluz, apresentado por Manuel Tânger Correia. Em Outubro, na Quinta do Rosal, em Portalegre, participa no Banquete em honra do Senhor Cardeal Patriarca, que inclui um momento de música clássica, ao piano por Cristina Lino Pimentel; um momento de poesia por Germana Tânger que inclui no repertório «Paixão» de Fernanda de Castro. Em Outubro, Manuel Tânger Correia é nomeado adido cultural junto à Embaixada de Portugal no Brasil. Nesse ano, diz Poesia durante a «Tarde Literária» no Museu João de Deus, ilustrando a conferência «António Patrício – Trágico», por seu marido Manuel Tânger Correia. Em Dezembro, grava o Programa de Variedades de sua autoria «O Mundo a Cantar», realizado por P. Martins e produzido por Mello Pereira. No dia 10 de Dezembro de 1966, colabora na preparação das recitações dos alunos Colégio Manuel Bernardes para a Sessão Cultural desse ano. No dia 17 de Dezembro de 1966, colabora numa iniciativa cultural promovida pelo "Grupo dos Cinco". A convite da Câmara Municipal de Beja participa na sessão solene de homenagem à Memória do Poeta Mário Beirão: conferência de Hernâni Cidade acompanhada por poesias do Poeta por si interpretadas. 1967 Em Março, diz Poesia no Teatro Villaret, no âmbito do II Ciclo de Convívio Musical – Procuradoria dos Estudos Ultramarinos – Música e Poesia do Ultramar. A 2.ª parte do Programa é totalmente preenchida pelo Poema "África Raiz" de Fernanda de Castro. A 19 de Abril, o seu grupo de Poesia participa na 2.ª Sessão Cultural do Colégio Manuel Bernardes. No âmbito do XIV Festival de Sintra, celebra um contrato com a editora Publicações Europa-América a propósito da publicação e direitos de autor de "Medeia" por si traduzida. No Brasil, visita várias Faculdades e o Real Gabinete de Leitura do Rio de Janeiro, tendo participado activamente no programa de Gilson Amado "Universidade sem paredes". A convite da actriz Maria Fernanda Correia Dias (filha de Cecília Meireles e de Correia Dias), comparece no Teatro João Caetano à apresentação especial de «A Tragédia de Vila Rica, no tempo de Joaquim José», espectáculo composto por textos de Cecília Meireles. No dia 10 de Maio, participa na sessão evocativa de Raul Brandão organizada pela Casa da Imprensa e pela SECTP, lendo trechos do homenageado. A sessão inclui também palestras de Luís de Oliveira Guimarães, João Pedro de Andrade, David Mourão-Ferreira. Nos dias 10, 17, 24 e 31 de Junho, realiza quatro Recitais de Iniciação Poética destinados "aos pequenos frequentadores das «Laranjeiras»" realizados no Salão de Festas do Jardim Zoológico, em quatro sábados consecutivos. 1968 No Brasil, tem como missão a realização de conferências ilustradas com poemas e recitais de poesia portuguesa nos Institutos e Universidades brasileiras. Assim, em Abril, no Rio de Janeiro, realiza o recital "A Moderna Poesia Portuguesa", lendo com Cleonice Berardinelli poemas de Fernando Pessoa na Universidade Católica dessa cidade. E em Junho, também no Rio de Janeiro, no âmbito da série «Promoção Cultural» no Auditório do Palácio da Cultura, ilustra com Duke Ryan e Henriette Marineau, a conferência de Manuel Tânger Correia «Mallarmé e Fernando Pessoa, perante "O Corvo" de Edgar Alan Poe». Ainda no mesmo mês e cidade, interpreta poesia durante a conferência «Simbolismo Português de Manuel Tânger Correia, no âmbito da «Semana de Portugal» (3 a 10 de Junho). 1969 Inicia neste ano a sua participação enquanto jurada (e não só) dos Concursos de Teatro Amador das Colectividades de Cultura e Recreio e dos Grupos Dramáticos Independentes, promovidos pela «Secretaria de Estado de Informação e Turismo - Direcção-geral da Cultura Popular e Espectáculos», articulando directamente com Manuel Félix Ribeiro (chefe da Repartição de Teatro, Cinema e Etnografia); esta actividade prolongar-se-ia durante quatro anos (1969/1973). Em Julho, é convidada pelas Embaixatrizes do México, da Argentina, da Nicarágua, da Colômbia, da Venezuela, da Marquesa de Fayal e da Condessa de Carnide (comissão organizadora) para participar em «Ballet e Poesia» no Centro de Amadores de Ballet, em Lisboa para a festa anual – «Tarde de Arte» a realizar a favor da Associação Socorro e Amparo. A 4 de Novembro, colabora com a «Sociedade Filarmónica Incrível Almadense», nas comemorações do seu 121.º aniversário, num «Recital de Piano e Poesia» em que recita Poemas de Camões, Régio, António Sardinha, António Nobre, Sebastião da Gama, Florbela Espanca, Fernando Pessoa e Edgar Alain Poe, acompanhada por por Helena de Matos ao piano realizado no Salão de Festas da Sociedade. 1970 Em Janeiro, celebra um contrato com a «Valentim de Carvalho» sobre um disco, com a validade de 24 meses. Ainda em Janeiro, com Natália Correia e outros diz Poesia durante o jantar de homenagem a Fernanda de Castro pelos seus 50 anos de Actividade Literária, jantar presidido por César Moreira Baptista, Secretário de Estado de Informação e Turismo, no restaurante «A Quinta», em Lisboa. No mesmo mês, interpreta Poesia no «Recital de Canto, Piano e Poesia» pelo barítono Laurino Garcia, pela pianista Antónia Fonseca, na Sala do Conservatório Nacional em Lisboa. Em Maio, durante a cerimónia de «Encerramento das Actividades Culturais do Ano Lectivo de 1969/1970», pela Procuradoria dos Estudantes Ultramarinos, recita poesia acompanhada ao piano por Adriano Jordão. Em Outubro, toma Posse formalmente do cargo de Professora Contratada do Curso Especial de «Arte de Dizer», além do Quadro, por deliberação de Manuel Ivo Cruz, director do Conservatório Nacional. Em Dezembro, colabora com a Câmara Municipal de Lisboa na realização de «Auto de Natal» em 2 actos e 3 quadros no Salão de Festas da Estufa Fria. 1971 No dia 8 de Junho é convidada pelo Ministro da Educação Nacional a integrar um grupo de trabalho, sob a direcção de Madalena de Azeredo Perdigão, para a reforma do Conservatório Nacional (Teatro). Aceita. Em Julho, no âmbito das «Festas da Cidade de Lisboa de 1971», organiza um «Sarau Literário de Canto e de Bailado – Festas de Verão em Lisboa», promovido pela Comissão Municipal de Lisboa, no Pavilhão dos Desportos; com direcção musical de Frederico de Freitas e direcção teatral do actor Augusto de Figueiredo. Em Outubro, dá um Recital de Poesia realizado no encerramento dos «I Encontros de Sintra» que durante os meses de Abril, Maio, Junho e Outubro a Comissão Municipal de Sintra promove no Palácio Municipal Valenças sob a direcção de António Quadros e Sequeira Costa. Em Dezembro, colabora na homenagem prestada em Leiria ao Dr. «Cortez Pinto – Poeta, Escritor e Filólogo» com um «Sarau de Arte» no Teatro José Lúcio da Silva que conta também com a participação de Hernâni Cidade (palavras), Fernanda Lino António (canto), Maria Helena Matos (piano), Orfeão de Leiria (direcção e regência de Guy Stoffel Costa), Margarida de Abreu (coreografia e direcção), Manuela Varela Cid (dança), Rui Represas (baladas), um Grupo de Bailado, Jorge de Almeida e Luís de Almeida (luminotécnica). No mesmo mês, é eleita sócia n.º 4081 do "The Guide Club". Nesse ano, inaugura, produz e apresenta na RTP, o ciclo de programas mensal «Um Poeta… Um livro». Os Programas, cinco dos quais apresentados em 1971, são realizados, à vez, por Jorge Listopad, Alfredo Tropa, Félix Ferreira com a colaboração de Lurdes Norberto (leitura de poemas) e dedicados consecutivamente a José Régio, António Nobre, Florbela Espanca, António Gedeão, Vitorino Nemésio. Integra o júri dos Concursos de Teatro Amador das colectividades de cultura e recreio e dos grupos dramáticos independentes", promovidos pelo SNI com o apoio da FNAT. 1972 No dia 6 de Janeiro, é inaugurado oficialmente o «Curso para Formação de Actores e Encenadores», da Escola de Teatro do Conservatório Nacional. A sessão foi conduzida pela Comissão da Reforma do Conservatório (Madalena Perdigão, Luzia Martins, Lúcio Mendes, João de Freitas Branco, Arquimedes Silva Santos). Professores: Germana Tânger (dicção), Tomás Ribas (História do Teatro), Bernardo Santareno (Psicologia), Eurico Lisboa (Literaturas Dramáticas), entre outros. Os professores estrangeiros contam com a colaboração de Glória de Matos, Águeda Sena, João Mota, Manuela Piçarra. Em Março, no âmbito das festas de inauguração do Centro de Convívio Nossa Senhora da Alegria – Igreja da Pena, dá um recital de poesia; nessa ocasião, Monsenhor Moreira das Neves profere uma conferência, as alunas de Margarida Abreu apresentam um bailado clássico e Duarte Costa, um concerto de guitarra. Em Junho, na Feira do Livro – Stand do Grémio, durante o Recital «Poesia e Verdade», lê poemas dos últimos quatro livros publicados na colecção «Poesia e Verdade» da Guimarães Editores. Ainda em Junho, no dia 10, recebe do Ministério da Educação Nacional – Secretariado para a Juventude, um agradecimento formal pela colaboração prestada ao Festival Nacional da Juventude. A 7 de Julho, o «Exercício Final dos alunos do 1.º Ano» do recém-criado «Curso para Formação de Actores e Encenadores» realizado no Novo Estúdio de Teatro do Conservatório Nacional, conta com a sua participação ao lado dos professores Mário Barradas, Eurico Lisboa, Maria Helena Lucas, Glória de Matos, João Mota, Tomaz Ribas, Bernardo Santareno, Águeda Sena, entre muitos outros e, também, com a participação dos alunos. Em Novembro, durante uma sessão literária de Homenagem a João de Deus Ramos no Museu João de Deus, em Lisboa, depois da apresentação de Ferreira de Castro, recita fábulas, alternando com Assis Pacheco e Canto e Castro Ainda em Novembro, durante a Temporada Musical do Círculo de Cultura Musical realizada na Escola Preparatória de Bocage, interpreta poesia de Camões, Cesário Verde, Fernando Pessoa, Sá-Carneiro, José Régio, Almada Negreiros, Miguel Torga, Fernanda de Castro e Sebastião da Gama. Continua a produzir e apresentar na RTP, o ciclo de programas mensal «Um Poeta… Um livro». Os Programas apresentados em 1972, são realizados, à vez, por Jorge Listopad, Rui Ferrão, Herlander Peyroteo, Alfredo Tropa, com a colaboração de Lurdes Norberto (leitura de poemas) e dedicados consecutivamente a Natércia Freire, Almada Negreiros, Isabel de Almeida, Mário de Sá-Carneiro, Adolfo Simões Müller, Camilo Pessanha, Cesário Verde, Guerra Junqueiro, Eugénio de Andrade, Jorge de Sena, Fernando Pessoa, Carlos Queiroz, Sebastião da Gama. Integra o júri dos «Jogos Florais da Casa de Pessoal dos Hospitais Civis de Lisboa» juntamente com Fernanda Botelho, David Mourão-Ferreira, Padre Vítor Franco e José Morgado, fazendo a leitura dos poemas, à vez, com Nunes Forte, Rui Luís, Dário de Barros. Integra o júri dos Concursos de Teatro Amador das colectividades de cultura e recreio e dos grupos dramáticos independentes", promovidos pelo SNI com o apoio da FNAT. A 6 de Dezembro, toma Posse como Professora da 2.ª disciplina do Curso de Teatro (Arte de Dizer) do Ministério de Educação e Investigação Científica, Direcção-geral do Ensino Superior, Conservatório Nacional, em substituição de Carlos Alberto de Sousa e Almeida. Publicação no «Diário do Governo» n.º 283 a 6/12/1972. 1973 Continua a produzir e apresentar na RTP, o ciclo de programas mensal «Um Poeta… Um livro». Os Programas apresentados em 1973 são realizados, à vez, por Jorge Listopad, Rui Ferrão, Herlander Peyroteo, Alfredo Tropa, com a sua colaboração e de Lurdes Norberto (leitura de poemas) e dedicados a diversos poetas. Na Emissora Nacional, interpreta poemas de autores lusófonos, participando em programas como "Tempo de Poesia"; e "Poesia de um só poeta", série em que dedica cada programa a um poeta diferente: Antero de Quental, Manuel Bandeira, Afonso Lopes Vieira, Jorge de Sena, Augusto Gil, Mário de Andrade, José Duro, Ribeiro Couto, António Patrício, Cecília Meireles, Guilherme de Faria, Carlos Drummond de Andrade, Raúl de Carvalho, Vinicius de Morais, Herberto Helder, Augusto Frederico Schmidt e David Mourão-Ferreira. Integra, com Paulo Renato, Igrejas Caeiro, Manuel Lima, Rui Pilar, Raul dos Santos Braga e Humberto d'Ávila, o júri dos Concursos de Teatro Amador das colectividades de cultura e recreio e dos grupos dramáticos independentes", promovidos pelo SNI com o apoio da FNAT. Entre 20 e 28 de Agosto integra a organização, a direcção e a encenação do «XVII Festival de Sintra», realizado nesse ano. 1974 Escreve «Mensagem para o Dia do Teatro». A 26 de Abril, interpreta poesia de Natércia Freire ilustrando a sua conferência «O Além-Mar na Poesia Portuguesa» durante os «IV Encontros de Sintra» realizados como habitualmente em Sintra no Palácio Valenças. No mesmo mês, durante as comemorações do «Dia Internacional do Livro Infantil» realizadas na Fundação Calouste Gulbenkian, faz a leitura de alguns contos alternando com os autores. Depois da Revolução de Abril, a sua posição no Conservatória torna-se bastante difícil. Em Maio, escreve um «Comunicado sobre a exclusão da Escola Superior de Teatro da Direcção do Conservatório Nacional», alertando para a situação anti-democrática vivida no Conservatório onde impera a lei da força e do golpismo. Em Novembro, escreve uma «Carta Aberta ao Ministro da Educação e Cultura sobre a Escola de Teatro do Conservatório» sobre a situação e sobre uma campanha contra ela movida. José Carlos Ary dos Santos escreve uma carta em sua defesa, muito elogiosa, referindo-a não só como professora do seu irmão Diogo como também como profissional aberta e liberal ... (Importante ler a carta no acervo da Fundação António Quadros). 1975 A 20 de Janeiro, sofre um rude golpe, Manuel Tânger Correia, o seu marido, amigo, confidente, parceiro nos bons e maus momentos, pai do seu filho, morre de choque traumático em Espanha; o seu corpo, depois de transladado, é enterrado quatro dias depois no cemitério de Queluz. Manuel Tânger Correia, natural dos Açores, freguesia de Santa Cruz das Flores, concelho das Flores, distrito da Horta, havia nascido a 24 de Outubro de 1913 e era filho de António da Cunha Correia e de Célia de Medeiros Tânger Correia. Para regularizar a sua situação financeira, bastante afectada devido a elevadas despesas efectuadas com a saúde de seu marido, quatro anos em hospitais e outros tantos em sanatórios (PT/FAQ/AFC/01/0451/00038 - 1975.09.15, Rio de Janeiro, cópia de carta de Germana Tânger para a Comissão de Moradores de Queluz, sobre a sua casa, moradia na Av. Eng.º Duarte Pacheco 1 em Queluz.), vende a sua casa de Queluz a Argimino Joaquim Botelho Figueira, a 17 de Julho de 1975. A 8 de Fevereiro, toma Posse como Professora da 2.ª disciplina do Curso de Teatro (Arte de Dizer) do Ministério de Educação e Investigação Científica, Direcção-geral do Ensino Superior, Conservatório Nacional, em substituição de Henrique Carlos Santos. Publicação no «Diário do Governo» n.º 198 a 8/2/1975 (PT/FAQ/AFC/12/0945). Em Fevereiro, parte para o Brasil, em missão oficial, fazer a divulgação da poesia actual portuguesa junto das universidades brasileiras (PT/FAQ/AFC/01/0451/00038 - 1975.09.15, Rio de Janeiro, cópia de carta de Germana Tânger para a Comissão de Moradores de Queluz, sobre a sua casa, moradia na Av. Eng.º Duarte Pacheco 1 em Queluz.). Permanece até 20 de Junho do mesmo ano. Muito engraçado!!! Depois de quererem mandar-me embora, fui como bolseira divulgar a poesia portuguesa no Brasil, bolsa que terminava a 20 de Junho. Ao chegar a Lisboa, encontrei este papelinho. Germana Tânger, 21 de Junho de 1975. (PT/FAQ/AFC/12/0946) A 31 de Julho, recebe uma carta assinada por São José Lapa e José Amílcar Capinha Gil, em nome da Comissão Directiva da Escola de Teatro do Conservatório Nacional, informando sobre a sua intensão de terminar a sua colaboração no corpo docente da Escola Superior de Teatro, a partir do dia 1 de Outubro seguinte. Em Agosto, escreve «Basta, Senhor Ministro!», carta aberta ao Ministro da Educação e Cultura sobre a Escola de Teatro do Conservatório, face à acusação que hoje é a arma dos inferiores de ser fascista por Mário Barradas e outros de que foi alvo e também sobre a situação do Conservatório. A carta é completada por um abaixo-assinado de alunos e um testemunho de José Carlos Ary dos Santos assinado a 25 de Novembro de 1974. No mesmo mês, parte para o Brasil com equiparação a bolseira pelo Instituto de Alta Cultura enquanto intérprete da Poesia Portuguesa: organiza saraus em escolas, universidades, associações culturais, bibliotecas, etc… e, lecciona dicção e comunicação oral. No Real Gabinete de Leitura do Rio de Janeiro, ministra o "Curso de Interpretação de Poesia" com a duração de 3 meses. A 15 de Setembro, recebe, no Rio de Janeiro, uma carta da Comissão de Moradores de Queluz, (depois de uma denúncia) acusando-a de ter vendido a sua moradia na Av. Eng.º Duarte Pacheco 1 em Queluz para "pôr o dinheiro no Brasil". Em resposta, informa a referida comissão sobre as suas estadias no Brasil e sobre a sua situação financeira depois da morte do marido. Era, então, em 1963, tradutora da Fundação Gulbenkian, tinha um filho com onze anos e um cão (PT/FAQ/AFC/01/0451/00039 - 1975.09.15, Rio de Janeiro, cópia de Germana Tânger para o Administrador do Bairro de Queluz.). 1976 A 6 de Agosto, toma posse como Professora da 2.ª disciplina do Curso de Teatro (Arte de Dizer) do Ministério de Educação e Investigação Científica, Direcção-geral do Ensino Superior, Conservatório Nacional, em substituição de Henrique Carlos Santos. Publicação no «Diário do Governo» n.º 198 a 24/8/1976 (PT/FAQ/AFC/12/0940). Em Agosto, ainda no Rio de Janeiro, realiza no Real Gabinete de Leitura os III Ciclos de «Conversas sobre Poesia». Em Novembro, publica no catálogo da exposição de pintura «Mimi Fogt» realizada na Fundação Calouste Gulbenkian, uma introdução sobre a artista. 1977 A 12 de Janeiro, toma Posse como Professora da 2.ª disciplina do Curso de Teatro (Arte de Dizer) do Ministério de Educação e Investigação Científica, Direcção-geral do Ensino Superior, Conservatório Nacional, em substituição de Henrique Carlos Santos. Publicação no «Diário do Governo» n.º 4 a 6/1/1977 (PT/FAQ/AFC/12/0941). Em Março, a Festa de distribuição de Diplomas aos finalistas do curso do IADE de 1973-1976, apresentada por António Quadros, ideólogo, fundador e director do IADE, inclui a interpretação de poemas dos alunos sob a sua orientação. Em Julho, participa na festa do 3.º aniversário do CDS, realizada no Coliseu dos Recreios. Em Agosto, com seu filho (António Manuel Tânger Correia) e nora (Vera d'Orey Santiago Tânger), adquire ao Patriarcado de Lisboa uma casa em Sintra sita na Freguesia de Santa Maria, Rua dos Clérigos 9. Em Novembro, declama Poesia com Eunice Muñoz e Vasco de Lima Couto durante um serão realizado no Palácio Pintéus com a participação de João Ferreira-Rosa e Fernanda Leitão. Sob o pseudónimo de "Viriato", concorre ao «I Grande Prémio de Teatro da RTP», com a sua peça "É Tempo de ser livre". Sobre isto, escreve dois anos depois nos seus apontamentos: Espantoso! Entreguei oficialmente esta peça para concurso da televisão. Depois de serem atribuídos os prémios, verifiquei que nenhum membro do júri a tinha recebido!!; e, ainda: Tudo bem. Concorri com esta peça. Não chegou ao júri… A 6 de Dezembro, recebe a notícia de que lhe foi concedido pelo Real Gabinete de Leitura do Rio de Janeiro o título de «Conferencista Honorária», diploma que recebeu no dia 13 desse mês. 1978 A 5 de Janeiro, assina o termo de Posse de Professora da 2.ª disciplina do Curso de Teatro (Arte de Dizer) do Ministério de Educação e Investigação Científica, Direcção-geral do Ensino Superior, Conservatório Nacional. Publicação no «Diário do Governo» n.º 4 a 5/1/1978 (PT/FAQ/AFC/12/0937). Em Janeiro, escreve o «Registo dos acontecimentos ocorridos na Escola de Teatro no Conservatório Nacional de Abril de 1974 até Janeiro de 1978» (PT/FAQ/AFC/12/0938). Ainda em Janeiro, num recital integrado no «1.º Encontro de Escritores Algarvios», realizado no Hotel Golfinho em Lagos diz Poesia no «Recital de Poesia Algarvia e Música Portuguesa», alternando com Maria Cristina de Castro, acompanhadas ao piano por Fernanda Bivar. O sarau repete-se no dia seguinte em Faro. No mesmo mês, interpreta poesia de Afonso Lopes Vieira durante o I Centenário do seu Nascimento, acompanhada ao piano por Cristina Lino Pimentel num espectáculo organizado pela Câmara Municipal de Leiria e realizado no Teatro José Lúcio da Silva. Em Março, participa num «Recital de Poesia» organizado pela Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia na Casa-Museu Teixeira Lopes – Galerias Diogo Macedo. Em Maio, organiza e ministra dois cursos sobre «Formação de quadros políticos», sob o tema «Comunicação e Expressão Oral», em Lisboa e na Curia. 1979 A 30 de Janeiro, é eleita Vogal da Direcção da Sociedade Histórica da Independência de Portugal (SHIP). Em Fevereiro, acede à planta final da sua casa em Sintra sita na Rua dos Clérigos, 9, elaborada pelo Arquitecto António Flores Ribeiro. Em Abril, organiza e ministra na Curia o «III Curso de Formação de quadros políticos», sob o tema "Comunicação e Expressão Oral". No dia 26 de Abril, é homenageada homenagem pelo «Cenáculo Artístico e Literário 'Tábua Rasa' num jantar realizado no Hotel Roma em Lisboa. Na Primavera, é convidada por João Paes e contratada pelo Teatro Nacional de S. Carlos para trabalhar a dicção dos cantores da ópera em dois actos "A Trilogia das Barcas" com música de Joly Braga Santos, realizada no Teatro Nacional de S. Carlos, 13 e 15 de Maio de 1979. A 30 de Novembro, desenvolve uma récita de poesia na SHIP como abertura da Sessão Cultural. 1980 No dia 28 de Fevereiro, realiza no Conservatório Nacional um Recital de Poesia em que interpreta poemas de A. Nobre, F. Pessoa, J. Régio, A. Gedeão e Antero de Quental: «Espectáculo a Favor das Vítimas do Sismo dos Açores». Em Abril, participa em "espectacuLAR em PORTALEGRE" que viria a ser transmitido em directo pela Rádio Renascença, apresentado por Ausenda Maria e António Sala. Em Maio, participa numa Evocação de Camões e Concerto na Sé, no âmbito do IV Congresso Luso-hispânico-brasileiro de Oftalmologia, Simpósio Internacional do Glaucoma. No mesmo mês, interpreta poemas durante as «Comemorações Concelhias do IV Centenário da Morte de Camões», realizadas pela Câmara Municipal de Torres Vedras, Canto por Elizette Bayan e Piano por Adriano Jordão. Concebe o programa «Luz e Som» - evocação Camoniana na Torre de Belém, realizado diariamente à noite por Herlander Peyroteo, interpretado por Paulo Renato, Jacinto Ramos, Mariana Rey Monteiro, Ruy de Carvalho, Maria Amélia Matta, Hermínia Tojal, Armando Cortez, entre muitos outros. 1981 No início do ano, integrou enquanto vogal a direcção da SHIP então presidida por Carlos Vieira da Rocha. De 14 de Março a 12 de Abril, ministra, a convite da INATEL, um curso de Iniciação Teatral, realizado no Estúdio do Teatro da Trindade, para trabalhadores. De 2 de Maio a 31 de Maio, a convite da INATEL, volta a ministrar um curso de Iniciação Teatral, realizado no Estúdio do Teatro da Trindade, para trabalhadores. Em Junho, participa na sessão "Teatro Contemporâneo", no «Salzburg Seminar in American Studies 1981» realizada em Salzburg, Áustria, entre 8 de Fevereiro e 9 de Agosto de 1981. No dia 16 de Dezembro, no Teatro S. Luís, colabora com Jorge Borges de Macedo, ambos sócios da SHIP, na organização da sessão evocativa dos 550 anos da morte do Condestável "Evocação de D. Nuno Álvares Pereira pelas palavras de quem o conheceu, pensou ou sentiu". O papel principal é representado por Rui de Carvalho. Em Outubro, a convite do Consulado de Portugal em Barcelona realiza um Recital de Poesia no âmbito da Exposição biobibliográfica sobre a Vida e Obra de Fernando Pessoa, na Universidade de Barcelona. 1982 É equiparada a bolseira pelo Ministério da Educação e das Universidades – Instituto Nacional de Investigação Científica que subsidia e autoriza a sua viagem a Goa, Pequim e Macau durante o período compreendido entre 15 de Abril e 15 de Junho de 1982, com a missão de divulgar a poesia e a literatura portuguesas. Estadias e passagem por Jaipur, Bombaím, Goa, Dehli, Bangkok, Hong Kong, Pequim, Macau. Esta viagem poderia ter-lhe dado especial prazer já que não só os seus avós maternos haviam casado em Macau como, também, aí tinha nascido sua mãe. Mas não gostou porque tive a sensação de falar para as paredes. Ninguém sabe português – diria anos mais tarde. Em Goa, dá 3 recitais como o que foi organizado em Abril pelo Centro Cultural Luso-Indiano no Teatro Hanuman de Mapusa, em Macpuca; em Pequim, entre Abril e Maio de 1982, profere palestras sobre literatura portuguesa e dá diversos recitais; e, em Macau, um dos seus recitais é difundido através da Emissora de Macau. No dia 10 de Abril, aterra no aeroporto de Dabolim, sábado de Páscoa, e é recebida em nome da Academia de Língua e Cultura Portuguesa pelo Professor Carlos Xavier e pelo Dr. José de Sousa; e pelo Centro Cultural Luso-Indiano, pelo seu Presidente Afonso Sousa e esposa e António Pinto. Visitou Vasco da Gama e a sua praia de Baina e o porto de Mormugão. De caminho a Marção visitou a fábrica de fertilizantes de Zuari Agro Chemicals, a praia de Utorda e ficou hospedada no Monte de Margão no «Gouvernement Rest House», tendo-se mudado no mesmo dia para o Hotel Nabai. Assistiu às cerimónias Pascais na Igreja de Deus Espírito Santo de Margão, tendo visitado outros monumentos e no dia 12 de Abril, dá um Sarau de Poesia, intercalado com folclore goês. A 13 de Abril, realiza um recital sob os auspícios da Sociedade de Língua Portuguesa com a colaboração do Instituto Menezes Bragança. Pangim. A 20 de Abril, às 15h, declama poesia de autores portugueses no anfiteatro do Liceu Nacional Infante D. Henrique em sessão radiodifundida pela Emissora de Macau. A 18 de Maio, a convite do Ministro da Cultura da República Popular da China, comparece a uma soirée artística no Teatro de Tianqiao em Pequim. Em Setembro, lecciona com Bruno Bastin, Clotilde Abrantes, Ellen Kienhorst, José Posada, Maria de Lurdes Martins e Wolfgang Roscher no «III Curso de Verão "Música e Vida», no decorrer do Seminário de Penafirme, promovido pela Escola de Música de Torres Vedras dirigida por Maria de Lurdes Martins. A 23 de Novembro, lê os Versos Premiados, durante a cerimónia de entrega dos Prémios dos Jogos Florais promovidos pelo «Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas» durante a II Quinzena Cultural. 1983 No dia 4 de Maio, ilustra com poemas ditos por si a conferência de Gualter Cardoso na SHIP "Um Perfil de Júlio Dantas" (antigo aluno do Colégio Militar) integrada nas homenagens ao Colégio Militar. É eleita Delegada Oficial do Instituto de Sintra na Comissão organizadora do XVIII Festival de Sintra e, com Luís E. de Oliveira dos Santos Ferro, Olga Cadaval e outros, organiza o Festival que também dirige e encena entre 30 de Julho e 17 de Setembro. Em Setembro, lecciona a disciplina «Dicção e Projecção de Voz» com outros professores como Adália Nunes Ferreira, Bruno Bastin, Elisa Lamas, Ellen Kienhorst, José Posada, Maria de Lurdes Martins e Wolfgang Roscher no «IV Curso de Verão "Música e Vida"», no Seminário de Penafirme, promovido pela Escola de Música de Torres Vedras dirigida por Maria de Lurdes Martins. No dia 10 de Dezembro, é-lhe atribuído o título de SÓCIA EFECTIVA do «Instituto Lusíada de Cultura» dirigido por Paulo Teixeira Pinto. 1984 É de novo eleita Delegada Oficial do Instituto de Sintra na Comissão organizadora do «XIX Festival de Sintra» e, com Luís E. de Oliveira dos Santos Ferro, Olga Cadaval e outros, organiza o Festival que também dirige e encena entre 7 de Janeiro e 18 de Março. Entre os dias 23 e 27 de Abril, no Funchal, ministra no «Curso de Introdução à Educação pela Arte», as disciplinas «Comunicação Oral» e «Noções de Dicção e Projecção de Voz». Outros professores: Carlos Gonçalves, José Agostinho, José Posada e Maria Lígia. A partir de 28 de Janeiro e durante 5 fins-de-semana, é convidada pela INATEL a participar no curso de Iniciação Teatral para trabalhadores, mas não pode aceitar o convite. Em Novembro, as actividades realizadas no Palácio Municipal de Valenças durante o «IV Encontro de Sintra», promovido pelo Instituto de Sintra, foram divididas e duas séries: 1.ª - Jorge Moyano (Chopin), palestra por António Manuel Couto Viana, ilustrada por Germana Tânger acompanhada ao piano; 2.ª - conferência de David Mourão-Ferreira sobre Jaime Cortesão; 3.ª - Sessão evocativa de Fernando Pessoa: conferência por António Quadros ilustrada com a Poesia de Fernando Pessoa interpretada por Germana Tânger e cantada por José Campos e Sousa. 1985 A 6 de Maio, ilustra, lendo poemas de Gedeão, uma conferência de David Mourão Ferreira sobre António Gedeão, na Casa Veva de Lima, a convite de Maria Ulrich. No dia 25 de Maio, participa na "Tarde Cultural" promovida pelos «Amigos de Lisboa» no Restaurante Panorama de Monsanto. No dia 27 de Maio, participa, no Funchal, na «Semana de Pessoa» (26 de Maio/2 de Junho) organizada pelo Cine-Forum do Funchal, na "Conversa/Recital/Orpheu/Pessoa». No dia 28 de Junho, participa na «Alocução e Leitura de poesia» durante o Serão Cultural «A Poesia e o Traje» promovida pelo Círculo Eça de Queiroz, na palestra de António Manuel Couto Viana. Em Julho, integra a organização do «XX Festival de Sintra», juntamente com Luís E. de Oliveira dos Santos Ferro, Ruy de Carvalho, Rui Vilar, João de Freitas Branco e Olga Cadaval, entre outros. Em Agosto, toma formalmente posse no Conservatório Nacional como Equiparada a Professor Adjunto em Comissão de Serviço além do Quadro, por decisão de António de Almeida Costa, Presidente da Comissão Instaladora do Instituto Politécnico de Lisboa. Em Setembro, de visita ao Canadá (PT/FAQ/AFC/01/0451/00075 / 1985.12.05, Lisboa, carta para o Secretário de Estado da Emigração sobre a sua estadia no Canadá e outros países da América), emreende diversas iniciativas: A 26 de Setembro, organiza «Uma noite de poesia portuguesa» em "La Maison de la Culture", Glendon College, York University, Toronto". A 27 de Setembro, inicia uma viagem oficial cultural (portadora de passaporte diplomático) a Washington, Nova Iorque, Newark, Providence, Newbedford e Nashville. Em Outubro, de visita os Estados Unidos da América (PT/FAQ/AFC/01/0451/00075 / 1985.12.05, Lisboa, carta para o Secretário de Estado da Emigração sobre a sua estadia no Canadá e outros países da América): A 5 de Outubro, realiza um recital para um grupo de portugueses em Washington. A 9 de Outubro, realiza um recital na Universidade de Wanderbelt, Nashville. A 18 de Outubro, realiza o sarau «Pessoa e Orpheu na Poesia Portuguesa» na Universidade de Toronto, organizado pelo Departamento de Português e Espanhol. A 21 de Outubro, realiza um recital na Universidade de Massachussets, North Dartmonth. A 22 de Outubro, realiza um recital no Centro «American Portuguese Society», em Nova Iorque. A 25 e a 26 de Outubro, no âmbito do «VI Colóquio "The Contemporary Novel in the Portuguese Speaking World"» patrocinado pelo Centro de Estudos Portugueses Jorge de Sena, declamou na Universidade da Califórnia, Santa Barbara, poemas de autores portugueses ilustrando as comunicações de, entre muitos outros, Maria de Lurdes Belchior, Eduardo Lourenço, Vergílio Ferreira, Agustina Bessa-Luís, Isabel da Nóbrega. Sob a sua direcção artística, produção, texto e voz, realiza-se o espectáculo de «Luz e Som em Sintra: Alguma História, Alguma Lenda» realizado por Orlando Worm, com vozes também de Eunice Muñoz, Glória de Matos, Maria Amélia Matta, Maria José Pascoal, Rui de Carvalho, Jacinto Ramos, Victor de Sousa, Carlos Daniel, Luís Lucas, Guilherme Filipe, Paulo Lages, Luís Pavão, Fernando Azevedo e João da Costa Campos; A "Oração de Fernando Pessoa" é musicada e interpretada por José Campos e Sousa. 1986 Em Junho, durante a sua festa de despedida do Conservatório Nacional, realizada no Teatro da Trindade, diz poesia acompanhada à guitarra, na presença de, entre muitos outros, Maria Fernanda Mella, António Quadros, Natália Correia, Jorge Listopad, Adelino e Elina da Palma Carlos, Cristina Lino Pimentel, Glória de Mattos, Maria Barroso, Eunice Muñoz, Glicínia Quartim e alunos como Leonor Poeira, Pedro Pinheiro, Ana Paula, João Mota, António Tânger Correia e Manuel Cavaco. Em Agosto e Setembro, produz e escreve o texto de base do espectáculo de Luz e Som – son et lumiére – light and sound «Alguma História, Alguma Lenda» no Palácio Nacional de Sintra: Realização de Orlando Worm; Instalação sonora de Fernando Rodrigues e Carlos Moniz; Vozes suas e também de Eunice Muñoz, Glória de Matos, Maria Amélia Matta, Maria José Pascoal, Rui de Carvalho, Jacinto Ramos, Victor de Sousa, Carlos Daniel, Luís Lucas, Guilherme Filipe, Paulo Lages, Luís Pavão, Fernando Azevedo e João da Costa Campos; "Oração de F. Pessoa, musicada e interpretada por José Campos e Sousa; outras músicas compostas por Pedro Caldeira Cabral e cantadas por Isabel Biu e Orlando Worm. Este tipo de espectáculos havia sido inaugurado em 1952 por Pierre Robert Houdain. 1987 Em Janeiro, colabora nas Comemorações dos 150 Anos do Conservatório Nacional fundado por Almeida Garrett, assim como José-Augusto França, Eurico Lisboa, Luís Francisco Rebelo, Victor Pavão dos Santos, Madalena Perdigão, Jorge Listopad, Dulce Fanha, Mário Barradas, José Valentim de Lemos, Glória de Matos, Maria João Serrão e Afonso Botelho. No dia 5 de Fevereiro, durante o almoço de despedida dos órgãos sociais (1984/1986) do Colégio Militar, no restaurante da Cooperativa Militar, declama "O Tambor" de Júlio Dantas. No mesmo dia, ndurante a Assembleia-geral, Germana Tânger é nomeada sócia de Mérito (sócia n.º 2296) e, além de ter sido consagrada pelas suas qualidades morais e intelectuais, fica dispensada do pagamento de quotas Em Julho, é convidada pelo Centro de Recreio Popular e Cultura Musical de D. Maria, pela Sociedade Filarmónica Boa União Montelavarense e pela União Desportiva e Recreativa Sabuguense a estar presente e a integrar a Comissão de Honra do 2.º Cortejo Histórico a realizar em Sintra no dia 5 de Julho de 1987. Em Agosto, escreve um trabalho sobre «Dicção e Algumas considerações sobre comunicação (expressão oral)» Para antigos alunos aproveitarem em eventuais cursos sobre o meu método. De Agosto a Outubro, colige com Vítor Serrão os textos de base e encarrega-se da direcção artística do Espectáculo de Luz e Som – son et lumiére – light and sound, «Alguma Lenda, Alguma História», realizado no Palácio Nacional de Sintra, realização de Orlando Worm. 1988 Em Abril, realiza no Centro de Formação da RTP, um curso de dicção para futuros locutores. No mesmo mês, é eleita membro do "Conselho Supremo" da SHIP. Em Maio escreve o relatório para o «Curso para jornalistas locutores da televisão» por si concebido. Em Junho, por ocasião do Ano Mariano e no Fecho do Congresso Nacional de Leigos, durante a Peregrinação Nacional ao Santuário de Fátima, faz as leituras para 4.000 pessoas, no recinto do Santuário, no alto das escadas. No mesmo mês, no Café Martinho da Arcada, a «Organização da Associação Pessoana dos Amigos do Martinho da Arcádia (APAMA)» de que era sócia, organiza «Conversa com Germana Tânger e leitura de poemas». No dia 30 de Junho de 1988, a convite do Instituto de Sintra participa na 1.ª sessão do ciclo literário "Poetas da Serra e do Mar", consagrada a Sebastião da Gama. Em Setembro, escreve o roteiro para «Noites de Queluz – Les Nuits de Queluz – The Nights of Queluz». Em Outubro, organiza de novo o Espectáculo de Luz e Som – son et lumiére – light and sound «Alguma História, Alguma Lenda» no Palácio Nacional de Sintra. 1990 No dia 30 de Novembro, participa no Salão de Coleccionismo dos 350 Anos da Restauração da Independência de Portugal, no Palácio Foz. No dia 19 de Dezembro, na «Casa Veva de Lima», realiza uma récita de poesia de Natal. 1991 Entre 29 de Outubro e 3 de Novembro, participa numa excursão "Viagem à Europália" (Festival) Lisboa-Bruxelas-Antuérpia-Bruges-Gand-Bruxelas-Lisboa. Em Março, enquanto jurada do Concurso "A Restauração" promovido pela SHIP, avalia os trabalhos na área da poesia, prémios entregues a 24 de Maio. 1992 Em 1992, integra o júri dos Jogos Florais «Sintra Património Mundial». 1993 Em Maio, viaja para a Dinamarca; visita Copenhaga, Oslo onde é recebida com todas as honras pelo Embaixador de Portugal em Copenhaga, e pela Senhora D. Maria José Lencastre da Veiga. Nesse país, uma das suas, no dia 19 de Maio, é traduzida para dinamarquês. Em Novembro, durante a comemoração do Centenário da publicação de "Campo de Flores" na Faculdade de Ciências de Lisboa lê uma carta inédita de José Viana da Mota escrita em 1893. No âmbito do centenário do nascimento de Almada Negreiros, adapta para teatro o romance «Nome de Guerra: Judite» para co-produção do «Atelier de Teatro» e da Câmara Municipal de Lisboa que a seu pedido disponibiliza o Teatro S. Luís. A peça estreia a 15 de Abril de 1993: adaptação, direcção artística e encenação de sua autoria; representação por João Grosso, Lucinda Loureiro, Carlos Daniel, João Lagarto e outros 23 artistas; os cenários e figurinos são de Inês Guerreiro. 1994 No dia 23 de Março, lê poemas na «Casa Veva de Lima» na sessão dedicada ao "Sublime na Pintura, na Poesia e na Música", com participação da pianista Nella Maissa e do crítico literário Rui Mário Gonçalves. Em Setembro, embarca no cruzeiro «XIX Festival de Teatro no Mar», a bordo do Mermoz onde priva com gente do teatro e assiste a diversas peças de teatro e outras actividades relacionadas. Em Dezembro, por ocasião da inauguração da «Exposição Internacional de Presépios» realizada no âmbito do ano Internacional da Família, na Sociedade de Geografia de Lisboa, a convite da Associação Portuguesa de Presepistas e da Fundação Maria Ulrich, interpreta uma poesia de Natal acompanhada à guitarra por José Campos e Sousa. A 19 de Dezembro, despede-se de uma das suas maiores amigas, a poetisa Fernanda de Castro, com quem priva e a quem apoia até ao fim da vida. 1995 Em Julho, participa no «Encontro de Poesia Africana» promovido pela Associação «O Regresso das Caravelas» realizado no auditório da Universidade Católica Portuguesa. Em Setembro, embarca de novo no cruzeiro «XX Festival de Teatro no Mar», a bordo do Mermoz. 1996 Em Janeiro, na cerimónia de Abertura das «Comemorações dos Cem Anos da Morte de João de Deus» promovidas pela Associação de Jardins Escolas João de Deus no Museu João de Deus, faz a leitura de «Palavras de António Correia de Oliveira sobre 'João de Deus e o Algarve'»; interpreta poesias de João de Deus, com Carlos César, João Grosso, Rosa Lobato Faria, Henrique Canto e Castro, Maria de Lurdes Norberto e Rui de Carvalho, referidos como os artistas mais destacados na Arte de Dizer em Portugal. Em Agosto, visita o Porto e embarca num cruzeiro pelo rio Douro. 1997 Em Janeiro, participa com Vítor de Sousa num recital de poesia acompanhado por José Campos e Sousa, na Jornada Comemorativa das bodas de ouro literárias do seu grande amigo «António Manuel Couto Viana – Poeta, Escritor, Homem de Teatro» realizada na «Casa da Cultura Jaime Lobo da Silva», na Ericeira. Em Julho, participa pela primeira vez no «Recital de Poesia» realizado no Clube da Quinta Patino «Às Sextas na Quinta». Em Setembro, organiza um «Recital de Poesia» no âmbito da inauguração do busto de Eunice Muñoz, por Joaquim Correia. Inicia uma viagem a Paris, França. 1998 Recebe uma escultura de prata / Homenagem da Câmara Municipal de Almada "Longe das certezas certas" entregue a Maria Germana Tânger pelo Festival de Teatro de Almada, assinada por Maria Emília de Sousa, presidente da Câmara. Em Março, diz poemas de Fernanda de Castro, Natália Correia, Cecília Meireles, Sophia de Mello Breyner, na Sala dos Espelhos do Palácio Foz. Em Maio, também no Palácio Foz, participa no «Recital de Poesia sobre Goa», no âmbito do Ciclo "Vianna da Motta". Em Julho, participa de novo no «Recital de Poesia» realizado no Clube da Quinta Patino «Às Sextas na Quinta». No mesmo mês, apoia com João Grosso a iniciativa de 'Música, Dança e Poesia do Século VII – Divertissement» em Castelo Branco. Em Agosto, participa nos «Encontros de Cultura, Arte e Espectáculo» realizados na Província Autónoma de Trento «Trentino Portogallo – Incontri di Cultura, Arte e Spettacolo», projecto apelidado de Projecto Trentino Portugal 1998-1999 cuja apresentação se realizou na Sala Grande do Castello del Buonconsiglio, em Trento. Em Novembro, dirige "Em Pessoa", iniciativa de José Campos e Sousa, com a participação de ambos e, ainda, de João Pires, António de Almeida Matos, Maria Helena Torrado e Mário Máximo, realizada no Teatro Bar do Teatro da Trindade. Ainda em Novembro, a convite de Alfredo Magalhães Ramalho, colabora juntamente com José Campos e Sousa e o flautista Shen Ribeiro na homenagem prestada à Fundadora da Casa Veva de Lima, Maria Ulrich, no décimo aniversário da sua morte. Em Dezembro, em Matosinhos, integra o júri do «9.º Festival de Canções de Natal», organizado pela Comissão de Pais do RAMPA CLUBE. 1999 Em Março, diz Poesias musicadas por José Campos e Sousa e cantadas pelo próprio e por Manuela Telles da Gama na Fragata D. Fernando II e Glória, na Doca do Espanhol em Alcântara, durante a inauguração da exposição de aguarelas de Carlos Solano de Almeida. Ainda no mesmo mês, participa num «Momento de Poesia» durante o «Concerto da Paz», iniciativa que tem por fim a angariação de fundos para a construção de uma Ludoteca do Hospital de Dona Estefânia, organizado pela Associação Internacional de Lions Clubs e apresentado por Margarida Mercês de Mello no Teatro Municipal de S. Luís. Em Abril, participa no projecto «Trentino Portugallo», em Trento. Em Abril, Cristina Lino Pimentel promove em sua casa um recital de poesia de Fernando Pessoa interpretada por Germana Tânger. No mesmo mês, durante uma viagem a Itália, visita Pádua, Assis, Veneza, Bolonha, e participa nos Encontros «Trentino Portogallo – Incontri di Cultura, Arte e Spettacolo». A 26 de Junho organiza um sarau de poesia e escreve Para a Junta de Freguesia de Venteira onde há uma Biblioteca José Régio o texto «Quem era José Régio», no âmbito da celebração do 11.º aniversário da referida Biblioteca. A 29 de Novembro, é homenageada por ocasião da sua «Despedida Artística (1959-1999)» promovida pelo Teatro da Trindade e pela Assírio e Alvim no Teatro da Trindade. Do programa constam Ruy de Carvalho, António Manuel Couto Viana e João Grosso. No dia 8 de Dezembro, colabora com João Bigotte Chorão na homenagem prestada pela Casa Veva de Lima a Fernanda de Castro, 99 anos depois do seu nascimento, na presença dos netos da poetisa. 2000 A 11 de Março, é agraciada com o Grau de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, pelo Presidente da República Jorge Sampaio. 2001 Em Novembro, lê poemas de Natércia Freire durante o lançamento de "Antologia Poética de Natércia Freire", apresentação de Ana Marques Gastão. 2004 Em resposta ao convite da «Assírio & Alvim», para fazer um 'Áudio-livro' com autores à sua escolha, grava poemas de Almada Negreiros, Mário de Sá-Carneiro e Fernando Pessoa. 2007 Em Março, em Lisboa, na Taverna do Embuçado em Alfama lê poemas n'«Uma noite com Pedro Homem de Mello». 2008 A 12 de Janeiro, morre com 99 anos uma das suas maiores amigas e colaboradoras, a pianista Maria Cristina Lino Pimentel, filha de Raul Lino e Alda Decken dos Santos, casada com Vasco Fernandes Thomaz de Sousa Pimentel. Nascida a 12 de Fevereiro de 1908. 2010 Em Janeiro, por ocasião do seu 90.º aniversário, é homenageada pelo Festival ao Largo, do Teatro Nacional São Carlos. A 14 de Maio, é agraciada pela Câmara Municipal de Lisboa com a Medalha Municipal de Mérito Grau Ouro, durante o mandato de António Costa. 2013 O Teatro Nacional D. Maria II assina o Dia Mundial da Poesia com a celebração da sua carreira e a inscrição do seu nome, numa placa junto ao Salão Nobre. 2016 Em Abril, em celebração dos seus 96 anos, lança o livro «Vidas numa Vida», através da editora Manufactura. Foi um dos últimos actos públicos em que participou. No final desta autobiografia, pode ler-se: Por último, assim resumo a minha vida", "tanta surpresa, tanta dedicação, tanto amor, tanta amizade, tanta desilusão, tanta força, tanta alegria, tanta esperança, tanta rebeldia, tanto desgosto, tanta saudade. 2018 No dia 22 de Janeiro, o seu querido amigo, aluno e colaborador, João Grosso, que diariamente a visita ao fim do dia, vê-a partir deste mundo, com 98 anos de idade. O seu filho António, então Embaixador no Qatar, encontra-se ausente. O corpo de Maria Germana Dias Tânger Correia descansa, desde então, em Queluz, como o de seu marido. António Tânger Correia faz a doação do seu espólio à Fundação António Quadros, cumprindo a vontade de sua mãe.
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