TURISMO, FONTE DE RIQUEZA E DE POESIA
A figura de António Ferro permanecerá uma referência irrefutável no paradigma cultural português do século XX. Contudo, a importância das suas decisões no sector turístico tende a ser injustamente esquecida, apesar das diversas resoluções que protagonizou terem influenciado para sempre uma das mais importantes indústrias nacionais. Quase um século passado, as narrativas turísticas continuam a indicar a Aldeia Mais Portuguesa de Portugal (1938), assim como o espaço criado por ocasião da Exposição do Mundo Português e as pousadas de turismo (1940). Recorde-se que em 1940 o turismo passou a ser responsabilidade do Secretariado da Propaganda Nacional (SPN) e, posteriormente, do Secretariado Nacional de Informação, Cultura Popular e Turismo (SNI), a cujas direcções Ferro presidiu. Em 1949, o SNI edita alguns discursos do seu director sob o título Turismo, fonte de riqueza e de poesia, onde terá sido um dos primeiros a expor objectivamente a urgência de aperfeiçoar os serviços turísticos, bem como a falta de alicerces essenciais ao desenvolvimento da indústria, cuja fama deveria atrair visitantes estrangeiros. Para o escritor e jornalista, o turismo é a grande indústria dos sonhos, geradora de receitas e prática unificadora das diversidades da nação. António Ferro sonhou um turismo, em que as experiências proporcionadas fossem mais bela[s] do que o sonho de cada noite. Cândida Cadavez
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