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Fundação António Quadros
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Poemas
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Se tudo quanto existe
Sei enfim o que aconteceu
Solidão
Um grande amor
Uma tardia, triste Primavera
Urgente

Até que um dia…

Meus versos eram rosas, lírios, heras,
borboletas, regatos, cotovias
cantando suas doces melodias,
anjos, sereias, ninfas e quimeras.

Meus versos eram pombas entre as feras
e, na festa das horas e dos dias,
ia dançando penas e alegrias
e o ano tinha quatro primaveras.

E a festa continua… é também festa
o cardo e a urze, o tojo, a murta, a giesta,
a chuva no beiral, o vento Norte,

o gosto a mar, a lágrima, o sal,
até que um dia a vida, a bem ou mal,
exausta de cantar me empreste à morte.

Fernanda de Castro, in «Ronda da Horas Lentas», 1989