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Newsletter N.º 220 / 14 de Março de 2025 |
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Direcção Mafalda Ferro Edição Fundação António Quadros |
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ÍNDICE
01 — Os Fundadores e outros Primeiros Sócios da Sociedade Portuguesa de Autores, 100 anos depois da sua instituição. Pesquisa em curso por Mafalda Ferro.
02 — Descerramento da placa toponímica do Largo Joana Luísa da Gama, por Lourenço de Morais.
03 — Ricardo Belo de Morais: Continuação de estudos e divulgação das obras pessoanas, por Mafalda Ferro.
04 — Actividades externas. Divulgação.
05 — Livraria António Quadros - Obra em Promoção até 14 de Abril de 2024 (celebrando os 130 anos de nascimento de António Ferro): António Ferro: Ficção.
EDITORIAL,
por Mafalda Ferro.
Durante o presente ano, 2025, a Fundação presta homenagem a António Ferro, 130 anos depois do seu nascimento, através de inúmeras iniciativas.
Em celebração do Dia da Mulher, exaltamos Grandes Mulheres portuguesas casadas com Grandes Homens, escritores consagrados. Mulheres que, sem se anularem nem descaracterizarem, tiveram/têm uma vida intelectual e que, depois de enviuvarem, deram/dão voz à obra literária de seus maridos. E, porque Fernando Pessoa não contraiu matrimónio, acrescentamos o nome da sua sobrinha. Salientamos:
Ana Plácido (1831 / 1895), mulher de Camilo Castelo Branco (1825 / 1890);
Fernanda de Castro (1900 / 1994), mulher de António Ferro (1895 / 1956);
Mécia de Sena (1920 / 2020), mulher de Jorge de Sena (1919 / 1978);
Joana Luísa da Gama (1923 / 2014), mulher de Sebastião da Gama (1924 / 1952);
Manuela Nogueira (1925 / - ), sobrinha de Fernando Pessoa (1888 / 1935);
Maria Antónia Vitorino (1939 / - ), mulher de António Telmo (1927 / 2010);
Teresa Belo (1943 / 2018), mulher de Ruy Belo (1933 / 1978);
Pilar Saramago (1950 / -), mulher de José Saramago (1922 / 2010).
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Ana Plácido, Fernanda de Castro, Mécia de Sena, Joana Luísa da Gama,
Manuela Nogueira, Maria Antónia Vitorino, Teresa Belo, Pilar Saramago
Apesar da grande admiração que sentimos por todas, o nosso destaque vai hoje para Joana Luísa da Gama, através das palavras de Lourenço de Morais, presidente da direcção da Associação Cultural Sebastião da Gama.
«Eça de Queiroz — romancista por excelência — 180 anos depois do seu nascimento».

Em Homenagem a Eça de Queiroz, 180 anos depois do seu nascimento, a Fundação António Quadros preparou uma exposição feita de elementos gráficos, artísticos, bibliográficos, iconográficos e documentais, concebida por Mafalda Ferro.
Ilustrando a obra intelectual do homenageado, estarão também patentes referências ao Círculo Eça de Queiroz, à estátua de Teixeira Lopes em Lisboa e às ilustrações de Bernardo Marques para algumas das personagens criadas pelo Autor.
A exposição será inaugurada no dia 20 de Março, às 16h e estará patente até 18 de Abril.
Entrada Livre.
Contamos consigo.
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01 — Os Fundadores e outros Primeiros Sócios da Sociedade Portuguesa de Autores, 100 anos depois.
Pesquisa em curso por Mafalda Ferro.
Daqui a um mês, completar-se-á o centenário da Sociedade Portuguesa de Autores (1925-2025), sociedade que é hoje imprescindível para todos os Autores e seus descendentes. Vamos então saber como nasceu.
Em 2005, há 20 anos, Vítor Wladimiro Ferreira (1934-2012), organizou uma exposição em homenagem aos fundadores da Sociedade Portuguesa de Autores (SPA), exposição muito completa, bem organizada e documentada, que tive o prazer de visitar na SPA, para assinalar o seu 80.º aniversário.
A exposição «SPA: OS FUNDADORES», documental, iconográfica e bibliográfica, esteve patente na sala Carlos Paredes da Sociedade Portuguesa de Autores, em Lisboa, dando a conhecer todos os fundadores, incluindo apenas elementos relacionados com quem a 22 de Maio de 1925, assinou a escritura pública e com outros sócios iniciais. Entre muitos outros, Fernanda de Castro (sócia n.º 20), António Ferro e Frederico de Freitas (sócio n.º 11) marcaram presença.
A Cooperativa designada «Sociedade de Escritores e Compositores Teatrais Portuguesas» (SECTP) foi constituída por escritura de 22 de Maio de 1925, publicada no «Diário do Governo» n.º 121, III série, de 27 de Maio de 1925.
No dia 25 de Maio de 1925 compareciam no escritório do Dr. Facco Viana, então notário em Lisboa, os escritores Dr. Júlio Dantas, Henrique Lopes de Mendonça, Félix Bermudes, André Brun, João Bastos, Ernesto Rodrigues, Mário Duarte e os compositores Alves Coelho, Carlos Calderon e Luz Júnior, que outorgariam a Escritura da constituição da Sociedade, ficando logo nomeados por três anos, pela mesma Escritura, os primeiros corpos gerentes:
Assembleia Geral: Henriques Lopes Mendonça (presidente), Eduardo Schwalbach (vice-presidente), André Brun (1.º secretário), Henrique Roldão (2.º secretário).
Direcção: Júlio Dantas (presidente), Féliz Bermudes (vice-presidente), Mário Duarte (secretário), Carlos Calderon (tesoureiro), Luz Júnior (vogal).
Conselho Fiscal: João Bastos (presidente), João Correia de Oliveira e Alves Coelho (vogais).
Gerente da Sociedade: Dr. Feliciano Santos.
em «Autores», Verão de 1958
Entendemos que foram estes os fundadores da SPA, cooperativa anónima de responsabilidade limitada, com sede na Praça dos Restauradores, n.º 13 (sede da Revista “De Teatro” de que Mário Duarte era director).
Nos seus Estatutos, revistos a 9 de Novembro de 1970, a Sociedade adoptou a denominação «Sociedade Portuguesa de Autores» que pode ser indicada abreviadamente, através das iniciais «S. P. A.» ou «SPA».
No III Capítulo dos Estatutos revistos em 1986, consta a abolição das classificações de «sócio-fundador», sendo por isso difícil confirmar a quem devemos estar gratos pela criação da SPA.
Os primeiros presidentes da SPA foram Júlio Dantas (1925-1928), Félix Bermudes (1928-1960), José Galhardo (1960-1967), Carlos Selvagem (1968-1973), Luís Francisco Rebello (1973-2003), Manuel Freire (2003-2007) e José Jorge Letria (2007-actualidade).
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Ainda no Site da SPA, está também publicada esta fotografia «dos fundadores», sem legenda. No entanto, como vimos, os fundadores foram apenas os que assinaram a escritura e ocuparam cargos em 1925.
O mistério resolveu-se quando, tendo encontrado a mesma fotografia no boletim «Autores», Verão de 1958, com a legenda «Uma das primeiras reuniões da SECTP», [sem data], concluímos que, nesta fotografia, constam além dos fundadores, muitos dos primeiros sócios.
Não tendo a SPA legendado esta fotografia de forma a dar a conhecer a real autoria e os primeiros sócios da Sociedade Portuguesa de Autores, vamos nós, então, em conjunto, tentar.
Assim sendo, solicito aos leitores da presente newsletter que nos ajudem a completar a legenda, substituindo os números por nomes, se os reconhecerem:
Atrás, de pé: 1 - 2 - 3 - 4 - 5 - 6 - 7 - 8
À frente, de pé: 9 - 10 - 11 - 12 - 13 - 14
Sentados: 15 - 16 - 17 - 18
Dada a crescente actividade e importância da SPA, gostaríamos de, cem anos depois, conhecer o nome dos seus primeiros fundadores e sócios, juntando o nome à cara de cada um.
A Fundação preserva uma carta de José Alvellos para Fernanda de Castro, enviada a 10 de Janeiro de 1961, sobre a sua admissão à categoria de Sócia de Honra da SPA. [FAQ-01-0361.00001] e ainda outros elementos comprovativos de que Fernanda de Castro integrava o grupo de primeiros sócios da Cooperativa.
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02 — Descerramento da placa toponímica do Largo Joana Luísa da Gama,
por Lourenço de Morais.
No passado dia 28 de Fevereiro, foi descerrada a placa toponímica que baptizou um Largo de Azeitão com o nome de Joana Luísa da Gama. A cerimónia contou com a presença da Sr.ª Presidente da Junta de Freguesia de Azeitão, do Sr. Presidente da Câmara Municipal de Setúbal e do Presidente da Direcção da Associação Cultural Sebastião da Gama.
O dia era de chuva, mas de festa. No céu, claro, e naquele rebaptizado largo adornado com amores-perfeitos para a ocasião.
O evento festivo foi o culminar de um processo que se iniciou no dia 13 de Dezembro de 2023, quando a Associação Cultural Sebastião da Gama requereu, nos termos do Regulamento Municipal de Toponímia e Numeração de Polícia do Município de Setúbal, a atribuição do topónimo “Largo Joana Luísa da Gama” ao arruamento público que é nascente e afluente da Rua Poeta Sebastião da Gama, situado entre a Rua Dr. Francisco Gonçalves de Oliveira e a Rua da Sociedade Filarmónica Perpétua Azeitonense.
O requerimento de atribuição do topónimo apresentado pela Associação Cultural Sebastião da Gama era adornado pelo poema “Madrigal” de Sebastião da Gama, pretendendo sublinhar o mistério que subjaz ao poema, logo manifestado no seu primeiro verso: “Era uma vez uma Flor. Nasceu à beira de uma Poeta…”.
Esta Flor que o poema refere é uma flor do Poeta. É a metáfora do que para ele era um bem precioso: uma flor. Uma flor é sempre uma dádiva dos céus. E o poeta olha para ela, observa o Mistério, e compreende que ela nasceu para ele. Foi feita para ele. É o momento mágico em que se dá o seu encontro com o Ideal. Este é um dos mistérios da vida e que a vida lhe deu. E se tivermos isto presente, é mais fácil compreendermos as palavras de Sebastião da Gama, quando escreveu em «Encarcerar a Asa»: “há tanta coisa boa que a vida dá e me dá”; ou no poema “A companheira”: “Não te pedi, não te busquei, vieste! E desde que nasci houve mil coisas que a meus olhos se deram com igual simplicidade: o Sol, a manhã de hoje, essa flor que é tão grácil que a não quero (…)”.
 
É por isso que este Largo só faz sentido no lugar em que se encontra – junto à Rua Poeta Sebastião da Gama.
Agora, o nome de Joana Luísa está, literalmente, em Praça Pública. E ainda bem. É uma homenagem muito justa e merecida a uma mulher cuja presença discreta e silenciosa, mas não menos firme e assertiva, marcou a vida e definiu o que foi o legado do nosso poeta Sebastião da Gama.
Joana Luísa foi mulher de Sebastião da Gama: a sua companheira de vida, a sua confidente e a guardiã da sua memória e obra.
Ela foi, verdadeiramente, aquela que tudo justificou. Se o amor que os uniu transparece na correspondência e na poesia de Sebastião; além desse amor e por causa dele, Joana Luísa assumiu um papel fundamental na preservação e divulgação do legado do poeta, garantindo que as suas palavras continuassem a ecoar no tempo e a inspirar as gerações futuras, tarefa que nos cabe agora a nós. “Nunca o amor foi breve quando deu fruto” escreveu Sebastião da Gama. Que não restem dúvidas sobre isso.
Ao dar o nome de Joana Luísa da Gama a um espaço público, procurámos chamar a atenção para a importância de Joana Luísa na vida de Sebastião da Gama, mas também para o lugar da Mulher que, com tremenda dedicação e – não duvido, tantas vezes o coração espartilhado e em lágrimas – manteve viva a chama da poesia e do pensamento do seu marido.
No final da cerimónia, a Junta de Freguesia de Azeitão e a Câmara Municipal de Setúbal prepararam uma surpresa para a Associação Cultural Sebastião da Gama e descerraram uma placa que passará a estar no Largo Joana Luísa da Gama, contendo o poema “Madrigal” de Sebastião da Gama. |
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03 — Ricardo Belo de Morais: Continuação de estudos e divulgação das obras pessoanas,
por Mafalda Ferro.
No passado dia 6, Ricardo Belo de Morais proporcionou aos visitantes da Casa Fernando Pessoa, em Lisboa, uma importante sessão intitulada «Biblioteca Aberta - Biografias Pessoanas».
Em análise, estiveram obras de autores como Manuela Nogueira, Richard Zenith (Prémio António Quadros 2023), João Pedro George e António Quadros.
  
Em 2024, a editora francesa «Dargaud» publicou "L'INTRANQUILLE MONSIEUR PESSOA", livro de banda desenhada do autor francês Nicolas Barral, inspirado na vida de Fernando Pessoa.
A obra, publicada em França, e em Inglaterra (apenas em versão digital), à venda em francês nas livrarias portuguesas desde 2024, é candidata aos prémios do Festival de Banda Desenhada de Angoulême, que decorrerá em Janeiro e Fevereiro deste ano.
Ricardo Belo de Morais tem agora em mãos a importante tarefa de a traduzir para português, tradução que, brevemente, será publicada em Portugal.
Como referido por Vicente Ferro, neto de António Ferro: «É muito giro ter um avô que aparece numa banda desenhada». SUBSCREVO.
  
  
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04 — Actividades externas.
Divulgação.
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05 — Livraria António Quadros
Obra em Promoção até 14 de Abril de 2025
(celebrando os 130 anos de nascimento de António Ferro)
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Autoria: António Ferro [1895-1956]
Título: Ficção (obra completa).
Texto introdutório: Luís Leal.
Prefácio: Hugo Xavier.
Edição — Lisboa: E-Primatur, 2021.
Apoio: Fundação António Quadros.
PVP: 19€ (portes incluídos) |
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