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Newsletter Nº 202 / 14 de Outubro de 2023
Direcção Mafalda Ferro Edição Fundação António Quadros

ÍNDICE

01 — Manuel Tânger Corrêa [1913/1975]: Família, Amigos, Teatro, Rádio, Televisão, Obra literária, Itinerância, por Mafalda Ferro.

02 — António Patrício (poeta trágico) de Manuel Tânger Corrêa, por José Almeida.

03 — «Fernanda de Castro e Ofélia Marques, figurações e auto-representações na construção de uma obra conjunta», conferência por Francisco Almeida Dias.

04 — Colóquio Internacional «120 anos do nascimento de Ana de Gonta Colaço». Divulgação.

05 — Rio Maior presta homenagem a Eugénia Lima: XX GALA. Divulgação.

06 — Eugénia Lima (nota biográfica), por Mafalda Ferro.

07 — Notícias e Convites. Divulgação.

08 — Programação prevista para as restantes Newsletters de 2023 (Novembro e Dezembro). Informação.

09 — Livraria, obra em promoção: Mallarmé e Fernando Pessoa perante «O Corvo» de Edgar Allan Poe (esboço de literatura comparada), de Manuel Tânger Corrêa. 


EDITORIAL,
por Mafalda Ferro.

Temos muito interesse em saber o que vai ser dito.
Escolha o dia, a hora, o local, o painel de participantes ou, como nós, escolha todos.
Junte-se a nós.
E... ajude-nos a divulgar. Obrigada
.



Memória da inauguração da Exposição «Natália Correia e António Quadros, Amigos e Intelectuais, Juntos na chegada, Juntos na partida» onde tive o prazer de conhecer a Joana Botelho, neta de Fernanda Botelho, escritora e amiga dos dois homenageados. A exposição está patente até ao dia 18 de Outubro na Escola Secundária de Rio Maior. 

 
01 — Manuel Tânger Corrêa [1913 / 1975]  Família, Amigos, Teatro, Rádio, Televisão, Obra literária, Itinerância, por Mafalda Ferro

 


A Fundação António Quadros presta, hoje, homenagem a Manuel Tânger Corrêa (MTC), nascido há 110 anos em Santa Cruz das Flores, Açores (24 de Outubro de 1913).


Filho de António da Cunha Corrêa e de Zélia Tânger Corrêa, ambos naturais da Horta, Faial, MTC foi casado, desde 1948, com Maria Germana Dias da Silva Moreira (Maria Germana Tânger). Teve um único filho, António Manuel Moreira Tânger Corrêa (1952), que, depois da morte de sua mãe, entregou à Fundação António Quadros os espólios documentais e bibliográficos de seus pais.


Manuel Tânger Corrêa

Depois de terminada a escola primária, frequentou a escola primária nos Açores e o ensino secundário no Liceu Passos Manuel, em Lisboa. Frequentou a Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa mas optou pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e aí se formou em Filologia Românica. Na Faculdade, criou o 1.º grupo de teatro experimental universitário português que intitulou «Grupo de Teatro Moderno», assumindo-se como principal intérprete em peças de autores consagrados como Raul Brandão, Miguel Torga, José Régio ou Garcia Lorca. Entusiastas desde o início, seguem-no os seus colegas Abel Flórido, Joaquim Serra, António Almodôvar, Madalena Núncio de Carvalho, Fernando Alves Soromenho, Luís de Sousa Rebelo, Rogério Boa-Alma, Dulce Rebelo e Artur Nobre de Gusmão. Os cenários são de Guilherme Filipe e António Dacosta. A presidência, a seu convite, foi assumida por Delfim Santos a quem se viria a referir como figura que desde a primeira hora incerta foi como que o nosso pai espiritual e advogado devotado, o nosso animador.

Em 1946, terminou o curso com 15 valores, destacando-se especialmente em Latim, Francês, Literatura Portuguesa, Filologia Portuguesa. À tese que apresentou, chamou «António Patrício, Poeta Trágico». Apesar de ter terminado o curso, não conseguiu afastar-se do Grupo de Teatro Moderno que continuou a dirigir, organizando, representando, seleccionando peças tendo, inclusive, levado à cena nos Açores, em absoluta estreia, «Yerma», peça em 3 actos e 6 quadros de Frederico Garcia Lorca, traduzida por Cecília Meireles e na qual integra o elenco juntamente com Maria Germana Dias Moreira, sua futura mulher. O Teatro, além de ser a sua grande paixão,  era também uma forma de continuar a divulgar e a conviver com a Língua e a Literatura Portuguesas em todas as suas vertentes.


Enquanto estudante e já formado, em solteiro ou já casado, trabalha até 1955 como conferencista, ensaísta, crítico literário, explicador de português e literatura portuguesa, jornalista, actor, encenador, professor do liceu e do ensino superior.


Em 1955, inicia funções como Leitor de Português na Faculdade de Letras da Universidade Católica de Poitiers e, em 1956, no Instituto Católico de Paris
, Faculdade de Letras. Nesse ano, em Paris, escreve “Mallarmé e Fernando Pessoa através do ‘Corvo’ de Edgar Allan Poe” cujo original assina MT/MG, mas que viria a publicar e a assinar (justamente) apenas com o seu nome no Rio de Janeiro, em 1968.

Regressado a Portugal, nos primórdios da Televisão em Portugal (1956), é convidado para assumir a primeira direcção de programas da RTP, funções em que – conforme salientou o matutino O Século - a despeito do interesse e carinhoso apoio que dispensou ao Teatro e aos artistas, não deixou de sofrer – pelo seu espírito independente, contrariedades e perseguições que o abalaram profundamente.

Continua a colaborar com a Radiodiffusion Télévision Française e, também, a dirigir os programas da RTP, dedicando-se de novo ao seu amor Maior: o Teatro, adaptando pequenas peças para emissão na RTP. Em 1959, foi promovido a «Chefe da Secção de Informação e Arquivo / Radiodifusão».

A partir de 1960, passou também a leccionar em Lisboa no Liceu Camões (secção de Alvalade), «Francês», «Ciências Geográfico-Naturais» e «Língua e História Pátria». A Revista «Ocidente» publicou António Patrício (poeta trágico). Ensaio, de sua autoria.


Consultor Literário da revista técnica «Electricidade», desde a sua fundação e, posteriormente, sócio honorário, publicou, no n.º 13, Janeiro/Março de 1960, p. 44, da revista, o seu texto «Evolução da Ciência».


MTC, sofreu sempre com graves problemas de saúde e, em 1962,  foi internado no Hospital de Santa Maria e, no ano seguinte, no Caramulo (Estância Senatorial do Caramulo) com tuberculose pulmonar sendo obrigado a ausentar-se da RTP até 1964 ano em que foi considerado completamente curado e recebeu alta. Entretanto, a RTP tinha extinguido o cargo que ocupava. Voltou ao trabalho, continuando a aguardar uma decisão por parte da RTP sobre a sua situação profissional. Sempre sem resposta, candidatou-se ao cargo de Director-geral da RTP, recentemente vago, mas, em vez disso, é convidado (provisoriamente) a organizar um serviço Literário e Artístico, função que não lhe desagradou.


A convite de José Solari Allegro, passou também a dirigir um programa semanal (domingos) da Emissora Nacional intitulado «Música e Poesia» no âmbito do qual viria a assinar e a apresentar um «Curso de Literatura Portuguesa» que assim dividiu: «Do Século XII ao Século XVII»; «Século XVIII»; «Século XIX | Romantismo e Ultra-Romantismo»; «Século XIX | Realistas e Parnasianos»; «Século XIX | Simbolismo»; «Século XIX | Saudosismo»; «Século XIX | Outros Poetas de Inspiração Nacional»; «Século XIX | Orfeu [Orpheu]».


Em 1965,
escreveu os primeiros 24 guiões (1/24) para os programas que viria a apresentar na Emissora Nacional entre 21 de Julho e 29 de Dezembro de 1965, com interpretações alternadas de Carmen Dolores, Lurdes Norberto, Manuel Lerena, Maria Germana Tânger, Pedro Pinheiro, Maria Júlia, Carmo Lopes, Norberto Barroca, Maria Armanda, Costa Guerra, Laura Soveral, Ana de Sá, Leonor Poeira, Maria do Carmo Ribeiro, Fernando Franco, Jorge Vale e José de Raimond sobre (por esta ordem): «O Século XVIII – Os pré-românticos»; «Bocage – Aspectos de uma psico-estética»; «O Século XVII – A Poesia como mero entretenimento»; «António Patrício – Aspectos de uma psico-estética»; «O Século XV – O 'Cancioneiro-Geral' de Garcia de Resende»; «Cesário Verde – O poeta da naturalidade»; «Do Século XII ao Século XIV – domínio literário do galego-português em toda a península»; «Camilo Pessanha – Aspectos de uma psico-estética»; «Século XVI – O apogeu da literatura portuguesa»; «António Nobre – Aspectos de uma psico-estética»; «O Século XIX – Primeiro Período: O Romantismo»; «Camões Lírico»; «O Romantismo Português»; «Mário de Sá-Carneiro – Aspectos de uma psico-estética»; «António Feliciano de Castilho – Mestre do Ultra-Romantismo»; «O Ultra-Romantismo – Soares de Passos e João de Lemos»; «O Século XIX – Segundo Período – O Realismo»; «Antero de Quental – Aspectos de uma psico-estética»; «O Ultra-Romantismo – Maria Browne, Mendes Leal e Alexandre Braga»; «Gil Vicente – precursor do teatro europeu moderno»; «Nossa Senhora na Poesia Portuguesa»; «Olavo Bilac – O mais lusitano dos poetas brasileiros»; «O Ultra-Romantismo – Luís Augusto Palmeirim, Gomes de Amorim e Pereira da Cunha»; «O Parnasianismo – João Penha e Gonçalves Crespo».

Em Agosto de 1966, teve uma recaída e foi de novo internado no Caramulo.
Escreveu mais 50 guiões (25/64) para programas radiofónicos de sua autoria, «Música e Poesia», cuja apresentação retomou na Emissora Nacional a partir de 1 de Maio até 5 de Outubro, com interpretações alternadas de Carmen Dolores, Manuel Lereno, Álvaro Benamor, Manuel Lescano, António Carlos, José de Raimond, Hermínia Tojal, Carlos Santos, Maria Ribeiro Cruz, Norberto Barroca, Maria Germana Tânger, Costa Guerra, Maria Armanda, Catarina Avelar, Pedro Pinheiro, Laura Soveral; realização também alternada por Eduardo Street, Jorge Santos, Castela Esteves, Telles Gomes, João Alves, Gomes Serra; e assistência técnica de Leonel da Silva, Aníbal, Daniel Sanches ou Neves Feijó. Temas: «O Ultra-Romantismo – José Simões Dias, Bulhão Pato e Tomás Ribeiro»; «Realistas e Parnasianos – Manuel Duarte de Almeida, António Feijó e Gomes Leal»; «Guerra Junqueiro – Precursor do nacionalismo saudosista»; «Parnasianos – Fernando Caldeira, António de Azevedo Castelo Branco, Luís Osório e Hamilton de Araújo»; «A 'Mensagem' de Fernando Pessoa», «João de Deus – O maior poeta do Amor; «António Fogaça – o poeta d'’As orações do Amor’»; «João Lúcio – um poeta verdadeiramente impressionista»; «José Duro – o poeta que cantou a dor»; «António Sardinha – o poeta da 'Epopeia da Planície' alentejana»; «Guilherme de Faria – Um poeta saudoso de si mesmo»; «Roberto de Mesquita – um poeta simbolista na solidão insular»; Carlos Queiroz – um poeta convergente»; «Augusto Gil – um poeta que o povo adoptou»; «Tomás António Gonzaga – O poeta da Marília de Dirceu»; «Sebastião da Gama – o poeta da alegria de viver»; «Filinto Elísio – O poeta exilado que nunca esqueceu a pátria»; «Alberto Osório de Castro – o poeta do Mundo Português»; «Nicolau Tolentino – O grande humorista do Século XVIII»; «Sá de Miranda – O reformador da Poesia Portuguesa»; «Afonso Duarte – Aspectos de uma psico-estética»; «Cândido Guerreiro – Aspectos de uma psico-estética»; «Camões épico – Os Lusíadas»; «João de Barros – Aspectos de uma psico-estética»; «Mário Beirão – Aspectos de uma psico-estética»; «António Ferreira – O grande trágico do Século XVI»; «Fausto Guedes Teixeira – Aspectos de uma psico-estética»; «Gil Vicente – Um grande poeta lírico»; «António Correia de Oliveira – Aspectos de uma psico-estética»; «Frei Agostinho da Cruz»; «Afonso Lopes Vieira»; «D. Francisco Manuel de Melo»; «Teixeira de Pascoaes»; «Francisco Rodrigues Lobo»; «Florbela»; «Curvo Semedo»; «O Orfeu»; «Fernando Pessoa / Ricardo Reis e Alberto Caeiro»; «Fernando Pessoa / Álvaro de Campos»; realizado por Jorge Alves.

No final de 1966, foi nomeado pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros, Dr. Franco Nogueira, para o cargo de Adjunto do Conselheiro Cultural ou Adido Cultural na Embaixada de Portugal no Rio de Janeiro. No âmbito das suas funções, dedicou-se também, como de costume, a promover entusiasticamente a literatura portuguesa. No âmbito dessa nomeação,
foi homenageado pelo Cenáculo «Tábula Rasa» na presença de muitos dos seus amigos dos quais se destaca Raul Lino, Ivo Cruz, Natércia Freire, Germana Tânger, Augusto de Castro, Luís de Oliveira Guimarães, Adolfo Simões Müller, Oliva Guerra e de muitas outras personalidades ligadas às Artes e às Letras.

No Brasil, foi convidado a integrar a Associação Brasileira de Educação e, por sua iniciativa, foram atribuídas 120 bolsas de estudo para que estudantes brasileiros pudessem viajar para Portugal.

Em 1967,  a convite da Universidade de Petrópolis, com autorização da Embaixada de Portugal, passou a leccionar a cadeira de Literatura Portuguesa na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras na Universidade Católica de Petrópolis, mi
nistrando o Curso de Literatura Portuguesa Contemporânea, de sua autoria, «Do 'Orfeu' aos nossos dias» aos estudantes portugueses no Brasil. Configurou o curso apoiando-se no trabalho anteriormente efectuado para os 64 programas radiofónicos de sua autoria, «Música e Poesia», que apresentara semanalmente na Emissora Nacional entre 21 de Julho de 1965 e 5 de Outubro de 1966.

No dia 3 de Junho de 1968, realizou a conferência «Mallarmé e Fernando Pessoa perante 'O Corvo' de Edgar Alan Poe» com a colaboração do Prof. Duke Ryan (da Embaixada da América), da actriz Henriette Morineau e de Maria Germana Tânger, que recitaram, à vez, trechos em português, francês e inglês, no Auditório do Palácio da Cultura, Rio de Janeiro, sob organização do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Divisão de Educação Extra-Escolar, Secção de Cultura. A conferência teve por base o ensaio que escrevera em Paris em 1955. A obra foi finalmente publicada e apresentada em Outubro com o título
«Mallarmé e Fernando Pessoa perante 'O Corvo' de Edgar Allan Poe – esboço de literatura comparada», na Casa das Beiras, Rio de Janeiro.

Desde então, não têm conta as actividades que realizou, os escritos e as conferências que apresentou e as honrarias de que foi alvo no Brasil.


Em Outubro de 1969, no Rio de Janeiro, publicou «A Poesia Portuguesa Medieval», no «Caderno Literário da Revista da 'Casa das Beiras'»; a Revista Ocidente publicou o seu texto «Em busca de uma estética literária (ensaio)».
O mesmo texto voltaria a ser publicado no ano seguinte no Rio de Janeiro em «Situação Actual da Literatura Portuguesa» na colecção de Estudos Universitários, n.º 4.

A 20 de Abril de 1970, foi-lhe atribuído em Brasília pelo Presidente da República Federativa do Brasil, Grão-Mestre da Ordem de Rio Branco, o grau de Cavaleiro da Ordem de Rio Branco.

No mesmo ano, a 31 de Agosto, no Rio de Janeiro, a Academia Brasileira de Belas Artes atribuiu-lhe, pelo seu mérito pessoal e apreço à Nação Portuguesa, o título de Correspondente Cultural, com Honras Académicas nesta Corte Consagratória de Artistas Plásticos, entregando-lhe um diploma assinado pelo General José Venturelli Sobrinho, fundador e primeiro presidente da Academia.

No dia 13 de Agosto de 1971, no Rio de Janeiro, recebeu de Humberto Delgado uma carta em que lhe é comunicada, sem mais explicações, a sua saída do Ministério. À época, desempenhava as funções de cônsul de Portugal em Gijón.


A 20 de Janeiro de 1975, morre em Espanha; o seu corpo é sepultado quatro dias depois, no dia 24, no cemitério de Queluz
, distrito de Lisboa. Tinha 61 anos.

 

Bibliografia Activa

 — Mallarmé e Fernando Pessoa através do "Corvo" de Edgar Allan Poe – esboço de literatura comparada. Rio de Janeiro: Departamento Cultural da Casa das Beiras do Rio de Janeiro, 1968. Nota: Obra escrita em Paris, em 1955.

 — António Patrício (poeta trágico). Ensaio. Lisboa: Revista «Ocidente», volumes LVI, LVIII, LIXI, 1959/1969.

— Em busca de uma estética literária. Lisboa: Revista «Ocidente», volume LXXVI, 1969.

— Situação Actual da Literatura Portuguesa. Autoria: Manuel Tânger Corrêa, João Alves das Neves, Leodegário de Azevedo, Fernando Mendonça, António Basílio Rodrigues. Colecção de Estudos Universitários n.º 4. Rio de Janeiro: Edições Gernasa, 1970. Nota: Cinco das conferências proferidas no 1.º Congresso Brasileiro de Língua e Literatura (de 3 a 17 de Julho de 1969).


Bibliografia Passiva

Nós, os Finalistas da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa fomos assim… (de 1942 a 1946). Autoria: Finalistas da Faculdade de Letras 1942/1946. Lisboa: Oficinas de S. José, 1946.
Nota: Obra que regista através de textos e caricaturas a identidade dos alunos e dos professores dos anos 1942/1946. Entre os finalistas, está Manuel Tânger Corrêa.


Obra inédita:

 Apontamentos críticos sobre a moderna Poesia Portuguesa.

 Apontamentos críticos sobre a moderna Literatura Portuguesa.

— Três anos de crítica teatral.

— Sempre e nunca, peça teatral em 3 actos, traduzida para francês com o título «Jamais».

 Panorâmica da Poesia Portuguesa Moderna.

 Romantismo e Romantismos.

 Rimbaud e Sá-Carneiro.

 A Inglaterra na evolução do teatro.

 Originalidade e Valor do Teatro de Shakespeare.

  Consolação de Samuel Usque (1963).

  Em torno da soledad primera de Góngora». Lisboa, 14 de Março de 1946.

 

Traduções

    — Entre outras peças francesas para a RTP, salienta-se

— Noite sem Madrugada (La maison de la nuit), de Thierry Maulnier: para o Teatro Nacional D. Maria II.

— O Preço da Glória (Pour être Joué), de Georges Wissant: emitida na RTP.

— Um segredo que toda a gente sabe (La fable du secret bien gardé), adaptação francesa da peça de Casona por André Camp: emitida na RTP.

— Realidade da Fantasia (Dans l'histoire du cœur), de Claude Gével: emitida na RTP.

— Meu Filho (Mon Fils), de Pierre Didier: emitida na RTP.

— Fernando Namora.

 

Presença na Imprensa:

Consulte AQUI no Sítio da Fundação António Quadros.

 
02 — António Patrício (poeta trágico) de Manuel Tânger Corrêa,
por José Almeida

António Patrício é hoje um nome injustamente esquecido. Nascido no Porto, em 1878, formou-se em medicina, tendo posteriormente seguido uma carreira militar e diplomática no Extremo Oriente, onde chegou a ser Cônsul de Portugal em Cantão. Morreu cedo, em Macau, corria o ano de 1930, pouco tempo antes da tomada de posse como Ministro de Portugal em Pequim.

Influenciado pela estética simbolista e decadentista, abraçou o saudosismo, legando-nos uma obra literária, poética e dramatúrgica de enorme valor e singularidade. O seu teatro é particularmente interessante. Para além de revelar a expressão máxima do saudosismo em termos de dramaturgia, as temáticas históricas surgem na sua obra sob uma aura de mistério, intercalando o plano simbólico com o mitológico.


Curto, mas imprescindível, o estudo de Manuel Tânger Corrêa, intitulado “António Patrício (Poeta Trágico)”, não só nos fornece importantes informações e testemunhos sobre esta figura, como nos coloca em contacto com algumas das suas peças inacabadas. Nesse volume, publicado como separata da revista “Ocidente”, Manuel Tânger Corrêa, também ele dramaturgo e diplomata, marido da prestigiada actriz Maria Germana Tânger, reúne entre os vários inéditos uma peça inacabada extraordinária, intitulada “A Paixão de Afonso Domingues”. Uma obra que trata os tormentos passados pelo arquitecto português, responsável pela edificação da Sala do Capítulo do Mosteiro de Santa Maria da Vitória – na Batalha –, às mãos do Diabo.


“António Patrício (Poeta Trágico)” permanece um estudo único e seminal, impondo-se uma interrogação. Para quando uma reedição deste trabalho?

 

03 — «Fernanda de Castro e Ofélia Marques - Figurações e auto-representações na construção de uma obra conjunta», uma conferência, por Francisco Almeida Dias.


No âmbito do IV Convénio AISPEB - Associação Italiana de Estudos Portugueses e Brasileiros, que terá lugar no final do mês de Outubro em Nápoles, Francisco Almeida Dias vai realizar a conferência «Fernanda de Castro e Ofélia Marques - Figurações e auto-representações na construção de uma obra conjunta»:

SINOPSE: Entre as várias colaborações artísticas que Fernanda de Castro (1900-1994) promoveu ao longo da sua carreira literária emerge Ofélia Marques (1902-1952) – amiga, cúmplice, vizinha de casa, e ilustradora de duas das várias reedições de um dos maiores sucessos editoriais de Fernanda, Mariazinha em África. A partir da sua releitura e de uma reflexão sobre a importância paratextual da ilustração infantil, indagaremos quanto haja nessas figurações de autor-representação das duas autoras, para a definição de uma combinação das autorias que resulta numa obra conjunta e orgânica.
 
04 — Colóquio Internacional «120 anos do nascimento de Ana de Gonta Colaço».
Divulgação.


Local e data: Parada de Gonta, sábado,11 de Novembro de 2023, 21.30.

Apoio: Câmara Municipal de Tondela, Junta de Freguesia de Parada de Gonta.

 

PARTICIPANTES (ainda sem programa certo)


Ana Pérez-Quiroga:

«Ana de Gonta Colaço, escultora»;

Anna M. Klobucka:

«Os lugares de Ana de Gonta Colaço»;

Beatriz Albuquerque:

«Tributo a Ana de Gonta Colaço»;

Inês Borges:

«Ana de Gonta Colaço e o poeta Rodrigo de Melo: alterações ao design visual de livros afectos ao pensamento salazarista e a organismos do Estado Novo»;

Isabel Lousada e Jorge Pereira Sampaio:

«Diálogos intergeracionais no seio da intelectualidade portuguesa: Branca de Gonta Colaço e sua filha Ana»;

Mafalda Ferro (à distância):

«'Como a vida era boa então, como se divertiam'»;

Susana Mendes Silva:

«Uma rua para Ana» (conferência performativa);

Tomaz Colaço

 
07 Rio Maior presta homenagem a Eugénia Lima: XX GALA.
Divulgação.

 

Local e data: Cineteatro de Rio Maior, 4 de Novembro, 16h.

Bilheteira: bilheteira@cineteatrorm.pt | 961 789 266 | 243 999 350


 


 

06 — Eugénia Lima (cronologia biográfica),
por Mafalda Ferro.


Seguindo o exemplo da Câmara Municipal de Rio Maior, a Fundação António Quadros relembra e presta homenagem à maior acordeonista portuguesa, divulgando aqui uma pequena cronologia da sua vida que demonstra a sua ligação a Rio Maior.


EUGÉNIA LIMA

1926 (29 de Março) - Nasceu em Castelo Branco, cidade onde seu pai era afinador de acordeões.1930 - Estreou-se como acordeonista, com 4 anos, no Cinema-Teatro Vaz Preto em Castelo Branco
1936 - Como a legislação em vigor não lhe permitia actuar em casas de espectáculos (por ser menor de idade), recebeu uma autorização especial do Presidente da República.
1939 - Tentou entrar para o Conservatório Nacional de Lisboa mas o acordeão não era ensinado nessa instituição.
1947 - Iniciou a sua primeira digressão internacional com vários recitais em França.
[início dos anos 50] -  Casa e separa-se pouco tempo depois. Sem geração.
1956 - Fundou a Orquestra Típica Albicastrense.
1962 - Recebeu o «Óscar da Imprensa».
[Anos 70] - Mudou-se definitivamente para Rio Maior, comprou uma casa no centro da cidade.
1980 - Foi-lhe atribuído o grau de «Dama da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada», sob a presidência do General Ramalho Eanes.
1984 - Recebeu o Diploma Honorífico da União Nacional dos Acordeonistas de França.
1985 - Recebeu o diploma do Curso Superior de Acordeão na categoria de Professora pelo Conservatório de Acordeão de Paris.
1986 - Recebeu do Ministério da Cultura, a Medalha de Mérito Cultural.
[final do século XX] - Foi diagnosticada com a doença de Parkinson e deixou de tocar durante 6 anos. Com grande força de vontade, recuperou a mobilidade das mãos e tocou ainda durante mais 2 anos.
1995  - Foi-lhe atribuído o grau de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, sob a presidência de Mário Soares.
2011 - Afirmou: “As músicas que fiz, foram feitas por amor à arte e reflectem o meu estado de espírito naquela altura. Mais de oitenta por cento das minhas músicas nasceram no palco de improviso”.
2013 (29 de Junho) - Com António e Maria da Conceição Coito, inaugurou na propriedade e com o apoio desses seus amigos o «Recanto Eugénia Lima» que, até hoje,  alberga o seu espólio musical, documental e fotográfico, podendo ser visitado mediante marcação.
2014 (25 de Março) - Ofereceu ao Santuário de Fátima o acordeão que mais estimava e considerava por ter sido ainda afinado por seu pai.
2014 (4 de Abril) - Morreu em Rio Maior na terra que foi sua por adopção. Tinha 88 anos. 

 
07 — Notícias e Convites.
Divulgação.

Universidade de Aveiro 
presta Homenagem a ADA DE CASTRO


«Ada de Castro: Se Deus me deu voz foi para cantar»


Esta exposição é uma homenagem à fadista Ada de Castro pela vasta e prestigiada carreira ao longo de mais de sessenta anos.

Organizada pela área de Museu e Arquivo dos Serviços de Biblioteca, Informação Documental e Museologia da Universidade de Aveiro (SBIDM-UA) com a curadoria de Maria Espírito Santo e Nery Borges, a exposição exibe a colecção artística e pessoal de Ada de Castro que foi generosamente doada à UA pela própria em Julho de 2021. Nesta exposição, evidencia-se também a enorme relação que a mesma mantinha com os compositores Frederico e Elvira de Freitas e com a poetisa e escritora Fernanda de Castro.
Na inauguração, será possível usufruir de um momento musical com temas da artista.

A exposição, patente de 14 de Outubro a 15 de Novembro de 2023 na sala de exposições Hélène de Beauvoir na Biblioteca da Universidade de Aveiro, conta com o apoio do Museu do Fado, Hotel Moliceiro, Diário de Aveiro, AveiroMag e Rádio Terra Nova.




Prémio justamente atribuído a MIGUEL REAL. 
Parabéns!






3.º Encontro Internacional: «EÇA DE QUEIROZ - 150 ANOS».

Leia
 AQUI o programa completo e demais informações.



«Conversas em torno da Paixão de Fernando P.» de António Quadros


Leia AQUI a notícia publicada na página da Casa Fernando Pessoa.

Leia AQUI a notícia publicada na página do «Projecto António Telmo, Vida e Obra».

Leia AQUI (p.65) a notícia publicada na página do FOLIO - Festival Literário Internacional de Óbidos.



Apresentação d'«As Mulheres da vida de Joana Leitão de Barros»,

pela autora, Joana Leitão de Barros.


Local e Data: 
Lisboa, Rua Áurea, 64, Cupra City Garage, 
26 de Outubro de 2023, 18.00.





 
01 Encerramento do Centenário de António Quadros: As «Conversas» vão ao Porto.
Divulgação.

 

 


Depois de diversas actividades realizadas em homenagem a António Quadros no ano do seu centenário de nascimento das quais se destaca um congresso, dois colóquios, a assinatura de dois protocolos com associações culturais, de uma composição musical para poema de sua autoria, três exposições, duas mesas-redondas, várias palestras, a publicação de um romance inédito, a entrega do Prémio António Quadros, a colocação de um placa na casa onde nasceu e viveu, a inauguração do Jardim António Quadros em Rio Maior, a pintura de quadros, a leitura de poemas e excertos da sua obra, e de três sessões de «Conversas em torno d'«A Paixão de Fernando P.» de António Quadros, nomeadamente em Lisboa (Casa Fernando Pessoa), Óbidos (Fólio Literário) e Vila Nogueira de Azeitão (Associação Cultural Sebastião da Gama, com as participações, em Mesa, de Anabela Almeida, Fabrizio Boscaglia, José António Barreiros, Lourenço de Morais, Manuel Cândido Pimentel, Manuel Dugos Pimentel, Manuela Dâmaso, Paula Mendes Coelho, Pedro Martins, Ricardo Belo de Morais e Risoleta Pinto Pedro...

ANUNCIA-SE hoje a próxima e última das «CONVERSAS», desta feita no Porto, na Cooperativa do Povo Portuense, no dia 17 de Novembro às 18h, com a participação de Joaquim Domingues, José Almeida, José António Barreiros, José Carlos Seabra Pereira e Paulo Samuel. Será servido um porto de honra. Todos estão convidados.

 
08 Programação prevista para as restantes Newsletters de 2023 (Novembro e Dezembro),
Informação.

As newsletters de 2023, ano do centenário de nascimento de António Quadros, ser-lhe-ão muito especialmente dedicadas. No entanto, destacaremos também a vida e obra de outras personalidades, figuras centrais de importantes efemérides e as actividades da Fundação, de Rio Maior, de outras Instituições ou de Particulares.


Com a disponibilização da Agenda a completar todos os meses, pretendemos dar ao leitor, com antecedência, a oportunidade de sugerir elementos ou publicações para cada mês.


Muitas vezes, depois da publicação de cada NL, recebemos elementos que evidentemente registamos mas que, em termos da sua publicação, já nos chegam fora de horas.


AGENDA


Novembro:
Homenagem a Domingos Monteiro, nascido a 6 de Novembro de 1903, há 120 anos.

Dezembro: Homenagem a Fernanda de Castro no mês do seu nascimento e morte (08.12.1900 / 19.12.1994). Homenagem a Paulina Roquette Ferro, nascida a 27 de Dezembro de 2023, há 100 anos.

 
09 — Livraria António Quadros: OBRA EM PROMOÇÃO ATÉ 14 DE NOVEMBRO

Autoria: Manuel Tânger Corrêa.

Título: Mallarmé e Fernando Pessoa perante «O Corvo» de Edgar Allan Poe (esboço de literatura comparada).

Edição — Rio de Janeiro: Departamento Cultural da Casa das Beiras do Rio de Janeiro, 1968.

Excerto: "Edgar Allan Poe teve uma grande influência tanto na poesia francesa como na portuguesa. [...] O simbolismo francês e o modernismo português devem algo a Poe. Não é preciso relembrar «A Filosofia da composição (de 1846) para o estudo do «Corvo». Apenas interessa neste estudo marcar bem a posição que Mallarmé e Fernando Pessoa assumiram perante o poema de Poe".

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