clique aqui se não conseguir visualizar correctamente esta newsletter
Newsletter Nº 207 / 14 de Março de 2024
Direcção Mafalda Ferro Edição Fundação António Quadros
ÍNDICE

 

01 — I Encontro Leitura em Trânsito: António Quadros da Academia à Comunidade, pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Divulgação.

02 As Bibliotecas Ambulantes do SPN/SNI, por Mafalda Ferro.

03 As «Tertúlias da Cultura Portuguesa» estão de volta! Divulgação.

04 Augusto Cunha (excertos), por António Quadros.

05 — Obra literária de Augusto Cunha, por Mafalda Ferro.

06 — A presença de Augusto Cunha na Fundação António Quadros, por Mafalda Ferro.

07 — Adeus por hoje… Cartas de Luzia para Fernanda de Castro e António Ferro. Divulgação.

08 — Actividades em preparação com a participação de Mafalda Ferro/Fundação António Quadros. Divulgação.

09 — Livraria António Quadros: Nação e Nacionalismos: A Cruzada Nacional de D. Nuno Álvares Pereira e as Origens do Estado Novo (1918 - 1938), de Ernesto Castro Leal.

 

EDITORIAL,
por Mafalda Ferro.

Iniciamos hoje, aqui, as comemorações do nascimento de Augusto Cunha (10 de Abril de 1894 / 18 de Abril de 1947), 130 anos depois.

Escritor, cronista, novelista, humorista, palestrante, dramaturgo e amante profundo do teatro em todas as suas vertentes, poeta, modernista, autor de textos de crítica literária, artística e de espectáculo, de textos de divulgação turística, Augusto Cunha publicou obras literárias e marcou presença constante na imprensa portuguesa, colaborando assiduamente em inúmeros periódicos da época dos quais se destaca «Portugal Colonial», «Portugal Cine Revista», «Ilustração Portuguesa», «A Voz», «Gazeta dos Caminhos de Ferro», «Domingo Ilustrado», «Notícias Ilustrado», «Sempre Fixe», «Diário de Notícias», «Diário da Manhã», «Diário de Lisboa», «Notícias de Lourenço Marques», «Primeiro de Janeiro», «Comércio do Porto», «Atlântico», «Panorama», «Acção», entre muitos outros.


Fundou e dirigiu durante onze anos (1934/1947) até ao último dia de vida a revista «O Mundo Português – revista oficial de Arte, Literatura e Propaganda Colonial», edição de Agência Geral das Colónias e do SPN/SNI. Todos os números são ricamente ilustrados com reproduções fotográficas e de arte, de grande qualidade.


Além da sua acção intelectual e em prol das artes, Augusto Cunha (Augusto Henrique Roberto da Cunha) foi um homem bom, generoso, inteligente, fiel aos seus amigos, um homem de família. Casado com Umbelina Raquel, irmã de António Ferro, foi pai de Maria Helena e Pedro Henrique Tavares Ferro da Cunha, e avô de Pedro Manuel, Patrícia e Filipe Cunha.

Consulte AQUI (sítio da Fundação António Quadros) a sua Cronologia Biobibliográfica, trabalho sempre em fase de actualização

Acções previstas no âmbito desta efeméride durante o mês de Abril, promovidas pela Fundação António Quadros:


02/27 de Abril, Exposição «Augusto Cunha: Autor, Modernista, Humorista». Apresentação por Mafalda Ferro.

[s.d.], Palestra «O humorismo através dos tempos», por Salvador Martinha.

 


Memória:
A convite do Círculo Eça de Queiroz (CEQ), formulado por José de Morais à Fundação António Quadros, Gonçalo Sampaio e Mello proferiu no passado dia 7, depois de uma breve apresentação por Mafalda Ferro, uma palestra sobre «A Fundação e os seus patronos» partilhando também as suas memórias associadas ao CEQ, fundado por António Ferro. Tentaremos publicar o conteúdo desta palestra num dos próximos números.


Boa leitura.

 
01 — I Encontro Leitura em Trânsito: António Quadros da Academia à Comunidade, na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Divulgação.

 

O I Encontro «Leitura em Trânsito: António Quadros da Academia à Comunidade» realizar-se-á na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (Anfiteatro III) no dia 21 de Março de 2024.

A entrada é livre mas é necessário que se inscreva AQUI


PROGRAMA

09h Recepção dos Participantes.

09.30 Abertura do Encontro. Boas-vindas aos Participantes.

 Albano Figueiredo (Director da FLUC).

Maria Beatriz Marques e Maria Helena Santana (FLUC).

Carlos Marta Ferreira (Fundação ADFP): Contextualização do tema da Leitura Itinerante na promoção da Literatura Portuguesa - António Quadros.

10.30/11h Moderação: Ana Maria Machado (FLUC).

Conferência inaugural, por Mafalda Ferro (presidente da Fundação António Quadros).

 

11h/11.30 INTERVALO PARA CAFÉ

 

11.30/12.30 Visita guiada à Exposição das Bibliotecas Itinerantes.

Apresentação pelo curador Bento Ramires.

 

12.30/14h  ALMOÇO

 

14h/15h Painel Temático «Vida e obra de António Quadros». Moderação: José Augusto Cardoso Bernardes (FLUC).

António Apolinário Lourenço (Professor da FLUC e Investigador do CLP)

José António Barreiros (Advogado e Prefaciador d“A Paixão de Fernando P. de AQ)

15h/15.45 Mesa Redonda «Bibliotecas Itinerantes e Comunidade». Moderação: Dina de Sousa (chefe de Divisão de Bibliotecas e Arquivo Histórico da CMC).

Elísio Gala (Professor Bibliotecário)

Margarida Anastácio (Biblioteca Infantojuvenil do Centro de Estudos Superiores da Universidade de Coimbra em Alcobaça, CESUCA)

15.45/16.45 Transferência e Valorização do Conhecimento. Apresentação dos trabalhos desenvolvidos junto da comunidade pelas Bibliotecas Itinerantes. Moderação: Curador Rui Guedes (FLUC)

Alunos de Ciência da Informação e Literatura Portuguesa Bibliotecários Itinerantes.

16.45/17.30 Recital de Poesia de António Quadros, «Ó Portugal, Ser Profundo».

Fernando Soares (Actor).

17.30 Encerramento

Diogo Ferrer (FLUC).

 

02 — As Bibliotecas Ambulantes do SPN/SNI,
por Mafalda Ferro.


Ainda antes das Bibliotecas Itinerantes da Fundação Calouste Gulbenkian existiam, desde 1945, as Bibliotecas Ambulantes instituídas por António Ferro no âmbito do seu trabalho no SPN/SNI. Estas Bibliotecas percorriam, até 1949, ano da saída de António Ferro do SNI (Secretariado Nacional da Informação, Cultura Popular e Turismo), cerca de cem localidades nos distritos de Lisboa, Porto, Setúbal, Braga, Faro e Viana do Castelo atingindo um total de quase 15.000 leitores.


Cada Biblioteca Ambulante disponibilizava ao público algumas centenas de volumes de Poesia e Prosa, para adultos, crianças e jovens em inúmeras temáticas.


Com a partida de António Ferro para Berna, as bibliotecas ambulantes foram desactivadas, bem como muitos dos seus projectos, embora alguns tenham continuado em curso embora (no nosso entender) com menos qualidade e empenhamento.

 

Fotografia: Horácio Novais. 
 
03 — As «Tertúlias da Cultura Portuguesa» estão de volta!
Divulgação.

 

Depois de um triste interregno que nos deixou a todos mais pobres, as «Tertúlias da Cultura Portuguesa» estão de volta!

Desta feita, sob o tema «Linhas Matriciais da Identidade Portuguesa», debruçar-nos-emos sobre «António Quadros: "Portugal, Razão e Mistério: A Trilogia"».

A «Tertúlia» contará com a participação em mesa de Mafalda Ferro, Joaquim Domingues, Joaquim Pinto da Silva, José Almeida e Paulo Jorge Teixeira, presidente da Cooperativa do Povo Portuense que passará, com início nesta sessão, a acolher as «Tertúlias».


A entrada é livre.

 


Local:

Porto, Rua de Camões 578, Auditório da Cooperativa do Povo Portuense.


Data e Hora:

23 de Março de 2024, 15h.

 
04 — Augusto Cunha (excertos),
por António Quadros.

 

Em 1988, António Quadros prefaciou "Os Meninos d'oiro. Vaudeville", peça de teatro de seu tio Augusto Cunha. Sabe-se que a peça começou a ser ensaiada por Lucília Simões, Brunilde Júdice, Irene Isidro, Teresa Gomes, Erico Braga, Samwell Diniz e José Gamboa mas que, por razões desconhecidas, nunca subiu à cena nem foi publicada em vida do seu autor.

Ao longo das vinte páginas desse prefácio, Quadros traça o retrato pessoal e biográfico de Cunha referindo extensamente a sua ligação com o grupo dos «De Orpheu». O texto refere, entre muitos outros momentos, as amizades contraídas no Liceu Camões e no curso de Direito da Universidade de Lisboa.


Do Prefácio, destacamos alguns excertos:


Augusto Cunha foi uma das personalidades mais singulares do grupo modernista que abalou o ambiente cultural de Lisboa e do país com a revista «Orpheu» e com a actividade e obra subsequente dos seus principais representantes, Fernando Pessoa, Mário de Sá Carneiro, Luís de Montalvor, Armando Côrtes-Rodrigues, Alfredo Pedro Guisado, António Ferro, Almada Negreiros, Santa-Rita Pintor, José Pacheco e outros.


A «revolução» foi preparada nas tertúlias dos cafés que eles mais frequentavam por volta de 1913-1914: as duas Brasileiras, a do Chiado e a do Rossio, o Martinho e ainda o Irmãos Unidos, que pertencia à família de Alfredo Guisado, também conhecido literariamente por Pedro de Menezes. Para além dos protagonistas ocupando o centro do proscénio, muitas outras figuras atravessam a cena, apoiando, estimulando, charlando, discutindo, esperando a sua hora, porque ainda eram muito novos ou apontando já os caminhos diversos que depois seguiriam. Lendo por exemplo os diários de Pessoa naquela época, ou a correspondência deste com com Sá-Carneiro, Côrtes-Rodrigues, etc., surgem frequentemente nomes como os de Ponce de Leão, Vitoriano Braga, Augusto de Santa-Rita, Henrique Rosa, Boavida Portugal, Rui Coelho, João Correia de Oliveira, António Cobeira, Carlos Amaro, todos eles poetas, dramaturgos, artistas ou músicos, que se distinguiriam subsequentemente mais ou menos, que não chegaram a assinar colaborações na «Orpheu», mas que nessa época participaram indiscutivelmente no grupo em fusão, para usar a expressão apropriada e bem conhecida de Sartre. 

Um deles foi Augusto Cunha, particularmente amigo de Mário de Sá-Carneiro (de quem fora condiscípulo no Liceu Camões) e de António Ferro, de quem viria a ser cunhado, ao casar-se em 1919 com a sua irmã, Umbelina Rachel. [pp.07/08]

[…]  

Augusto Cunha, que frequentou o primeiro curso de Direito da Universidade de Lisboa, tendo como colegas, entre outros, além de António Ferro Azevedo de Perdigão, Alice Dantas, Vaz Pereira, Saraiva Lima e o já citado Bustorff Silva, formou-se em 1918, revelando desde logo a sua veia de comediógrafo ao escrever, para a récita dos finalistas, a récita-farsa "Direito… por linhas tortas", em 3 actos, que mereceu elogios da imprensa do tempo.


Casando-se logo no ano seguinte com Umbelina Rachel Tavares Ferro, enveredou por uma carreira de advogado, entrando depois, como funcionário superior, para o Ministério das Colónias. Foi fundador e director da excelente revista «O Mundo Português», que, publicando-se desde 1934 até 1947, data da sua morte, se dedicou exclusivamente a temas ultramarinos, em especial nos capítulos da literatura, da arte e da história. Trata-se de uma fonte hoje preciosa para quem desejar estudar a temática das então nossas províncias ultramarinas ou da expansão lusíada pelo mundo, tendo inserido originais da autoria de grandes nomes da nossa cultura.


Outra acção revelante de Augusto Cunha foi a organização, entre 1935 e 1940, de cruzeiros de férias às colónias, ou de estudantes e velhos colonos das províncias ultramarinas à metrópole. Foi director administrativo da revista «Panorama», editada pelo S.N.I. e orientada por Carlos Queiroz e Bernardo Marques, integrando-se também nas equipas de intelectuais e de artistas que colaboraram na organização dos Pavilhões de Portugal nas Exposições de Paris (1937) e de Nova Iorque (1939), bem como na Exposição do Mundo Português (1940).


Tendo sido um dos fundadores do Círculo Eça de Queiroz (1940), Augusto Cunha foi um colaborador assíduo da imprensa lisboeta, em geral com artigos, crónicas e contos humorísticos ou satíricos, que herdavam a graça de um Gervásio Lobato e de um André Brun, afirmando contudo, não só uma marcada originalidade, mas também uma atenção constante às características próprias da época, em especial aos anos 30, cujos ridículos apontava com leveza, sem maldade e com um agudo espírito de observação do pormenor por vezes desapercebido, mas significativo. [pp.18/20]

[…]

Complexa, mas rara personalidade, a de Augusto Cunha: homem consciencioso, meticuloso, sério, com um semblante muitas vezes melancólico, por um lado; mas havia também nele um outro eu que observava o mundo com um olhar malicioso e que se ria à socapa não só dos podres ou das futilidades da vida social do seu tempo, mas até de si próprio, expressando-o por uma ironia que nunca chegava à dureza do sarcasmo, pois era essencialmente um homem bom, sem sombra de azedume ou de despeito [pp.22/23].

[...]

Augusto Cunha é um escritor característico de uma época de transição, os anos 30, sobretudo no período anterior à eclosão da II Guerra Mundial. Pinta com humor uma sociedade que estava em evolução. Quando se olha para o passado, não bastam talvez os testemunhos dos historiadores, dos escritores sérios, dos jornalistas. O humor de um Eça de Queiroz, de um Rafael Bordalo Pinheiro, de um Gervásio Lobato, de um André Brun, mostram-nos a outra face da moeda, a face em geral esquecida, dando relevo aos pequenos nadas quotidianos que são afinal muito porque revelam o ser social num outro plano, mas não menos verdadeiro, do que o das visões oficiais ou gravemente histórico-sociológicas.


Augusto Cunha pertence a tal linhagem e a sua obra, ao divertir-nos, também nos ensina, quando faz renascer com um sorriso malicioso uma época afinal das mais marcantes do nosso século XX. [pp.25/26]

 
05 — Obra literária de Augusto Cunha,
por Mafalda Ferro.


1914 "Missal de Trovas. Quadras dos 17 e 18 anos", com António Ferro. A obra inclui os testemunhos de Afonso Lopes Vieira, Alberto Osório de Castro, Augusto Gil, Fernando Pessoa, João de Barros, João Lúcio, Júlio Dantas, Mário de Sá-Carneiro. Capa de Rodiguez Castañé. Lisboa: Livraria Ferreira, 1912.

1930 — "Quasi de Graça" que inicia com "Uma carta para António Ferro" e "A resposta" a Augusto Cunha. Capa: Jorge Barradas; "O exame do Meu Menino", peça de teatro infantil, humorística, representada pela primeira vez no Teatro da Trindade no dia 23 de Novembro de 1930 e interpretada por Vasco Santana no papel principal. Capa: Maria Adelaide Lima Cruz.

1931 — "Mais um", em duas versões da mesma edição, uma com capa em tons de azul e, outra, em tons de verde. Capa: Cottinelli Telmo.

1932 — "O processo de Mário Dâmaso", comédia em 1 acto, escrita a pedido expresso de Lucília Simões. A peça, representada pela Companhia Lucília Simões-Erico Braga no Teatro da Trindade, foi protagonizada por Palmira Bastos, Amélia Rey Colaço, Ester Leão, Nascimento Fernandes, Alves da Cunha entre outros. Desenho de capa: Bernardo Marques. Capa final: caricatura do autor por Teixeira Cabral; "Mais outro". Capa de Bernardo Marques.

1934 — "PBX: diálogos ao telefone". Capa: Francisco Valença. Caricatura do autor: Eduardo Malta.

1939 — "Contos sem cotação". Capa: Stuart de Carvalhais. Ilustrações: Abel Manta, Bernardo Marques, Carlos Botelho, Castanhé, Eduardo Malta, Estrela Faria, Francisco Valença, Jorge Barradas, Lino António, Manoel Lima, Martins Barata, Mesquita, Paulo Roberto Araújo, Sarah Affonso e Stuart de Carvalhais.

1944 — "O Exame do meu Menino". Teatro de trazer por casa (Entreacto), [3.ª edição revista e aumentada]. Capa: Amarelhe.

1946 — "O Homem que salvou o mundo". Capa: Cottinelli Telmo.

1957 — "Contos Escolhidos". Prefácio: António Ferro. Obra publicada postumamente pela Livraria Bertrand para uma projectada Antologia dos Humoristas Portugueses. A publicação, fruto da iniciativa da família em especial do cunhado António Ferro (em fim de vida) e do filho Pedro Ferro da Cunha, teve a colaboração do seu grande amigo, o escritor e jornalista António Folgado da Silveira. Depois do prefácio, pode ler-se «Uma carta para António Ferro» em que o autor pede a António Ferro um prefácio para o seu livro "Quasi de Graça" (1930) e, também, a resposta do cunhado publicada na referida obra. Capa: Bernardo Marques.

1988 — "Os Meninos d'oiro. Vaudeville", peça de teatro. Prefácio: António Quadros. Capa: Paulo Ferreira. Caricatura do autor: Francisco Valença.


ALGUMAS OBRAS

 
06 — A Presença de Augusto Cunha na Fundação António Quadros,
por Mafalda Ferro.

 

Augusto Cunha reuniu e produziu ao longo dos seus curtos 53 anos de vida, um importante conjunto de documentos, obras literárias e de arte que explicam e informam sobre a sua vida e sobre a sua relação profissional e pessoal com intelectuais e artistas seus contemporâneos.

O percurso e o espólio de Augusto da Cunha estão intrinsecamente ligados aos de António Ferro, colegas desde o Liceu Camões até à Faculdade de Direito, tantas foram os projectos que trabalharam em conjunto, os amigos que partilharam, o bairro onde nasceram e cresceram e a família que, fruto do casamento de Cunha com a irmã de Ferro, passou a ser a mesma.

A maior parte do seu espólio foi integrado no acervo da Fundação António Quadros graças às  doações de vários membros da família Cunha, nomeadamente do seu neto Pedro Manuel MacCarthy Ferro da Cunha e, por morte deste, do seu bisneto Pedro MacCarthy da Cunha. Este acervo pode hoje ser consultado, de acordo com a tipologia de cada documento ou obra, na Biblioteca e Hemeroteca, na Colecção de Arte e nas séries «Correspondência»; «Documentos pessoais e de família»; «Escritos e actividades de Augusto Cunha»; «Fotografias»; e «Recortes de Imprensa»; do Arquivo Histórico da Fundação António Quadros, cujas descrições/inventários estão disponíveis no Sítio da Fundação António Quadros.

Aos filhos de ambos, primos direitos entre si (António Gabriel e Fernando Manuel de Castro e Quadros Ferro + Maria Helena e Pedro Henrique Tavares Ferro da Cunha, todos nascidos no mesmo quarto em casa dos avós comuns António Joaquim Ferro e Helena Tavares Afonso Ferro), uniu-os sempre uma profunda amizade e constante convivência, assim como aconteceu com os seus netos (António, Mafalda e Rita Roquette Ferro + Pedro, Patrícia e Filipe MacCarthy da Cunha.


Legendas:

01 - Augusto Cunha com Raul Barbosa Viana e António Ferro (sentado): Quintanistas de Direito, 1918.

02 -
Netos de António Ferro com netos de Augusto Cunha, em Vale de Óbidos, Rio Maior, sede da Fundação António Quadros.

03 -
Bisnetos e trisnetos de António Ferro com bisnetos de Augusto Cunha, em Vale de Óbidos, Rio Maior, sede da Fundação António Quadros.

 

07 — "Adeus por hoje… Cartas de Luzia para Fernanda de Castro e António Ferro".
Divulgação.

Luísa Grande, escritora madeirense (embora nascida em Portalegre) que usava o pseudónimo «Luzia», frequentara em Lisboa, a mesma instituição de ensino que Branca de Gonta Colaço e, também, que Ana Isaura, Maria José e Maria do Castelo Telles de Castro da Silva, mãe e tias maternas de Fernanda de Castro — o Colégio das Salésias (Visitação de Santa Maria) — tendo mesmo visitado as três irmãs em Cacilhas onde então residiam.

Não sabemos se estas quatro  colegas (as três irmãs Telles de Castro da Silva e Branca ) continuaram a dar-se com Luísa ao longo da vida. Sabemos apenas que foi devido a essa amizade que Branca de Gonta Colaço contactou e travou amizade com Fernanda de Castro.

No entanto, nada nos leva a crer que esses factos estivessem na origem da amizade e cumplicidade literária que unia Luísa e Maria Fernanda, até porque uma geração as separava.

Em 1946, já depois da morte de Luzia, Fernanda de Castro escreveu para "Dias que já lá vão" obra da amiga publicada postumamente por Teresa Leitão de Barros e Fernanda de Castro, com capa e desenho interior de Anne-Marie Jauss, na colecção «Contemporâneos», dirigida por António Ferro:

[...]

Há pessoas que não deveriam nunca morrer, porque fazem falta à Vida – e Luísa Grande faz-lhe falta, uma grande, imensa falta. Quem há de agora falar, por exemplo, do mistério das flores por abrir, dos pássaros por nascer, da água de rocha, fina como um diamante, das árvores pesadas de folhas e de nevoeiro, da penugem cor-de-rosa do amanhecer? Não! Luísa Grande não morreu, Luísa Grande fez mais uma vez as malas e mais uma vez partiu. Para onde? Para um país secreto, misterioso, que é a pátria das almas, e onde um dia, levada pela mesma corrente impetuosa dos Tempos e da Morte, irei procurá-la para matar esta grande, dolorosa saudade e mais uma vez, com ela, falar da Vida, amar a Vida, glorificar a Vida. Dezembro de 1945.
[...]


Maioritariamente da Madeira, Luzia escreveu 73 cartas a Fernanda de Castro e 3 a António Ferro, conjunto pertencente à Fundação António Quadros. Estas cartas serão brevemente publicadas em "Adeus por hoje… Cartas de Luzia para Fernanda de Castro e António Ferro".

A obra, co-editada pela Universidade da Madeira e pela Fundação António Quadros, é organizada por Luísa Antunes Paolinelli e Ana Cristina Trindade, com transcrição e notas de Ana Cristina Trindade, Elaine Prado dos Santos, Cátia Vieira Pestana, Luísa Antunes Paolinelli e Mafalda Ferro.

A fixação de texto das cartas é de Lúcia Cristina della Torre. 

 
08 — Actividades em preparação com a participação de Mafalda Ferro/Fundação António Quadros.
Divulgação.


Outras iniciativas de que, brevemente, se dará notícia:

(25 de Março) Apresentação por Renato Epifânio do n.º 33 da Revista «Nova Águia» na Sociedade Histórica da Independência de Portugal - nos 100 anos de Couto Viana, Natália Correia e António Quadros.
No capítulo «António Quadros, a Juventude e a Pátria» será publicado o conteúdo de «Ideal, Espírito e Cultura» em que quatro jovens universitários pensaram António Quadros partilhando, depois de apurada investigação e várias leituras, as conclusões a que chegaram sobre o seu Pensamento e Obra. Intervenções de Mafalda Ferro, Manuel Dugos Pimentel, Tomás Cantinho Cunha, Miguel Montezuma de Carvalho, Jorge Silva, Tomás Vicente Ferreira, Renato Epifânio e Manuel Cândido Pimentel.
A sessão realizada na Fundação António Quadros no dia  27 de Julho de 2023 foi gravada pela Câmara Municipal de Rio Maior e transcrita pela Fundação António Quadros.

— (23 de Abril) As Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, promovidas pela Escola Superior de Educação e Ciências Sociais (ESECS) – Instituto Politécnico de Portalegre, têm o objectivo de assinalar a data e reflectir sobre o 25 de Abril, cinquenta anos depois, à luz das principais áreas de formação da ESECS: Jornalismo e Comunicação, Turismo, Educação Básica e Educação Social e Serviço Social. Nesse contexto, Mafalda Ferro apresentará a comunicação «António Ferro e o Turismo durante os primeiros 16 anos do Estado Novo».

— (Junho) Mafalda Ferro integra Comissão de Honra da «Exposição Universal da Matriz Portuguesa» "para celebrar o 500.º Aniversário do nascimento de Luís de Camões, expoente maior da Literatura Portuguesa e símbolo da vocação universalista da língua e da cultura Portuguesas, e considerado um dos grandes poetas da tradição ocidental".

A Fundação participará também através da gravação e envio de um Video com um testemunho sobre um trecho da obra lírica, épica ou de teatro de Camões.

— (s.d.) António Quadros estará presente na publicação do IADE PRESS, coordenada por Rita Mourão sobre as «Cinco décadas do IADE» em texto de Mafalda Ferro.

 

09 — Livraria António Quadros.
Obra em Promoção até 14 de Abril de 2024.

 


Autoria:
Ernesto Castro Leal.

Título: Nação e Nacionalismos: A Cruzada Nacional de D. Nuno Álvares Pereira e as Origens do Estado Novo (1918 - 1938).

Colecção: «História Moderna e Contemporânea», n.º 6.

Edição — Lisboa: Edição Cosmos, 1999.

Capa: Cartaz alusivo às Festas do duplo centenário, 1940.

PVP: €16 
 
 
     
 
Apoios:
 
Por opção editorial, os textos da presente newsletter não seguem as regras do novo acordo ortográfico.

Para remover o seu e-mail da nossa base de dados, clique aqui.


Esta mensagem é enviada de acordo com a legislação sobre correio electrónico: Secção 301, parágrafo (A) (2) (C) Decreto S 1618, título terceiro aprovado pelo 105º. Congresso Base das Normativas Internacionais sobre o SPAM: um e-mail não poderá ser considerado SPAM quando inclui uma forma de ser removido.
 
desenvolvido por cubocreation.net